Os bispos da Polônia defendem João Paulo II: “Procuram desacreditá-lo, ele foi e continua sendo uma referência”

Pintura de João Paulo II. (Foto: Lawrence OP | Flickr CC)

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

10 Março 2023

  • Após acusações de que ele encobriu padres abusivos quando era arcebispo de Cracóvia.

  • O presidente do episcopado polonês, dom Stanisław Gądecki, exortou "todas as pessoas de boa vontade" a não "destruir o legado de João Paulo II".

  • O arcebispo pediu aos poloneses que “se lembrem da bênção que a Providência lhes deu” e não deem atenção às “vozes que procuram desacreditá-lo, de forma tendenciosa e distante dos fatos, sem conhecer o contexto”.

  • "Deve-se levar em conta também que naquela época, não só na Polônia, havia leis diferentes das de hoje, e que a consciência social e as formas de resolver os problemas eram diferentes", acrescentou o arcebispo em seu comunicado.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 09-03-2023.

O presidente do episcopado polonês, dom Stanisław Gądecki, exortou nesta quinta-feira "todas as pessoas de boa vontade" a "não destruir o legado de João Paulo II".

Em comunicado escrito, o arcebispo pediu aos poloneses que “lembrem-se da bênção que a Providência lhes deu” e ignorem “ as vozes que procuram desacreditá-lo, de forma tendenciosa e distante dos fatos, sem conhecer o contexto”.

Esta declaração segue a transmissão na segunda-feira passada na televisão polonesa de uma reportagem investigativa na qual foram mostradas evidências documentais e testemunhos de que Karol Wojtyla soube de vários casos de abuso sexual cometidos por padres sob sua jurisdição quando era arcebispo de Cracóvia e optou por ocultá-los.

Na sua carta, o presidente da Conferência Episcopal da Polônia assegura que “a Igreja tem feito um esforço significativo para estabelecer estruturas e desenvolver procedimentos que garantam a segurança de crianças e jovens, para punir adequadamente os culpados de crimes sexuais e, sobretudo, para socorrer as vítimas".

Queixas contra vários padres

Em relação aos relatórios da polícia polonesa da época comunista que apontam vários padres como autores de crimes sexuais contra menores e que João Paulo II encobriu, Gądecki argumenta que "ser pastor da Igreja nos tempos em que a Polônia fazia parte do bloco soviético significou enfrentar desafios difíceis".

"Deve-se levar em conta também que naquela época, não só na Polônia, havia leis diferentes das de hoje, e que a consciência social e as formas de resolver os problemas eram diferentes", acrescentou o arcebispo em seu comunicado.

Ele descreve João Paulo II como “um dos maiores papas e um dos maiores poloneses” que “foi e continua sendo uma referência moral e um mestre da fé”.

Por sua vez, o arcebispo de Cracóvia, dom Marek Jędraszewski, comparou as acusações contra João Paulo II com a tentativa de assassinato que o pontífice sofreu em 1981 e relacionou os casos de pedofilia a "uma campanha para destruir a memória de João Paulo II" ao ter "lutado contra os defensores do aborto, da ideologia de gênero e da eutanásia".

O porta-voz do governo polonês, Piotr Müller, anunciou quinta-feira que será apresentada ao Parlamento uma resolução para "defender o bom nome de João Paulo II".

Leia mais