"Não sabemos onde foi parar o dinheiro", afirma coordenador de Pastoral

Mais Lidos

  • Lira mensageira. Drummond e o grupo modernistamineiro é o mais recente livro de um dos principais pesquisadores da cultura no Brasil

    Drummond e o modernismo mineiro. A incontornável relação entre as elites políticas e os intelectuais modernistas. Entrevista especial com Sergio Miceli

    LER MAIS
  • Indígenas cercados: ruralistas contra-atacam. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS
  • O papel da mulher na Igreja continua sendo uma questão delicada que o Vaticano não consegue resolver. Artigo de Christine Schenk

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

29 Março 2011

Representando a Arquidiocese de Porto Alegre, o padre Leandro Padilha falou sobre o episódio do suposto golpe contra a Igreja.

A entrevista é de José Luís Costa e publicada pelo jornal Zero Hora, 30-03-2011.

Eis a entrevista.

A Arquidiocese vai recuperar os R$ 2,5 milhões?

Como estamos tratando com o vice-cônsul de Portugal e levando em conta as boas relações com o Brasil, acredito que tudo vai ser resolvido. Na sexta-feira, a embaixada de Portugal mandou dois representantes para conversar com dom Dadeus (Grings, arcebispo de Porto Alegre). Ontem à noite (segunda-feira), o vice-cônsul nos ligou para dizer que até 11 de abril o dinheiro será devolvido.

Os R$ 2,5 milhões foram arrecadações de fiéis?

São investimentos da Arquidiocese. É de praxe em projetos culturais que a entidade beneficiada entre com uma parte do recurso para garantir a execução do projeto. É aberta uma conta especial aqui para essa finalidade. Mas como o processo já estava em andamento e em um voto de confiança, para agilizar o recebimento da verba, foi depositado na conta do vice-cônsul. Agora não sabemos onde foi parar o dinheiro.

Como o senhor avalia a conduta do vice-cônsul em movimentar o dinheiro que foi depositado na conta dele?

Até agora, ele não disse o motivo da movimentação. A postura da Arquidiocese é de acreditar na pessoa, o tempo todo ele falava em nome do governo de Portugal. Hoje, se sabe, pelos representantes da embaixada, que ele não teria autorização para isso.

O fato de fazer um repasse antecipado de R$ 2,5 milhões não lhe pareceu estranho?

O projeto teria sido aprovado em Portugal, havia necessidade de abrir uma conta urgente e se achou mais viável usar a conta do vice-cônsul. Segundo o contrato inicial, até 31 de janeiro, ou viriam os R$ 12 milhões ou seriam devolvidos os R$ 2,5 milhões.

Houve ingenuidade?

Houve confiança, pelo cargo dele. Todo o tempo ele apresentava a possibilidade de o governo português participar do projeto.

Contraponto

O que diz Amadeu Weinmann, advogado do vice-cônsul

Dizer que meu cliente fez mal uso de dinheiro da Igreja Católica é uma afirmação grave que pode resultar em processo na Justiça. O vice-cônsul fez um favor para o padre, ajudando em obter recursos de uma ONG para a restauração. Foram para Portugal, mas Adelino não participou das negociações. O padre é quem se reuniu com a diretora da ONG. A pedido do padre Ledur, Adelino emprestou sua conta corrente para depositar o dinheiro referente à participação da Igreja no projeto. Depois, meu cliente entregou o dinheiro para a diretora da ONG em Portugal. A ONG é que doaria o dinheiro, o governo de Portugal nada tem a ver com isso. Pelo que sei, o recurso para a restauração das igrejas será remetido. Atrasou porque foi feito um pedido, para a Paróquia Conceição, e, depois, para a de Triunfo.