Investigado suposto golpe contra a Igreja

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29 Março 2011

Um suposto golpe contra a Arquidiocese da Igreja Católica de Porto Alegre está mobilizando o governo de Portugal, que até amanhã envia um emissário para tentar esclarecer o sumiço de R$ 2,5 milhões destinados à restauração de duas paróquias. Representando o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Vitor Sereno vai comandar uma inspeção diplomática para apurar o envolvimento do vice-cônsul de Portugal na Capital, Adelino Vera Cruz Pinto, no caso. O diplomata teria recebido o dinheiro da Arquidiocese como contrapartida às obras e deveria devolvê-lo até 31 de janeiro, o que não ocorreu.

A reportagem é de José Luís Costa e publicada pelo jornal Zero Hora, 30-03-2011.

Um projeto do governo português contemplaria a reforma das paróquias Nossa Senhora da Conceição, na Capital, e do Senhor Bom Jesus, em Triunfo. Portugal destinaria R$ 12 milhões. A Arquidiocese não recebeu a verba e não sabe onde foi parar os R$ 2,5 milhões depositados na conta bancária do vice-cônsul.

O caso começou a ser investigado pela polícia em 11 de março. Ao se certificar que o vice-cônsul tem imunidade consular, o delegado Paulo Cezar Jardim remeteu a documentação para o Ministério das Relações Exteriores. Jardim acredita estar diante de uma suspeita de estelionato:

As tratativas começaram em junho, quando o padre Luís Inácio Ledur, pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, protocolou um pedido de auxílio ao consulado para recuperar os templos. Meses depois, o vice-cônsul teria confirmado que uma ONG da Bélgica, ligada ao governo português, intermediaria o repasse.

Em dezembro, Ledur e outros dois religiosos, acompanhados do vice-cônsul, foram a Lisboa. Encontraram-se com uma mulher que se apresentou como Teresa Falcão e Cunha. Ela seria diretora da ONG e marcou a reunião para a sala de uma igreja, alegando não ter escritório em Portugal. A mulher disse que a Arquidiocese teria de depositar a contrapartida em uma conta em banco na Europa.

– Como a Arquidiocese é impedida por lei de remeter dinheiro ao Exterior, o vice-cônsul ofereceu a conta corrente dele – afirma o padre Ledur.

No final de dezembro, a arquidiocese fez dois depósitos na conta de Adelino somando R$ 2,5 milhões, e lavrou escrituras em tabelionatos, nas quais ficou acertado que o dinheiro seria devolvido por Adelino quando da remessa dos R$ 12 milhões. Após inúmeros contatos, a Arquidiocese foi informada que o vice-cônsul, que permanece na Capital, não tinha mais o dinheiro.