O “Ciclo de Debates Eleições 2022 em perspectiva: as desigualdades na Região Metropolitana de Porto Alegre”, realizado ao longo de 2022, teve seus temas aprofundados por meio do livro digital (e-book) publicado e disponível gratuitamente via link de acesso ou abaixo. No livro estão apresentados os debates nos seis encontros realizados. O evento foi promovido pelo programa ObservaSinos (Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos), um programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, e pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas e contou com apoio da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul).
O ciclo de debates buscou discutir as desigualdades à luz do processo eleitoral brasileiro de 2022, trazendo diferentes abordagens, dados, análises e perspectivas sobre o tema de uma forma transdisciplinar. Ao apresentar os diálogos transcritos e revisados pelos autores em e-book é oportunizado aprofundamento dos temas, dados, desafios e perspectivas.
Os debates construídos no Ciclo apontaram realidades de desigualdades reveladas na Região Metropolitana de Porto Alegre e no Brasil: renda, fome, desemprego, miséria e violação de direitos fundamentais. Foram indicadas agendas políticas e técnicas para estas análises e possíveis intervenções nas diferentes esferas municipais, estadual e nacional. É indispensável a ampliação do debate e da análise destas realidades com a participação do Estado e, em especial, pela sociedade civil.
No Vale do Sinos, postos de emprego aumentaram em outubro, com destaque à construção civil. Setor tem sido a aposta para retomar o crescimento do país, mas é a atividade econômica que mais mata trabalhadores no Brasil, conforme pesquisas.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessa, mensalmente, os dados da movimentação no mercado formal de trabalho nos territórios do Vale do Sinos a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho – MTE.
A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho em outubro de 2016 nos territórios do Vale do Sinos. Destaca-se aumento de 979 postos de emprego no mês e 951 no acumulado do ano.
Ainda assim, nos últimos 12 meses, há redução de 6.707 postos de emprego, dos quais 1.559 em Novo Hamburgo, município com a maior redução na região. Neste período, São Leopoldo e Sapucaia do Sul possuem a segunda e a terceira maiores reduções, com -1.317 e -1.214, respectivamente.
No mês de outubro de 2016, São Leopoldo apresentou o maior aumento de postos de emprego: 489 frente a 440 em Canoas e 178 em Nova Hartz. Novo Hamburgo novamente registrou a maior queda, com 123 postos reduzidos.
A tabela 02 apresenta a movimentação no subsetor da construção civil no mercado formal de trabalho em outubro de 2016 nos territórios do Vale do Sinos. Este subsetor apresentou aumento de 467 postos no último mês.
Canoas foi o município responsável pelo aumento, com criação de 600 postos no mês. No acumulado anual, o município registra alta de 443 postos e nos últimos 12 meses, 414 postos.
Dos 14 municípios da região, metade obteve queda de postos de emprego neste setor econômico, mas a mais acentuada ocorreu em Nova Santa Rita, onde houve redução de 109 postos.
O setor da construção civil tem sido aposta para retomar o crescimento e a geração de empregos no país. Segundo os indicadores oficiais disponíveis, a construção civil é a atividade econômica que mais mata trabalhadores no Brasil.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow
Estima-se que 206 mil pessoas estejam desempregadas na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA em novembro de 2016, o que indica 10,8% da população economicamente ativa. De outubro a novembro, houve redução de 1,4% no nível de ocupação, ocorrendo redução de 7,6% na indústria de transformação, ou seja, menos 22 mil ocupados.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, compartilha a nota da Fundação de Economia e Estatística – FEE sobre a movimentação no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre em novembro de 2016.
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) se manteve estável em novembro de 2016, enquanto o nível ocupacional voltou a se retrair. O rendimento médio real referente ao mês de outubro de 2016 apresentou variações positivas para os ocupados e para os assalariados. Os dados integram a Pesquisa de Emprego e Desemprego, divulgada nesta segunda-feira (19), pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Ao todo, estima-se que 206 mil pessoas estejam desempregadas, o que corresponde a 10,8% da População Economicamente Ativa. O resultado sinaliza uma redução de três mil indivíduos em relação ao mês anterior e decorre da redução da ocupação (menos 25 mil pessoas, -1,4%) ter sido inferior ao número de pessoas que saíram do mercado de trabalho (menos 28 mil, -1,4%). Para a economista da FEE Iracema Castelo Branco, Coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística, “O nível ocupacional continua se retraindo em consequência da recessão econômica, desestimulando a procura por trabalho. A saída de pessoas do mercado de trabalho tem arrefecido o crescimento da taxa de desemprego”.
Com relação aos setores de atividade econômica, novembro registrou diminuição do nível ocupacional na indústria de transformação (menos 22 mil ocupados, ou -7,6%), no comércio; no setor de reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 8 mil ocupados, ou -2,3%), e na construção (menos 5 mil ocupados, ou -3,8%). Por outro lado, houve aumento nos serviços, com mais 14 mil ocupados (1,5%).
Houve redução de 32 mil (-2,7%) postos de trabalho assalariado, principalmente no setor privado (menos 24 mil), e, em menor proporção, no setor público (menos 7 mil, ou -3,5%). Novembro registra também retração dos empregos com carteira (menos 20 mil, ou -2,2%) e, em menor medida, do sem carteira (menos 4 mil, ou -4,2%). Houve aumento no emprego doméstico (mais 4 mil, ou 4,1%) e no agregado demais posições, que inclui empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, etc. (mais 2 mil, ou 1,1%), além de variação positiva entre os trabalhadores autônomos (mais 1 mil, ou 0,4%).
Entre setembro e outubro de 2016, o rendimento médio real apresentou variação positiva tanto para o total de ocupados (0,9%) quanto para os assalariados (0,4%). O salário médio é de R$ 1.860 reais.
Entre novembro de 2015 e novembro de 2016, a taxa de desemprego total na RMPA aumentou de 10,2% para 10,8% da População Economicamente Ativa. Na comparação anual, o contingente de desempregados aumentou em 11 mil pessoas. Esse resultado deve-se à redução do nível de ocupação (menos 15 mil postos de trabalho, ou -0,9%) ter sido superior à saída de pessoas do mercado de trabalho da Região (menos 4 mil, ou -0,2%).
Na comparação de 12 meses observa-se decréscimo de 0,9% no nível ocupacional. Setorialmente, esse resultado decorre de reduções nos serviços (menos 29 mil ocupados, ou -2,9%) e na indústria de transformação (menos 3 mil ocupados, ou -1,1%) e do aumento nas contratações no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 20 mil ocupados, ou 6,3%) e na construção (mais 3 mil ocupados, ou 2,4%).
Entre outubro de 2015 e outubro de 2016, houve redução dos rendimentos médios reais de ocupados (-10,3%), assalariados (-5,1%) e autônomos (-8,7%).
“Diante da perspectiva de um cenário de fraco crescimento econômico para 2017, a tendência mais provável é de que a taxa de desemprego se mantenha elevada, o que contribui para um agravamento do processo de deterioração do mercado de trabalho”, analisa Iracema Castelo Branco. “Essa conjuntura reforça a necessidade de um acompanhamento sistemático dos indicadores do mercado de trabalho, realizada, há 25 anos, pela FEE e parceiros, através da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA)”, ressalta a economista.