O Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas publicou a sexta versão do "Boletim Especial Mulheres no Mercado de Trabalho". O texto traz dados relativos aos anos de 2012, 2020 e 2021, sendo 2021 o último ano com dados disponíveis. O momento é oportuno pois ocorre em Março o Dia Internacional de Mulher, data que visa marcar a luta continua das mulheres por uma sociedade igualitária entre os gêneros.
No mês de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. O início deste processo foi demarcado “por fortes movimentos de reivindicação política, trabalhista, greves, passeatas e muita perseguição policial”. Desta forma este dia “simboliza a busca de igualdade social entre homens e mulheres, em que as diferenças biológicas sejam respeitadas, mas não sirvam de pretexto para subordinar e inferiorizar a mulher”. (BLAY et al., 2001)1.
Esta sexta Carta Especial constitui-se de uma colaboração para que se possa ampliar e atualizar o debate sobre a mulher no mercado de trabalho. O “Boletim Especial sobre as Mulheres no Mercado de Trabalho”, produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, apresenta os dados gerais, bem como a participação da força de trabalho feminina no mercado formal de trabalho. Este material é elaborado a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). As informações dizem respeito aos anos de 2012, 2020 e 2021, este, último dado divulgado. Como recorte metodológico selecionou-se quatro regiões geográficas (Brasil, Rio Grande do Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre, e o município de Canoas) para realizar a pesquisa, da mesma forma que se escolheu os níveis de escolaridade: Médio completo e Superior completo, para análise. Nesta edição busca-se saber informações sobre a quantidade de vínculos, sobre a variação em comparação ao ano anterior e em 10 anos, e a participação do trabalho das mulheres.
Espera-se com material visualizar o papel das mulheres no mercado de trabalho formal no sentido de problematizar a contribuição da força de trabalho
feminina, assim como se colocar em diálogo com gestor público, o setor produtivo (empresários e trabalhadores), com a sociedade organizada e a comunidade acadêmica. A expectativa é encontrar leitores atentos, ao mesmo tempo, em que se possa contribui para o aumento do bem estar de toda a comunidade.
Convidando todas e todos para assistirem o IHU Ideias intitulado O aumento dos Feminicídios no Rio Grande do Sul e no Brasil que ocorre no dia 09/03 às 17:30h via YouTube com a Dra. Suelen Aires Gonçalves da Secretária de Políticas Públicas para Mulheres de São Leopoldo e com a advogada criminalista Renata de Castilho. Você pode acessar e ativar um lembrete clicando aqui ou acessando o vídeo abaixo.
O número de estabelecimentos formais de trabalho cresceu 1,60% no Vale do Sinos de 2012 a 2015, com destaque para a construção civil, que obteve aumento de 30,11%. No entanto, vínculos formais foram reduzidos em 4,26%, sendo uma das ocupações com maior redução a de operadores de telemarketing, -59,12%.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS do Ministério do Trabalho para verificar a movimentação no mercado de trabalho no Vale do Sinos quanto ao perfil dos trabalhadores e estabelecimentos formais em 2015.
Em 2012, conforme dados da RAIS, o Vale do Sinos obtinha 380.131 trabalhadores e 32.976 estabelecimentos formais. Em 2015, o número de trabalhadores foi reduzido para 363.933 e o de estabelecimentos subiu para 33.505. Para além do número absoluto de trabalhadores e estabelecimentos, o perfil destes também se alterou ao longo do período de 2010/2012 a 2015.
A tabela 01 apresenta o número de vínculos e estabelecimentos formais de trabalho no Vale do Sinos em 2012 e em 2015. Apenas 4 municípios obtiveram aumento de vínculos, enquanto 11 apresentam aumento de estabelecimentos no período.
Em Campo Bom, Novo Hamburgo e Sapiranga, municípios vizinhos, houve queda percentual de vínculos e de estabelecimentos, sendo a mais notável em Novo Hamburgo, município no qual a redução de estabelecimentos chegou a -2,05% e a de vínculos, a -5,43%.
A tabela 02 apresenta o número de vínculos dos estabelecimentos formais de trabalho no Vale do Sinos em 2010 e em 2015. Nota-se uma diminuição dos vínculos por estabelecimentos, com redução no número de estabelecimentos com mais de 50 empregados formais.
Tal redução acarreta outra realidade, que é a diminuição das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA, já que a obrigatoriedade da CIPA dá-se através do número de vínculos formais em cada estabelecimento que, de forma geral, corresponde a no mínimo 20 vínculos. Assim, o aumento de estabelecimentos com menos de 20 vínculos também aumenta o número de estabelecimentos sem CIPA, da mesma forma que a redução do número de estabelecimentos com mais vínculos implica em redução de estabelecimentos com estas comissões.
A maior queda do número de estabelecimentos foi justamente entre os maiores estabelecimentos, com destaque para redução de 16,13% nos estabelecimentos com 1.000 ou mais empregados.
O maior aumento, por sua vez, foi em estabelecimentos com 10 a 19 empregados: 12,77%, seguido pelos estabelecimentos sem empregados, cujo percentual cresceu 12,28%.
A tabela 03 apresenta a variação do número de estabelecimentos formais nos subsetores econômicos de 2010 a 2015 no Vale do Sinos. O subsetor que obteve o maior crescimento percentual foi o da construção civil, com 30,11%.
A tabela 04 apresenta a variação de 10 ocupações formais, conforme a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO Família, que aumentaram e reduziram postos de emprego, percentualmente, de 2012 a 2015 no Vale do Sinos. Destaca-se a ocupação de operadores de telemarketing, que reduziu em 59,12% em apenas três anos, passando de 3.897 vínculos para 1.593 em 2015.
A ocupação de profissionais de direitos autorais e de avaliação de produtos dos meios de comunicação, que tinha 15 vínculos em 2012, não obteve nenhum vínculo em 2015. Por outro lado, a ocupação de técnicos marítimos, fluviários e regionais de máquinas passou de 1 para 10 vínculos.
A tabela 05 apresenta o sexo dos vínculos de trabalho formal nos territórios do Vale do Sinos em 2012 e em 2015. A redução percentual de vínculos foi maior entre os homens do que entre as mulheres na região.
Canoas destaca-se quanto à redução de vínculos ocupados por homens, -12,28%, frente ao aumento de vínculos femininos, 4,61%. No entanto, outros municípios também obtiveram aumento de postos ocupados por mulheres e redução por homens: Estância Velha e Sapucaia do Sul.
A tabela 06 apresenta a variação dos vínculos formais de trabalho nos territórios do Vale do Sinos de 2012 a 2015 por faixa etária. Os maiores aumentos ocorreram nas faixas etárias de 10 a 14 e de 65 anos ou mais.
A faixa etária de 10 a 14 anos apresentou aumento de 53,51% na região nos últimos 13 anos, seguida por aumento de 39% na faixa de 65 anos ou mais. Nesta última, todos os municípios da região apresentaram aumento percentual do número de vínculos formais de trabalho.
Em Araricá, o número de trabalhadores com 65 anos ou mais dobrou nos últimos 3 anos, e na região como um todo passou de 2.482 em 2012 para 3.450 em 2016.
A maior redução percentual ocorreu entre os trabalhadores de 18 a 29 anos, 13,80%. Em Esteio, a redução nesta faixa etária foi de 26,73%. No município, os vínculos nas faixas etárias de 15 a 17, 30 a 39 e 40 a 49 anos também foram reduzidos.
Por Matheus Nienow e Marilene Maia