13 Março 2019
Os custos ligados ao desenvolvimento sustentável do planeta são infinitamente menores do que qualquer nossa inércia. Hoje, a dimensão e a velocidade da mudança climática desafiam qualquer negacionismo: comentamos sobre a seca prolongada, mas há algumas semanas estávamos às voltas com o gelo e antes disso com as chuvas aluviais. Alguns dizem que isso sempre aconteceu: não é verdade. A intensidade e a agressividade dos fenômenos meteorológicos estão na cara de todos. O clima extremo tem um impacto tangível na qualidade da produção agrícola, portanto em nossa alimentação e em nossa saúde e, portanto, nos números de nossa exportação que é baseada na excelência do agronegócio. Antes que seja tarde demais, algo deve ser feito: no plano global, é claro, mas também mudando nossos estilos de vida insustentáveis.
O comentário é de Andrea Segrè, agro-economista e professor universitário em Bolonha, escreveu " Il gusto per le cose giuste. Lettera alla generazione Z” (O gosto para as coisas certas. Carta à geração Z" (Monadori), publicado por la Repubblica, 12-03-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Desde agosto do ano passado, Greta Thunberg nos lembra isso com insistência, antes uma estudante solitária acampada em frente ao parlamento sueco, agora líder do movimento Global Climate Strike. Os jovens estão nos dando uma grande lição: nós vivemos a crédito e deixaremos a eles um planeta no vermelho. A dívida pública e a dívida ecológica são apostas feitas jogando sobre o futuro daqueles que ainda não nasceram, e apenas um pacto intergeracional pode mitigar esse futuro em queda livre. Respeitar os acordos internacionais sobre o clima é apenas o primeiro passo: os resultados serão vistos em algumas gerações. Enquanto isso, devemos nos focar sobre a pesquisa e a formação, mesmo na agricultura. Assistimos, na Itália, ao envelhecimento da classe dos agricultores - 41% têm mais de 65 anos, apenas 4% têm menos de 35 anos. A agricultura inteligente pode nos ajudar contra a mudança climática com a tecnologia, mas precisamos saber como usá-la. A pesquisa pode desenvolver a resistência das plantas, mas é necessário investir.
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Devemos mudar nosso estilo de vida. É preciso um pacto entre gerações - Instituto Humanitas Unisinos - IHU