“A irmã religiosa é mãe, deve ser mãe e não solteirona”, afirma o Papa

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Por: Jonas | 10 Mai 2013

Um encontro caloroso, num horário pouco habitual, para lembrar as freiras de todo o mundo que não se pode servir a Jesus sem o sentido de pertença à Igreja. Nesta manhã, o papa Francisco, antes da Audiência geral de quarta-feira, recebeu na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 800 representantes da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), que nestes dias realizou sua assembleia.

A reportagem é de Alessandro Speciale, publicada no sítio Vatican Insider, 08-05-2013. A tradução é do Cepat.

Uma audiência desejada pelas religiosas, sobretudo neste momento difícil para a vida religiosa, com a diminuição das vocações, que não parece melhorar, com o envelhecimento da idade média das freiras e com a investigação vaticana que pesa sobre a organização que representa a maior parte das religiosas dos Estados Unidos, a Leadarship Conference of Religious Women, que provocou desconcerto e preocupação entre a opinião pública e a Igreja estadunidense.

Há alguns dias, o prefeito da Congregação para a Vida Religiosa, o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, explicou às freiras que a maneira como foi conduzida a investigação havia lhe entristecido, pois seu dicastério permaneceu sem informação até o último momento. Palavras que suscitaram um grande eco, tão grande que a Sala de Imprensa do Vaticano se viu obrigada a esclarecer que nas palavras do purpurado não tinha que se interpretar “divergência” alguma entre a Congregação para a Vida Religiosa e o ex-Santo Ofício, responsável pela investigação. Na audiência, o papa Francisco destacou seu apoio ao cardeal Braz de Aviz, a quem definiu como “querido irmão”, e à UISG pela decisão de discutir o tema da autoridade na Igreja, durante sua assembleia plenária.

O Pontífice falou da obediência e advertiu que é necessário escutar “a vontade de Deus, na moção interior do Espírito Santo, autenticada pela Igreja, aceitando que a obediência passe, inclusive, por meio das intermediações humanas”. Falando em nível mais geral, lembrou que a relação entre a autoridade e a obediência é preciso ser entendida “no contexto mais amplo do ministério da Igreja, e constitui uma das particulares atuações de sua função intermediadora”.

Neste sentido, quem tem a autoridade (tanto na Igreja, como nas ordens religiosas) deve exercê-la sempre como “serviço”: “Saibam sempre exercer a autoridade acompanhando, compreendendo, ajudando, amando – foi o convite de Francisco às superioras de todo o mundo -, abraçando a todos e a todas, especialmente as pessoas que se sentem sozinhas, excluídas, áridas, nas periferias existenciais do coração humano”.

O Pontífice também falou sobre o voto de castidade das religiosas: uma castidade, disse, que deve ser “fecunda”, porque “a consagrada é mãe, deve ser mãe e não solteirona!”.

Ao final, fazendo uma possível alusão às polêmicas que a investigação da LCWR suscitou, mas retomando os temas e as palavras dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, o fundador dos jesuítas, disse que para os religiosos a pertença à Igreja é “uma das dimensões constitutivas” da própria vida. “Não se pode imaginar que uma consagrada ou um consagrado não ‘sintam’ com a Igreja”, destacou o Papa.

O Pontífice lembrou que é um absurdo “pensar em viver com Jesus sem a Igreja”, convidando a tomar consciência sobre a “responsabilidade que tem em cuidar da formação de seus Institutos, na sã doutrina da Igreja, no amor à Igreja e no espírito eclesial”. “Sejam alegres, porque é belo seguir Jesus, é belo se tornar um ícone vivo da Virgem e de nossa Santa Mãe Igreja hierárquica”, concluiu.