Donald Trump dobra a aposta e envia 700 fuzileiros navais para responder aos protestos em Los Angeles

Foto: U.S. Army photo by Sgt. Brianna Badder

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10 Junho 2025

O presidente ordenou ao Departamento de Defesa que enviasse fuzileiros navais para as manifestações na Califórnia, depois de já ter acionado a Guarda Nacional.

 A informação é de Andrés Gil, publicada por El Salto, 10-06-2025. 

Donald Trump está intensificando a situação. O presidente ordenou a mobilização de 700 fuzileiros navais para Los Angeles, depois de já ter deslocado 2 mil membros da Guarda Nacional. Esta última decisão foi contestada legalmente pela Califórnia, que a considera um abuso de poder e uma interferência em suas competências estaduais.

O Departamento de Defesa confirmou que "o Comando Norte dos EUA ativou o batalhão de infantaria de Fuzileiros Navais que havia sido colocado em estado de alerta durante o fim de semana. Aproximadamente 700 fuzileiros navais do 2º Batalhão, 7º de Infantaria, 1ª Divisão de Infantaria de Fuzileiros Navais se integrarão com as forças do Título 10 do Grupo Operacional 51 [Guarda Nacional] que protegem o pessoal e as propriedades federais na área de Los Angeles".

A notícia do desdobramento, primeiramente reportada pela CNN, ABC e The Wall Street Journal, entre outros veículos, indicava uma mobilização em 24 horas, algo posteriormente confirmado pelo próprio Pentágono.

"A ativação dos Fuzileiros Navais visa dotar a Guarda Nacional do número adequado de forças para proporcionar uma cobertura contínua da área em apoio à agência federal principal", informa o Pentágono. "O Grupo Operacional 51 é composto por aproximadamente 2.100 soldados da Guarda Nacional em situação de Título 10 e 700 fuzileiros navais em serviço ativo. As forças receberam treinamento em desescalada, controle de multidões e normas permanentes para o uso da força".

Pouco antes de a imprensa americana confirmar o desdobramento dos fuzileiros navais, Trump foi questionado na Casa Branca se planejava enviar fuzileiros para Los Angeles. Ele respondeu: "Veremos o que acontece, temos isso muito bem controlado. Acho que teria sido uma situação muito ruim porque estava indo na direção errada. Agora está indo na direção certa".

O envio de 700 fuzileiros navais para a Califórnia eleva a tensão entre o governo federal, liderado por Donald Trump, e o governo estadual, cujo governador é Gavin Newsom. Newsom tem sido crítico ao desdobramento de forças como a Guarda Nacional para tentar conter as crescentes manifestações contra a política migratória do governo Trump. Isso levou o próprio presidente a especular sobre a prisão do governador democrata da Califórnia por se opor à chegada desses efetivos.

"Que ele me prenda", disse Newsom no domingo à noite, em relação ao chefe anti-imigração de Trump. "Que venha por mim e me prenda. Que faça isso de uma vez. Para ser sincero, não me importo. Eu me importo com minha comunidade. O que diabos eles estão fazendo? Esses caras precisam crescer. Eles precisam parar, e nós precisamos enfrentá-los".

A legislação americana geralmente proíbe o uso das Forças Armadas em serviço ativo – o Exército, a Marinha, a Força Aérea e a Infantaria de Fuzileiros Navais – para tarefas de aplicação da lei no país, lembra a Bloomberg.

Dessa forma, o desdobramento dos destacamentos militares anunciados pelo Pentágono é mais um passo na agenda ultraconservadora e autoritária traçada por Trump desde sua chegada à Casa Branca. Stephen Miller, assessor do chefe de gabinete de Trump, justificou o envio das forças federais à Califórnia com as seguintes palavras:

"Os estrangeiros ilegais invadiram os EUA, o governo da Califórnia ajudou e incitou essa invasão. Multidões violentas, incitadas pelas lideranças da Califórnia, atacaram os agentes do ICE para impedi-los de expulsar os invasores. Estas pessoas se recusaram a enviar a polícia para resgatar os agentes do ICE, na esperança de que os manifestantes conseguissem paralisar as operações contra migrantes. Trata-se de uma insurreição organizada contra as leis e a soberania dos EUA".

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