A extrema-direita alemã aprova ir às eleições com a promessa de saída do euro e defesa da “remigração”

Alice Weidel | Foto: AP / Free Malaysia Today

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14 Janeiro 2025

Embora a candidata viva com outra mulher, com quem tem dois filhos, o partido AfD defenderá a “família tradicional” ou o regresso do serviço militar obrigatório, além do fim das sanções à Rússia pela guerra na Ucrânia.

A reportagem é publicada por El Diario, 12-01-2025.

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) aprovou este domingo um programa eleitoral que inclui promessas de fechamento de fronteiras e de “remigração”, bem como de saída do euro ou de reintrodução do serviço militar obrigatório, numa altura em que as sondagens lhe dão o seu melhor resultados em um ano e colocá-lo como a segunda força antes das eleições de 23 de fevereiro.

Após longos debates, o programa foi aprovado por unanimidade no segundo dia do congresso federal realizado este fim de semana em Riesa (leste do país), onde a colíder da AfD, Alice Weidel, foi oficialmente nomeada como candidata à chancelaria no sábado.

Ao contrário do projeto inicial, o programa hoje aprovado inclui o controverso termo “remigração”, cunhado por extremistas de direita e neonazistas para se referir à expulsão em massa de migrantes e pessoas de origem estrangeira, depois de Weidel – que até agora tinha evitado – usá-lo em público ontem.

A AfD sustenta oficialmente que por “remigração” se refere apenas à expulsão por meios legais de migrantes em situação irregular, mas nos seus círculos é comum o uso do termo no primeiro sentido, juntamente com a iconografia racista e xenófoba.

O programa promete, entre outras coisas, o fechamento das fronteiras aos migrantes e requerentes de asilo, uma “ofensiva de deportação” em grande escala de pessoas em situação irregular, a saída do sistema europeu de asilo e a aquisição da nacionalidade alemã apenas para crianças dos pais alemães e outros casos extraordinários.

Além disso, inclui a proibição da construção de mesquitas e do uso do véu islâmico em edifícios públicos.

Voltar ao marco alemão

A AfD mantém também o seu projeto de abandono da moeda comum, o euro, embora não exija explicitamente a saída da União Europeia, mas proponha antes transformá-la ou substituí-la por uma “aliança de nações europeias” com um mercado comum que a longo prazo termo significaria uma alternativa à Otan para a defesa do continente.

O programa também promete levantar as sanções à Rússia e reimportar gás daquele país, enquanto os delegados rejeitaram uma moção para incluir uma condenação explícita da invasão russa da Ucrânia.

Uma moção para incluir a reintrodução do serviço militar obrigatório também foi aprovada no último minuto, contra a vontade do colíder Tino Chrupalla, que tentou, sem sucesso, caracterizar a AfD como um “partido da paz”.

Defesa da “família tradicional”

Embora a candidata Weidel tenha como companheira outra mulher, de quem é mãe de dois filhos, os delegados votaram a favor de incluir no programa que a família heteronormativa composta por “pai, mãe e filhos” seja a célula básica do sociedade.

Também se manifestaram contra a vacinação obrigatória contra o sarampo para crianças em idade escolar, atualmente em vigor na Alemanha.

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