O Kremlin agora está pedindo ajuda ao Papa, que aguarda desde 25 de fevereiro uma ligação de Putin

Kremlin de Moscou (Foto: Svetlana Tikhonova | Public Domain Pictures)

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14 Junho 2022

 

De acordo com a Ria Novosti - Rádio Sputnik, a Federação Russa apoia a mediação do Vaticano na resolução do conflito na Ucrânia, afirmou Alexei Paramonov, diretor do primeiro departamento europeu do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Segundo o diplomata, o Vaticano tem repetidamente demonstrado sua disposição para promover a paz e o fim das hostilidades na Ucrânia.

 

A reportagem é publicada por Il Sismografo, 13-06-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

O funcionário, conhecido por outras declarações ofensivas e ameaçadoras contra a Itália e a Europa, agora ressalta: "A liderança do Vaticano declarou repetidamente sua disposição de fornecer toda possível assistência para alcançar a paz e interromper as hostilidades na Ucrânia. Essas declarações são confirmadas na prática. Mantemos um diálogo aberto e confiante sobre uma série de questões, principalmente relacionadas à situação humanitária na Ucrânia".

 

Ele observou que as iniciativas do Papa podem ser solicitadas em determinadas circunstâncias, pois ele goza de grande autoridade. “Todas as iniciativas da Santa Sé e do Papa Francisco que podem levar à paz na Europa são percebidas com grande respeito e, naturalmente, podem ser solicitadas caso se apresentarem as condições apropriadas”, ressaltou o diplomata. No entanto, Paramonov acrescentou que "na Ucrânia estamos lidando com pessoas alheias a qualquer autoridade".

 

O único problema que Alexei Paramonov finge esquecer é muito simples: o Papa Francisco desde 25 de fevereiro pediu repetidamente para falar com Vladimir Putin. O próprio Santo Padre, no dia 3 de maio passado, falou a respeito com o Corriere della Sera: "O Pontífice lista todas as tentativas e repete várias vezes que está pronto para ir a Moscou".

 

“No primeiro dia de guerra liguei para o presidente ucraniano Zelensky - diz o Papa Francisco – mas não liguei para Putin. Tinha conversado com ele em dezembro no meu aniversário, mas desta vez não, não liguei. Queria fazer um gesto claro que o mundo inteiro veria e por isso eu fui ao embaixador russo. Pedi que me explicassem, e lhes disse ‘por favor, parem’. Depois disse ao cardeal Parolin, depois de vinte dias de guerra, que fizesse chegar a Putin a mensagem de que eu estava disposto a ir a Moscou. Claro, era necessário que o líder do Kremlin concedesse alguma janelinha. Ainda não recebemos resposta e continuamos insistindo, mesmo que eu tema que Putin não possa e nem queira ter esse encontro agora. Mas tanta brutalidade, como não tentar pará-la?".

 

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