22 Mai 2018
Em sua homilia da missa matutina celebrada na capela da Casa Santa Marta, o Santo Padre, na primeira memória da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, recordou que a primeira virtude de uma mãe é a ternura.
A reportagem é publicada por Vatican News, 21-05-2018. A tradução é de André Langer.
“A Igreja é feminina”, “é mãe” e quando falta esta identidade ela se torna “uma associação beneficente ou um time de futebol”; por outro lado, quando “é uma Igreja masculina”, infelizmente se torna “uma Igreja de solteirões”, “incapaz de amor, incapaz de fecundidade”.
É a reflexão que o Pontífice fez nesta manhã em concomitância com a memória litúrgica do dia que se celebra, pela primeira vez, após a publicação – em 03 de março – do Decreto Ecclesia Mater, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Com efeito, pela vontade do mesmo Pontífice, esta festa é celebrada na segunda-feira após o Pentecostes, para “favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos pastores, nos religiosos e nos fiéis, como também a genuína piedade mariana”.
Em sua homilia, o Papa Bergoglio especificou que Maria, nos Evangelhos, é geralmente indicada como “Mãe de Jesus”, e não como “a Senhora” ou “a viúva de José”. Isso porque a sua maternidade percorre toda a Sagrada Escritura, desde a Anunciação até o fim. Uma especificidade que os Padres da Igreja entenderam rapidamente. Sim, porque se trata de um bem que alcança e cinge a Igreja.
“A Igreja é feminina, porque é ‘igreja’, ‘esposa’: é feminina. É mãe, dá à luz. Esposa e mãe. E os Padres vão além e dizem: ‘A sua alma também é esposa de Cristo e mãe’. Nessa atitude de Maria, que é Mãe da Igreja, neste comportamento podemos entender essa dimensão feminina da Igreja que, quando não existe, a Igreja perde a verdadeira identidade e torna-se uma associação beneficente ou um time de futebol ou qualquer outra coisa, mas não a Igreja”.
Somente uma Igreja feminina poderá ter “atitudes de fecundidade”, segundo as intenções de Deus, que “quis nascer de uma mulher para nos ensinar este caminho de mulher”.
“O importante é que a Igreja seja mulher, que tenha esta atitude de esposa e mãe. Quando nos esquecemos disso, é uma Igreja masculina, sem esta dimensão, e torna-se tristemente uma Igreja de solteirões, que vivem no isolamento, incapazes de amor, incapazes de fecundidade. Sem a mulher, a Igreja não vai adiante, porque ela é mulher. Esta atitude de mulher vem de Maria, porque Jesus quis assim”.
A virtude que mais distingue uma mulher – reafirmou Francisco – é a ternura, como Maria que “deu à luz seu filho primogênito, o enfaixou e o colocou numa manjedoura”. E acrescentou que “cuidar, com mansidão e humildade são as qualidades fortes das mães”.
“Uma Igreja que é mãe segue o caminho da ternura. Conhece a linguagem da sabedoria do carinho, do silêncio, do olhar cheio de compaixão, que tem gosto de silêncio. E, também, uma alma, uma pessoa que vive essa pertença à Igreja, sabendo que também é mãe, deve seguir o mesmo caminho: uma pessoa afável, terna, sorridente e cheia de amor”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O Papa proclama: “A Igreja é feminina, é mãe” e não pode ser “uma Igreja de solteirões” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU