A ira queima Israel. "Essa guerra é um crime contra todos nós"

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09 Setembro 2025

Cresceu, espalhando-se pelas ruas, bloqueando as estradas, ocupando as escolas. Ontem, o protesto dos israelenses que pedem o fim da guerra e a libertação dos reféns, agora de maioria, subiu no telhado da Biblioteca Nacional, enfrentando a detenção, e incendiou pneus e lixeiras, criando um "anel de fogo" ao redor da residência do primeiro-ministro Netanyahu em Jerusalém. Foi o primeiro "Dia das desordens", liderado por Anat Engerst, mãe de Matan, e Vicky Cohen, mãe de Nimrod, dois entre os 48 reféns ainda nas mãos do Hamas.

A reportagem é de Luca Foschi, publicada por Avvenire, 04-09-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Na terça-feira, 367 reservistas emitiram um duríssimo manifesto rejeitando a convocação às armas para a tomada da Cidade de Gaza. Dois dias, dois passos além da linha da legalidade para se opor à radical deriva belicista do executivo. Segundo a polícia, os incêndios atingiram os bairros de Rehavia e Givat Ram de Jerusalém, danificando vários carros e forçando a evacuação de vários moradores dos prédios vizinhos. Na tarde, centenas de pessoas se reuniram em frente à casa do ministro de Assuntos Estratégicos, Dermer, um dos principais negociadores de Israel, acusado de ter fracassado completamente a tratativa para a libertação dos prisioneiros ainda soterrados nos túneis de Gaza e de ter se curvado ao extremismo dos partidos mais radicais de Ben-Gvir e Smotrich.

A multidão, que chegou a reunir milhares de pessoas, depois se dirigiu à casa de Netanyahu: "Estão cometendo um crime contra todos nós", gritou Vicky Cohen no megafone.

"Vocês os abandonaram e os mataram", havia sido a mensagem ao governo durante a manhã, escrita em enormes faixas estendidas do telhado da Biblioteca Nacional pela Coalizão das Mães e Mulheres, que pagou o preço com a detenção de 13 pessoas. Duas foram presas à noite pelos incêndios: teriam 60 e 80 anos. A resposta do primeiro-ministro foi dura: "Eles ultrapassaram todos os limites, querem matar a mim e à minha família." "Terrorismo" é a palavra usada pelo ministro da Segurança, Ben-Gvir, para descrever os incêndios da manhã. "A onda de ataques incendiários foi realizada com o apoio da procuradora-geral, que quer incendiar o país", acrescentou Ben-Gvir, referindo-se a Gali Baharav-Miara, "culpada" de se opor à implementação de um decreto do ministro que gostaria de limitar drasticamente as manifestações em Israel. Ben-Gvir, entusiasta promotor da anexação de Gaza e da Cisjordânia, estava na mira do Hamas, revelou o Shin Bet. Uma célula planejava matá-lo com um drone carregado de explosivos. Vários homens foram presos em Hebron, onde Ben-Gvir mora na colônia ilegal de Kyriat Arba. "É a quinta vez que tentam e fracassam", comentou o líder de

Poder judaico

O triunfo das ferramentas de segurança foi relançado pelas palavras que o ministro da Defesa Katz usou no X para saudar a inauguração do satélite espião "Ofek 19", lançado com sucesso na terça-feira: "É uma mensagem para os nossos inimigos, estamos observando vocês o tempo todo". Muito mais abaixo, na periferia da Cidade de Gaza, a chuva de mísseis continuou ao longo do dia, em coerência com o afirmado pelo Chefe do Estado-Maior, Zamir, que anunciou o início da fase mais complexa e sangrenta de "Carros de Gideão 2", o ataque final ao reino subterrâneo do Hamas. No mínimo 50 pessoas foram mortas ontem, seis delas por causas ligadas à desnutrição.

A intensificação do ataque à Cidade de Gaza se reflete no número de deslocados: seriam entre 70 mil e 80 mil as pessoas que abandonaram a cidade nos últimos dias, segundo as fontes de segurança israelenses. Haviam sido apenas 10 mil nas duas semanas anteriores. "O Hamas está tomando várias medidas para impedir que a população se desloque para o sul", afirmam as fontes militares, implicando que o movimento islamista está tentando transformar o milhão de habitantes devastados pela fome numa multidão de escudos humanos. "Digam ao Hamas para devolver imediatamente todos os 20 reféns vivos, e as coisas mudarão rapidamente, tudo acabará!", escreveu o presidente dos EUA, Trump, na plataforma de mídia social Truth.

Ontem, a ONU anunciou que há pelo menos 21 mil crianças na Faixa de Gaza com deficiência causada pela guerra e 40.500 sofreram ferimentos de guerra. Todos futuros cidadãos da futurista Riviera trumpiana.

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