24 Abril 2024
Nunca antes se gastou tanto em armas. Confirma isso o relatório anual do Instituto internacional de pesquisas sobre a paz de Estocolmo (Sipri) que destaca como, pelo nono ano consecutivo, os gastos militares no mundo tenham aumentado em quase todos os lugares.
A reportagem é de Sabato Angieri, publicada por Il Manifesto, 23-04-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
O aumento em termos percentuais entre 2022 e 2023 é de 6,8%, elevando os gastos globais com armamentos para 2.443 bilhões de dólares, ou seja, 2,3% do PIB mundial anual. Um valor assombroso, cujos protagonistas são os EUA e a OTAN, com picos isolados, por exemplo na Rússia e na Ucrânia, mas que não deixa nenhum país para trás nos cinco continentes.
O que provocou uma aceleração inesperada às despesas militares foi, sem dúvida, a guerra na Ucrânia, que "modificou radicalmente as perspectivas de segurança dos estados europeus", levando-os a investir "cotas crescentes do PIB em despesas militares". A Rússia ficou em terceiro lugar no ranking mundial, investindo 102 bilhões de euros, 24% a mais do que em 2022, o que equivale a 5,9% do seu PIB e a 4,5% da despesa global.
A Ucrânia aumentou as suas despesas militares em 51%, investindo mais de um terço do seu PIB, equivalente a 60 bilhões de euros, ocupando assim o oitavo lugar.
No entanto, ressalta o relatório, graças aos 32 bilhões de fornecimentos bélicos, Kiev conseguiu atingir um valor global de despesas igual a 91% daquela russa; um número mais do que significativo para compreender plenamente o impacto das ajudas ocidentais na guerra em curso na Europa Oriental.
Os EUA confirmam-se como dominadores indiscutíveis do mercado militar com 860 bilhões investidos, um aumento de 2,3% em relação a 2022 e igual a 37% dos gastos globais. O Oriente Médio registou o maior aumento percentual na última década (9%), com a Arábia Saudita em primeiro lugar e Israel em segundo.
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O mundo está se armando: os gastos militares crescem 7% - Instituto Humanitas Unisinos - IHU