No México, fiéis gays pedem o casamento com o apoio de bispo

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05 Julho 2011

"Queremos propor, além do pacto civil (que regula as uniões homossexuais), melhorias e facilidades nos âmbitos da adoção e da segurança social, além de alterar o nome de `pacto civil` para matrimônio". Dirigida ao novo Parlamento e ao novo governador do estado mexicano de Coahuila, o pedido foi feito pelo grupo de fiéis gays de Saltillo, San Elredo, ostentando o apoio já costumeiro do bispo local, Dom Raúl Vera López (foto).

A reportagem é de Eletta Cucuzza, publicada na revista italiana Adista, 04-07-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Apoio confirmado em março passado, quando o bispo participou da inauguração do IV Fórum da Diversidade Sexual, Familiar e Religiosa, organizado pelo grupo, a fim de "erradicar o preconceito de que os atos de amor homossexuais são contrários à vontade de Deus". "Na doutrina da Igreja – havia dito Vera López naquela ocasião –, no Evangelho, não se define a homossexualidade como pecado. São opiniões, mas não é o Evangelho".

É errôneo, acrescentou, o pensamento da Igreja que considera ruim o sexo e tudo o que tem a ver com a homossexualidade: "Não é assim". "A Igreja olha para a integralidade da pessoa, não para um aspecto". Tanto é verdade que, no mundo, existem ministérios e missionários dedicados à pastoral das pessoas homossexuais.

Talvez seja uma novidade para o México, mas, em Saltillo, o grupo San Elredo tem um assistente espiritual, o Pe. Robert Coogan, que, contatado pela agência AciPrensa, declarou: "Temos um forte apoio do bispo", embora "a única resposta que o Catecismo ofereça é dizer aos homossexuais que vivam o celibato": o que, a seu ver, "não é apropriado".

São recorrentes os ataques a Dom Vera pela sua contribuição ativa para a superação da homofobia: "Ataques bem conhecidos", de "terrível sabor homofóbico", comentou o próprio bispo, que, porém, não pretende responder diretamente às acusações. Nenhuma observação foi feita, por exemplo, sobre o pedido dirigido a ele por Natalia Niño, presidente da associação Familias Mundi, para romper os laços com a comunidade San Elredo.

"Esse grupo – afirma Natalia Niño – propõe um estilo de vida abertamente homossexual, defendendo o matrimônio e a adoção gays. A nossa crítica não tem nada a ver com pessoas individuais, com a sua dignidade e os seus direitos. Mas a doutrina da Igreja se opõe aos seus ensinamentos, e por isso pedimos que sejam interrompidas as relações entre a diocese e a comunidade".

A proposta do grupo San Elredo não é totalmente passageira no México. Em março de 2010, o Parlamento aprovou uma lei que equipara a união civil entre gays ao casamento, norma válida, no entanto, só para a capital mexicana, onde, nos 365 dias posteriores, 367 gays e 333 lésbicas contraíram o matrimônio.