26 Mai 2020
Novo relatório destaca importância desses ecossistemas para proteger espécies do planeta; mico-leão-de-cara-dourada, no Brasil, é um dos exemplos do risco de extinção; cerca de 420 milhões de hectares foram destruídos desde 1990, mas taxa de desmatamento anual diminuiu.
A reportagem foi publicada por ONU News, 25-05-2020.
É preciso tomar ação urgente para se proteger a biodiversidade das florestas devido a taxas alarmantes de desmatamento e degradação, segundo a última edição do relatório Estado das Florestas do Mundo.
Publicada no Dia Internacional da Biodiversidade, a pesquisa mostra que cerca de 420 milhões de hectares de floresta foram perdidos desde 1990, mas a taxa de desmatamento anual diminuiu nas últimas três décadas.
Estes ecossistemas abrigam a maior parte das espécies do planeta, com cerca de 60 mil espécies de árvores, 80% de todos os anfíbios, 75% das aves e 68% dos mamíferos.
Um dos exemplos destacados no relatório é o mico-leão-de-cara-dourada, do Brasil. O relatório afirma que a floresta da região está muito fragmentada, devido a décadas de desmatamento, e por isso o animal corre risco de extinção. Nesse momento, é estimada uma população entre 6 mil e 15 mil micos.
A maioria se encontra na Reserva Biológica de Una. Apesar de poderem viver em plantações recentes com algumas árvores mais velhas, não sobrevivem em regiões sem árvores de grande porte, onde precisam dormir durante a noite para sobreviver a predadores.
A proteção destes ecossistemas também tem uma importância econômica. As florestas fornecem mais de 86 milhões de empregos. Daqueles que vivem em extrema pobreza, mais de 90% dependem destes recursos para sua subsistência. Esse número inclui 8 milhões de pessoas na América Latina.
O relatório destaca que mais de metade das florestas de todo o mundo podem ser encontradas em apenas cinco países: Brasil, Canadá, China, Estados Unidos e Rússia.
Apesar da desaceleração da taxa de desmatamento, cerca de 10 milhões de hectares ainda estão sendo perdidos a cada ano através da conversão para agricultura e outros usos da terra.
Os fogos florestais são outra ameaça. Cerca de 90% são contidos imediatamente, mas os 10% que não são controlados são responsáveis por 90% da área queimada.
A pesquisa destaca grandes fogos que ocorreram em 2019, como na Amazônia e na Austrália, dizendo que “causam grandes perdas de vidas humanas e animais, propriedades e bens econômicos e ambientais.”
O relatório foi produzido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, em parceria, pela primeira vez, com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.
Em nota conjunta, os chefes das agências, Qu Dongyu e Inger Andersen, disseram que “são precisas mudanças transformadoras na maneira como se produz e consome alimentos.” Além disso, é necessário adotar um modelo de gestão integrada e reparar os danos causados nas últimas décadas.
O relatório aponta ainda alguns avanços de conservação. Nesse momento, mais de 30% de todas as florestas tropicais fazem parte de áreas protegidas.
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Com 10 milhões de hectares perdidos todos os anos, proteção de florestas é fundamental para salvar biodiversidade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU