Cerca de 130 líderes de pastorais de jovens de mais de 60 dioceses espalhadas pelos Estados Unidos reuniram-se no Santuário Nacional de São João Paulo II, em Washington, de 15 a 17 de maio, para o National Young Adult Ministry Summit, para discutir as melhores formas de abordar jovens adultos.

O encontro, coordenado pelo Conselho Consultivo do Ministério Jovem da Conferência Episcopal dos EUA, segundo um jovem líder, foi "um momento único na história da Igreja", levando ao sínodo de outubro sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

A reportagem é de Kelly Sankowski, publicada por Catholic News Service, 22-05-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Jonathan Lewis, líder do evento e diretor-executivo de evangelização, da pastoral de jovens e das capelanias da arquidiocese de Washington, disse que historicamente há uma forte cultura desse tipo de pastoral na vida da Igreja, mas não se vê o mesmo investimento na pastoral profissional para jovens adultos.

Com as recentes mudanças culturais, sociais e econômicas da sociedade, os jovens muitas vezes "vivem uma época instável da vida", na qual administram dívidas, discernem sua vocação e mudam-se muitas vezes, observou Lewis.

O encontro alternou entre grandes sessões plenárias e sessões menores com vários temas, como o evangelismo digital, as realidades atuais na compreensão e alcance à geração Z, começando com a pastoral de jovens, competência intercultural e alcançando jovens adultos em eventos atuais.

"O que eu mais gostei foi de uma conversa", disse Alison Pope, líder paroquial da Diocese de San Angelo, no Texas.

Em vez de um especialista dizendo o que todo mundo têm de fazer, segundo Pope, os participantes reconheceram que ninguém tinha a resposta e dialogaram "de verdade, em que todos foram ouvidos, sejam 'especialistas' ou não".

"Estávamos mesmo perdendo a igreja jovem em Nevada", disse Christina Davis, diretora da pastoral de jovens e jovens adultos na Diocese de Reno. "Quando eu ia às paróquias, raramente via jovens".

Depois de rodas de conversa na diocese, descobriram que muitos jovens não se sentiam bem recebidos e não encontravam lugar na Igreja.

Apesar de grande parte do debate sobre os jovens adultos concentrar-se em como fazê-los voltar à Igreja, um dos participantes mencionou que "precisamos ter a mesma conversa sobre o que fazer para que eles não saiam".

Os participantes da reunião servem diferentes populações: um padre vem de Fairbanks, Alasca, e serve populações nativas na sua diocese; líderes da arquidiocese de serviços militares servem jovens de todo o mundo e participantes de cidades como Chicago e Boston servem várias culturas num contexto urbano.

Mesmo que os cenários das pastorais pareçam muito diferentes, o padre norbertino Graham Golden, da arquidiocese de Santa Fé, Novo México, afirma: "Apesar das comunidades em que trabalhamos serem tão diversas e diferentes, nossa forma de olhar é parecida".

A reunião "realmente reforçou para mim que, mesmo que a população com que se trabalhe seja única, pastoral é pastoral", disse, acrescentando que todos compartilham a ideia de "conhecer pessoas onde estão" e então "empoderá-las a compartilhar lá fora o que encontraram".

Alejandra Bravo, uma hispânica especialista em pastoral de jovens e jovens adultos da arquidiocese de Denver, disse que o encontro demonstrou a necessidade e a possibilidade de integração e colaboração entre os líderes.

"Estou muito animada e esperançosa", revelou. "Embora tenhamos realidades diferentes, temos semelhanças... todos desejamos ter um encontro com Deus. Todos os jovens adultos, independentemente da raça ou da etnia, desejam a mesma coisa".

O bispo auxiliar de Washington, Mario Dorsonville, que celebrou uma missa para o grupo no dia 17 de maio, disse, em uma homilia: "Vocês não têm nas mãos apenas o futuro da Igreja; vocês têm nas mãos o presente da Igreja".

Muitos dos participantes discutiram a importância de fortalecer os jovens adultos para que, quando eles se casem e constituam família, estejam preparados para transmitir a fé aos filhos.

"Ao fortalecer os jovens adultos, geram-se casamentos mais fortes, famílias mais fortes, mais batismos" e, por fim, uma Igreja mais forte, afirmou Gabriela Karaszewski, da arquidiocese de Galveston-Houston.

Christina Hannon, responsável pelas questões dos jovens adultos da Coalition With Young Adults de Cleveland, disse que como ela é a única funcionária de sua organização a reunião foi útil.

"É incrível ver todas as pessoas no país todo trabalhando nisso de formas tão diferentes e tão apaixonadas", afirmou. "É um grande incentivo saber que não estou sozinha".

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