No Vale do Sinos, postos de emprego aumentaram em outubro, com destaque à construção civil. Setor tem sido a aposta para retomar o crescimento do país, mas é a atividade econômica que mais mata trabalhadores no Brasil, conforme pesquisas.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessa, mensalmente, os dados da movimentação no mercado formal de trabalho nos territórios do Vale do Sinos a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho – MTE.
A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho em outubro de 2016 nos territórios do Vale do Sinos. Destaca-se aumento de 979 postos de emprego no mês e 951 no acumulado do ano.
Ainda assim, nos últimos 12 meses, há redução de 6.707 postos de emprego, dos quais 1.559 em Novo Hamburgo, município com a maior redução na região. Neste período, São Leopoldo e Sapucaia do Sul possuem a segunda e a terceira maiores reduções, com -1.317 e -1.214, respectivamente.
No mês de outubro de 2016, São Leopoldo apresentou o maior aumento de postos de emprego: 489 frente a 440 em Canoas e 178 em Nova Hartz. Novo Hamburgo novamente registrou a maior queda, com 123 postos reduzidos.
A tabela 02 apresenta a movimentação no subsetor da construção civil no mercado formal de trabalho em outubro de 2016 nos territórios do Vale do Sinos. Este subsetor apresentou aumento de 467 postos no último mês.
Canoas foi o município responsável pelo aumento, com criação de 600 postos no mês. No acumulado anual, o município registra alta de 443 postos e nos últimos 12 meses, 414 postos.
Dos 14 municípios da região, metade obteve queda de postos de emprego neste setor econômico, mas a mais acentuada ocorreu em Nova Santa Rita, onde houve redução de 109 postos.
O setor da construção civil tem sido aposta para retomar o crescimento e a geração de empregos no país. Segundo os indicadores oficiais disponíveis, a construção civil é a atividade econômica que mais mata trabalhadores no Brasil.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow
O número de estabelecimentos formais de trabalho cresceu 1,60% no Vale do Sinos de 2012 a 2015, com destaque para a construção civil, que obteve aumento de 30,11%. No entanto, vínculos formais foram reduzidos em 4,26%, sendo uma das ocupações com maior redução a de operadores de telemarketing, -59,12%.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS do Ministério do Trabalho para verificar a movimentação no mercado de trabalho no Vale do Sinos quanto ao perfil dos trabalhadores e estabelecimentos formais em 2015.
Em 2012, conforme dados da RAIS, o Vale do Sinos obtinha 380.131 trabalhadores e 32.976 estabelecimentos formais. Em 2015, o número de trabalhadores foi reduzido para 363.933 e o de estabelecimentos subiu para 33.505. Para além do número absoluto de trabalhadores e estabelecimentos, o perfil destes também se alterou ao longo do período de 2010/2012 a 2015.
A tabela 01 apresenta o número de vínculos e estabelecimentos formais de trabalho no Vale do Sinos em 2012 e em 2015. Apenas 4 municípios obtiveram aumento de vínculos, enquanto 11 apresentam aumento de estabelecimentos no período.
Em Campo Bom, Novo Hamburgo e Sapiranga, municípios vizinhos, houve queda percentual de vínculos e de estabelecimentos, sendo a mais notável em Novo Hamburgo, município no qual a redução de estabelecimentos chegou a -2,05% e a de vínculos, a -5,43%.
A tabela 02 apresenta o número de vínculos dos estabelecimentos formais de trabalho no Vale do Sinos em 2010 e em 2015. Nota-se uma diminuição dos vínculos por estabelecimentos, com redução no número de estabelecimentos com mais de 50 empregados formais.
Tal redução acarreta outra realidade, que é a diminuição das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA, já que a obrigatoriedade da CIPA dá-se através do número de vínculos formais em cada estabelecimento que, de forma geral, corresponde a no mínimo 20 vínculos. Assim, o aumento de estabelecimentos com menos de 20 vínculos também aumenta o número de estabelecimentos sem CIPA, da mesma forma que a redução do número de estabelecimentos com mais vínculos implica em redução de estabelecimentos com estas comissões.
A maior queda do número de estabelecimentos foi justamente entre os maiores estabelecimentos, com destaque para redução de 16,13% nos estabelecimentos com 1.000 ou mais empregados.
O maior aumento, por sua vez, foi em estabelecimentos com 10 a 19 empregados: 12,77%, seguido pelos estabelecimentos sem empregados, cujo percentual cresceu 12,28%.
A tabela 03 apresenta a variação do número de estabelecimentos formais nos subsetores econômicos de 2010 a 2015 no Vale do Sinos. O subsetor que obteve o maior crescimento percentual foi o da construção civil, com 30,11%.
A tabela 04 apresenta a variação de 10 ocupações formais, conforme a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO Família, que aumentaram e reduziram postos de emprego, percentualmente, de 2012 a 2015 no Vale do Sinos. Destaca-se a ocupação de operadores de telemarketing, que reduziu em 59,12% em apenas três anos, passando de 3.897 vínculos para 1.593 em 2015.
A ocupação de profissionais de direitos autorais e de avaliação de produtos dos meios de comunicação, que tinha 15 vínculos em 2012, não obteve nenhum vínculo em 2015. Por outro lado, a ocupação de técnicos marítimos, fluviários e regionais de máquinas passou de 1 para 10 vínculos.
A tabela 05 apresenta o sexo dos vínculos de trabalho formal nos territórios do Vale do Sinos em 2012 e em 2015. A redução percentual de vínculos foi maior entre os homens do que entre as mulheres na região.
Canoas destaca-se quanto à redução de vínculos ocupados por homens, -12,28%, frente ao aumento de vínculos femininos, 4,61%. No entanto, outros municípios também obtiveram aumento de postos ocupados por mulheres e redução por homens: Estância Velha e Sapucaia do Sul.
A tabela 06 apresenta a variação dos vínculos formais de trabalho nos territórios do Vale do Sinos de 2012 a 2015 por faixa etária. Os maiores aumentos ocorreram nas faixas etárias de 10 a 14 e de 65 anos ou mais.
A faixa etária de 10 a 14 anos apresentou aumento de 53,51% na região nos últimos 13 anos, seguida por aumento de 39% na faixa de 65 anos ou mais. Nesta última, todos os municípios da região apresentaram aumento percentual do número de vínculos formais de trabalho.
Em Araricá, o número de trabalhadores com 65 anos ou mais dobrou nos últimos 3 anos, e na região como um todo passou de 2.482 em 2012 para 3.450 em 2016.
A maior redução percentual ocorreu entre os trabalhadores de 18 a 29 anos, 13,80%. Em Esteio, a redução nesta faixa etária foi de 26,73%. No município, os vínculos nas faixas etárias de 15 a 17, 30 a 39 e 40 a 49 anos também foram reduzidos.
Por Matheus Nienow e Marilene Maia
Estima-se que 206 mil pessoas estejam desempregadas na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA em novembro de 2016, o que indica 10,8% da população economicamente ativa. De outubro a novembro, houve redução de 1,4% no nível de ocupação, ocorrendo redução de 7,6% na indústria de transformação, ou seja, menos 22 mil ocupados.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, compartilha a nota da Fundação de Economia e Estatística – FEE sobre a movimentação no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre em novembro de 2016.
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) se manteve estável em novembro de 2016, enquanto o nível ocupacional voltou a se retrair. O rendimento médio real referente ao mês de outubro de 2016 apresentou variações positivas para os ocupados e para os assalariados. Os dados integram a Pesquisa de Emprego e Desemprego, divulgada nesta segunda-feira (19), pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Ao todo, estima-se que 206 mil pessoas estejam desempregadas, o que corresponde a 10,8% da População Economicamente Ativa. O resultado sinaliza uma redução de três mil indivíduos em relação ao mês anterior e decorre da redução da ocupação (menos 25 mil pessoas, -1,4%) ter sido inferior ao número de pessoas que saíram do mercado de trabalho (menos 28 mil, -1,4%). Para a economista da FEE Iracema Castelo Branco, Coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística, “O nível ocupacional continua se retraindo em consequência da recessão econômica, desestimulando a procura por trabalho. A saída de pessoas do mercado de trabalho tem arrefecido o crescimento da taxa de desemprego”.
Com relação aos setores de atividade econômica, novembro registrou diminuição do nível ocupacional na indústria de transformação (menos 22 mil ocupados, ou -7,6%), no comércio; no setor de reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 8 mil ocupados, ou -2,3%), e na construção (menos 5 mil ocupados, ou -3,8%). Por outro lado, houve aumento nos serviços, com mais 14 mil ocupados (1,5%).
Houve redução de 32 mil (-2,7%) postos de trabalho assalariado, principalmente no setor privado (menos 24 mil), e, em menor proporção, no setor público (menos 7 mil, ou -3,5%). Novembro registra também retração dos empregos com carteira (menos 20 mil, ou -2,2%) e, em menor medida, do sem carteira (menos 4 mil, ou -4,2%). Houve aumento no emprego doméstico (mais 4 mil, ou 4,1%) e no agregado demais posições, que inclui empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, etc. (mais 2 mil, ou 1,1%), além de variação positiva entre os trabalhadores autônomos (mais 1 mil, ou 0,4%).
Entre setembro e outubro de 2016, o rendimento médio real apresentou variação positiva tanto para o total de ocupados (0,9%) quanto para os assalariados (0,4%). O salário médio é de R$ 1.860 reais.
Entre novembro de 2015 e novembro de 2016, a taxa de desemprego total na RMPA aumentou de 10,2% para 10,8% da População Economicamente Ativa. Na comparação anual, o contingente de desempregados aumentou em 11 mil pessoas. Esse resultado deve-se à redução do nível de ocupação (menos 15 mil postos de trabalho, ou -0,9%) ter sido superior à saída de pessoas do mercado de trabalho da Região (menos 4 mil, ou -0,2%).
Na comparação de 12 meses observa-se decréscimo de 0,9% no nível ocupacional. Setorialmente, esse resultado decorre de reduções nos serviços (menos 29 mil ocupados, ou -2,9%) e na indústria de transformação (menos 3 mil ocupados, ou -1,1%) e do aumento nas contratações no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 20 mil ocupados, ou 6,3%) e na construção (mais 3 mil ocupados, ou 2,4%).
Entre outubro de 2015 e outubro de 2016, houve redução dos rendimentos médios reais de ocupados (-10,3%), assalariados (-5,1%) e autônomos (-8,7%).
“Diante da perspectiva de um cenário de fraco crescimento econômico para 2017, a tendência mais provável é de que a taxa de desemprego se mantenha elevada, o que contribui para um agravamento do processo de deterioração do mercado de trabalho”, analisa Iracema Castelo Branco. “Essa conjuntura reforça a necessidade de um acompanhamento sistemático dos indicadores do mercado de trabalho, realizada, há 25 anos, pela FEE e parceiros, através da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA)”, ressalta a economista.