Por: Caroline | 07 Novembro 2013
“Uniões gays”, sacramentos aos divorciados em segunda união, anticoncepção, uniões de fato, adoções entre os homossexuais... Um questionário sobre todos os aspectos possíveis, e sem precedentes, para descrever a Igreja mundial e enfrentar os desafios no terceiro milênio globalizado.
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada por Vatican Insider, 05-11-2013. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/krYHJL |
O Papa quer que seja “permanente” o trabalho do Sínodo, reforçando a função deste instrumento que o Concílio Vaticano II criou, segundo afirmou o secretário do Sínodo, dom Lorenzo Baldisseri, que acaba de ser nomeado por Francisco, ao apresentar o Sínodo extraordinário sobre a família que, por vontade de Francisco, será realizado em 2014 (e, em 2015, haverá a assembleia ordinária). Quando os jornalistas o questionaram sobre a participação das famílias, disse claramente: “Aqui se trata do Sínodo para os Bispos, não do Sínodo para os Leigos”.
Esta “entidade” foi criada por Paulo VI, três meses antes do fim do Concílio Vaticano II, para que os bispos do mundo todo tivessem uma maior participação no governo da Igreja. Há, neste sentido, questões que “podemos discutir”, mas que “não se prevê se irá haver uma reestruturação que possa incluir uma formulação diferente, institucionalmente, da que já existe”. Em troca, “o Santo Padre falou sobre a metodologia e sobre uma forma de consulta permanente. Para contar com uma colaboração mais estreita, necessita-se de um órgão permanente - o Sínodo - mas temos visto, 50 anos depois, que é preciso uma formulação mais dinâmica, mas mantendo a estrutura com a qual nasceu”. No encontro, participarão alguns ouvintes leigos (“as mulheres serão muitas”), afirmou Baldisseri, e serão discutidos diferentes temas (“inclusive, o incesto”, observou dom Bruno Forte).
Contudo, são muitos os enfoques, nas conferências episcopais nacionais, sobre as modalidades de consulta à base. Imediatamente, a Igreja colocou à disposição um questionário para aqueles que queiram responder, de forma anônima, as 38 perguntas. Nos Estados Unidos, ao contrário, serão os párocos que resumirão a sensibilidade do “povo de Deus”. “A doutrina do magistério deve ser a base do Sínodo, sem isto não se pode trabalhar”.
O relator geral, cardeal Peter Erdö, arcebispo de Budapeste, enfatizou que da sessão não se deve esperar mudanças na doutrina católica sobre a família, mas atitudes pastorais diferentes. “Não temos a vontade de repensar todo o discurso sobre a doutrina católica – disse hoje em uma coletiva de imprensa –, mas, com base no enfoque pastoral, queremos considerar todas as situações”. Por isso, nasceu a ideia de enviar para todas as Igrejas locais o questionário com as perguntas aos fiéis (sobre as uniões de fato, as uniões gays, os divorciados em segunda união....).
“Não se trata apenas de uma questão de opinião pública – acrescentou o cardeal Erdö. Quando Jesus Cristo falava sobre o casamento, já dizia coisas muito provocativas; os discípulos se surpreendiam com que dizia o mestre, e nós somos discípulos de Jesus”. A proposta cristã sobre a família nunca vai contra “alguém”, mas está “sempre a favor da dignidade e da beleza da vida de cada homem e a favor do bem de toda a sociedade”, explicou o arcebispo Bruno Forte, secretário especial do Sínodo. Indicou, além disto, que não se trata de “discutir questões doutrinais, mas, por parte da Igreja, de escutar os problemas e as esperanças que vivem hoje muitas famílias”, mantendo sempre uma “perspectiva pastoral”, conforme solicitado pelo Papa, para demonstrar uma maior “atenção” e mais “misericórdia”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Sínodo. A proposta cristã sobre a família é para todos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU