Por: Jonas | 15 Março 2012
A Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN) recebeu um baque eleitoral depois que a direita, incorporada na Aliança Republicana Nacionalista (Arena), conseguiu alcançar a maioria nas eleições municipais, ocorridas no último domingo (11/03), em El Salvador. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu a conhecer os resultados das eleições para a Assembleia Legislativa, enquanto continuavam as apurações de votos paras as 262 prefeituras da nação. Verificadas 95,31% das urnas, a Arena alcançava 39,71% dos votos e o FMLN 36,80%, em que cada força obteve 33 e 31 deputados, respectivamente, num Parlamento de 84 cadeiras. Um dado considerável é que são necessários 56 votos para alcançar a maioria qualificada dos deputados. Em relação aos quatorze departamentos em disputa, a Arena conquistou oito e a FMLN seis. Segundo a imprensa latina, no norte Chalatenango a vantagem dos primeiros era mínima e ainda não havia definição: 36,36% para a Arena e 36,28% para a FMLN.
A reportagem é do jornal Página/12, 13-03-2012. A tradução é do Cepat.
Numa primeira avaliação, o secretário geral da FMLN, Medardo González, assinalou que esses resultados refletem um empate técnico e a correlação de forças no país, nesses últimos anos. E destacou, ao mesmo tempo, que a FMLN continuará trabalhando para “garantir a continuidade das mudanças em favor do povo, impulsionadas desde o dia primeiro de junho de 2009”, quando o presidente Mauricio Funes assumiu o poder. As eleições legislativas confirmaram como terceira força a Grande Aliança pela Unidade Nacional (GANA), com 9,59% dos votos e 11 deputados, que a tornaram uma espécie de árbitro parlamentar.
Em quarto lugar ficou a Concertação Nacional (CN) – antiga Conciliação Nacional – com 7,19% e seis legisladores. O partido Mudança Democrática (CD), com 2,1% e o Partido Esperança (PES), com 2,7%, conquistaram uma cadeira cada um. O Partido Popular (PP) e o Partido Nacional Liberal (PNL) não apenas ficaram fora da Assembleia, mas do sistema político. Eles não conquistaram nem 1% dos votos computados e nem conseguiram os 50 mil votos necessários para subsistirem como partidos. Estes resultados indicam, a priori, a existência de dois caminhos possíveis para obter a maioria, sem a necessidade de que a Arena e FMLN se unam. Um cenário apresenta uma virtual aliança entre FMLN, GANA e CN, somando um total de 43 votos, que poderia contribuir na efetivação de projetos do atual governo de esquerda. Um segundo cenário possível é uma aliança entre Arena e GANA, que somariam 44 votos, algo que poderia beneficiar projetos afinados com a direita.
Mesmo que não terá o controle do todo, o resultado eleitoral não somente devolve à Arena sua força na Assembleia Legislativa; mas também alavanca esse grupo para as eleições presidenciais de 2014. “Na derrota há uma mensagem do eleitorado que é necessário entender. Ali, também, há um sinal”, reconheceu o presidente do Parlamento e membro do comando da FMLN, Sigfrido Reyes. “Há uma responsabilidade compartilhada entre o partido e o governo do presidente Mauricio Funes”, acrescentou Reyes, numa entrevista no Canal 21 da televisão local.
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Aliança Republicana Nacionalista recupera forças nas eleições de El Salvador - Instituto Humanitas Unisinos - IHU