O Supremo Tribunal de Israel decide contra o governo de Netanyahu: "Desnutrição nas prisões palestinas"

Foto: Estado de Israel | Wikimedia Commons

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08 Setembro 2025

O veredito após as mortes por fome nas prisões. Ben Gvir: "Vocês defendem terroristas". Ataque das IDF em Gaza contra tendas e um abrigo-escola: 21 mortos.

A reportagem é de Benedetta Perilli, publicada por La Repubblica, 08-09-2025.

Em uma decisão que provavelmente inflamará o já acirrado conflito entre o judiciário e o governo Netanyahu, o Supremo Tribunal de Israel decidiu que o Estado não está alimentando adequadamente os prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses e instou o Estado a tomar medidas imediatas para "garantir sua subsistência". A votação de dois a um de ontem marcou um debate nacional e provocou uma reação do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir: "Nossos reféns em Gaza não têm um Supremo Tribunal para defendê-los. Os terroristas assassinos do Hamas e os abomináveis ​​estupradores têm, para nossa vergonha, o Supremo Tribunal para protegê-los", acusou o político de extrema-direita, garantindo que continuará a fornecer aos prisioneiros "as condições mínimas permitidas por lei".

A decisão ocorre após uma petição da Associação pelos Direitos Civis em Israel e da organização Gisha contra Ben Gvir e o Serviço Prisional de Israel, acusando-os de restringir a alimentação dos prisioneiros até a morte. Esse é o caso de Waleed Ahmad, de 17 anos, natural da Cisjordânia, que morreu de fome na prisão israelense de Megido em março passado e está no centro de um cabo de guerra entre as autoridades e sua família, que exigem a liberação de seu corpo para permitir a determinação da causa da morte, que, de acordo com uma autópsia inicial, parece ser devido à desnutrição grave.

O dia também foi marcado pelo lançamento de um drone houthi no Aeroporto Internacional Ramon, perto da cidade turística israelense de Eilat, que caiu sobre o terminal de passageiros, ferindo um homem. O drone lançado pelos rebeldes iemenitas, que também são suspeitos de cortar cabos através do Mar Vermelho, interrompendo o acesso à internet em muitas partes do Oriente Médio, ocorre poucos dias após ataques israelenses à capital iemenita, Sanaa, terem matado o primeiro-ministro houthi e outros membros de seu governo. Isso marca uma grave escalada no conflito de quase dois anos entre Israel e o grupo armado pró-iraniano.

Na Faixa de Gaza, pelo terceiro dia consecutivo, as Forças de Defesa de Israel demoliram uma torre residencial na Cidade de Gaza após ordenar sua evacuação. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), o arranha-céu al-Ruya estava sendo usado pelo Hamas como posto de observação para monitorar a posição das tropas israelenses. No bairro de Zeitoun, o exército também demoliu um túnel do Hamas com centenas de metros de extensão. "Estamos destruindo a infraestrutura terrorista, estamos demolindo as torres do terror", comentou Benjamin Netanyahu, embora o jornal Yedioth Ahronot tenha noticiado que o primeiro-ministro está considerando um novo nome para a Operação "Tanques de Gideão II" para torná-la mais "atraente" para os israelenses, que clamam para interromper a operação e trazer os reféns para casa.

Segundo a Defesa Civil de Gaza, não foram apenas as torres que foram atingidas, mas pelo menos cinquenta prédios residenciais, enquanto outros 100 foram danificados e pelo menos 200 tendas destruídas, incluindo um abrigo para deslocados perto do hospital al-Wafa, onde se acredita que 21 palestinos tenham morrido, e um abrigo-escola, onde se acredita que pelo menos oito pessoas tenham morrido. Mais cinco pessoas morreram de fome, elevando o total de mortes relacionadas à fome desde o início da guerra para 387.

Enquanto isso, o difícil processo diplomático continua: o presidente americano Donald Trump enviou ao Hamas uma nova proposta que inclui a libertação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinos, o fim da operação na Cidade de Gaza e o início das negociações para pôr fim ao conflito. "O Hamas deve aceitar ou haverá consequências. Este é o meu último aviso", comentou. Segundo fontes próximas a Netanyahu, "Israel está considerando seriamente a proposta de Trump".

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