25 Fevereiro 2014
Para o cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, as respostas ao questionário sobre a família submetido pelo Vaticano aos episcopados de todo o mundo mostram que é "urgente tomar consciência das realidades vividas pelas pessoas e retomar o diálogo com aqueles que se afastaram da Igreja".
A reportagem é de Anne-Cécile Juillet, publicada no sítio da revista La Vie, 23-02-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em uma entrevista ao L'Osservatore Romano, no dia 21 de fevereiro de 2014, e a três dias da reunião da Secretaria Geral do Sínodo, o prelado destaca o grande sofrimento que emerge das respostas.
Ao especificar que haviam chegado à Secretaria Geral 80% das respostas das Conferências Episcopais e 60% das respostas dos dicastérios da Cúria, além de mais de 700 respostas individuais e de grupo, o cardeal Baldisseri sublinha o grande interesse despertado pelo questionário, distribuído em preparação ao Sínodo dos Bispos sobre a família de outubro próximo.
A reação espontânea ao envio do questionário pode parecer uma "surpresa, mas, ao contrário, é a prova de quanto é necessário sair dos palácios para ir para as periferias", continuou.
Aos olhos dos cardeais, é urgente tomar consciência das realidades vividas pelas pessoas e "retomar o diálogo pastoral com as pessoas que se afastaram por diversas razões internas à Igreja e externas da sociedade". "Das respostas, surge muito sofrimento, especialmente daqueles que se sentem excluídos ou abandonados pela Igreja por se encontrarem em um estado de vida que não corresponde à sua doutrina e à sua disciplina", explicou.
Para ele, a figura do Papa Francisco mostra, dia após dia, uma nova abordagem humana e cristã, que faz vibrar as pessoas e as dispõe à escuta e à acolhida do que é bom para eles, mesmo que haja sofrimento.
Cerca de dez Conferências Episcopais publicaram, no todo ou em parte, os resultados do questionário romano sobre a família, como os Estados Unidos, as Filipinas, a Suíça e a Alemanha. Os católicos suíços responderam, por exemplo, declarando-se 90% a favor da comunhão para os divorciados em segunda união. Na França, a Conferência Episcopal publicou no dia em 20 de fevereiro uma síntese das respostas dos fiéis, sem revelar os dados estatísticos.
O cardeal Baldisseri disse que um primeiro rascunho do documento de trabalho do Sínodo será apresentado na reunião que começa nessa segunda-feira, 24 de fevereiro. Tal documento, depois, será aprofundado e discutido e, posteriormente, revisto dentro de dois meses, também levando em conta as últimas respostas que ainda estão por vir.
No mês de maio, deverá ocorrer a próxima reunião do conselho ordinário da Secretaria, para elaborar o texto final, que servirá de base para a preparação ao Sínodo sobre a família, que envolverá as Conferências Episcopais do mundo inteiro.
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Questionário sobre a família: Vaticano reconhece um ''grande sofrimento'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU