Por: André | 26 Novembro 2014
Jorge Aguilera González, advogado de “Daniel”, enviou o seguinte texto ao Religión Digital para que o nosso sítio possa servir de alto-falante para a vítima de supostos abusos sexuais perpetrados por parte de três sacerdotes e um leigo, desde este meio-dia presos e que estão sendo transferidos a algumas residências onde aconteceram esses abusos. Por seu interesse, reproduzimos, na sequência, seu conteúdo na íntegra.
A reportagem é de Jesús Bastante e publicada no sítio Religión Digital, 24-11-2014. A tradução é de André Langer.
“Diante das notícias que apareceram em diversos meios de comunicação social sobre o caso dos abusos sexuais contra menores, supostamente cometidos por vários sacerdotes da Arquidiocese de Granada e um leigo, seguindo instruções expressas da pessoa denunciante, como seu advogado, tenho que fazer as seguintes manifestações públicas:
1ª. O denunciante, livre e voluntariamente, seguindo os ditados da sua própria consciência, como batizado e membro da Igreja católica, decidiu, por própria e exclusiva vontade, informar por escrito ao Santo Padre Francisco sobre os abusos sexuais reiterados dos quais foi vítima, sendo menor de idade, por um grupo de sacerdotes e por um leigo, todos eles da Arquidiocese de Granada, fatos conhecidos por outros sacerdotes e alguns outros integrantes do mesmo grupo.
A intenção do denunciante quando se dirigiu por escrito ao Santo Padre Francisco foi a de seguir sua própria consciência e liberdade responsável, sem vontade de causar dano algum à Igreja, a que quer profundamente, pois sua única motivação foi e é a de manifestar, após um difícil processo interior, os fatos criminosos dos quais, segundo ele, foi vítima sendo menor de idade por parte dessas pessoas e encobertos por outros conhecedores dos mesmos e também com a vontade de evitar que pudessem ser cometidos com outras pessoas.
2ª. Os fatos denunciados estão sendo investigados tanto pela Autoridade Judicial como pela Santa Sé Apostólica, cada qual em sua esfera de competência, reservadamente, e com respeito tanto aos direitos do denunciante como aos dos denunciados ou imputados. O denunciante colocou toda a sua confiança nestas autoridades e na Promotoria, que foi o eficaz impulsionador da denúncia aos Tribunais, a fim de que resplandeça a verdade e se depurem as responsabilidades correspondentes, de forma também que se evitem a outras pessoas sofrimentos como os sofridos pelo denunciante e para que se repare o dano causado e pelo bem da Igreja e de toda a sociedade, pois essa é sua obrigação também como cidadão.
3ª. O denunciante pede aos meios de comunicação que, mesmo apreciando muito sua tarefa, respeitem seu direito à intimidade, em particular quanto à difusão de seus dados de caráter pessoal, que estão especialmente protegidos, e que cesse também a difusão de outros dados que lhe dizem respeito pessoalmente, em concreto o texto enviado ao Santo Padre Francisco, cujo emprego e divulgação não autorizou. Tais documentos estão especialmente protegidos tanto pelo Juizado que instrui as diligências como pela Congregação para a Doutrina da Fé da Santa Sé.
4ª. Por último, quer agradecer publicamente ao Santo Padre Francisco o seu apoio e carinho, oferecer sua oração diária por ele; à Igreja espanhola, sua decidida vontade de fazer cessar fatos como esses que, infelizmente, tocaram a ele viver assim como sua colaboração com a Justiça ordinária; e à Polícia, Promotoria e ao Juizado por seu trabalho, dedicação, independência e profissionalismo, que teve oportunidade de constatar por ocasião da denúncia destes muito dolorosos fatos, pedindo, além disso, que se respeite o segredo das atuações decretado judicialmente, que não pode ser violado, como é publicamente conhecido.
Jorge Aguilera González.
Colg. 1.855 Ilustre Colégio de Advogados de Granada”
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Caso do “clã dos Romanones”. “Quero agradecer publicamente ao Santo Padre Francisco por seu apoio e carinho” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU