28 Fevereiro 2025
As condições continuam complexas: ele estará fora de perigo somente após um período de estabilidade. Expectativa pelo Angelus de domingo, alguns esperam que seja transmitido em vídeo. Coletiva de imprensa dos médicos nos próximos dias
As informações são publicadas por La Repubblica, 28-02-2025.
Ainda está em terreno incerto, mas chegou ao topo. Segundo os médicos que o tratam há quinze dias de um caso grave de pneumonia, o Papa já saiu da fase crítica. A inflamação em ambos os pulmões permanece, o quadro clínico "complexo" permanece, a cautela permanece, mas foi relaxada.
Ler o boletim médico noturno no Vaticano é um exercício de exegese que detecta nuances, até mesmo inflexões mínimas de adjetivos, palavras que mudam e palavras que desaparecem. O adjetivo "crítico" desapareceu, e já faz dois dias, para definir o estado de saúde do Papa. Ele havia aparecido com o agravamento do problema, que no espaço de poucos dias passou de uma bronquite negligenciada a uma infecção "polimicrobiana" e a uma pneumonia bilateral com risco de desequilibrar todo o organismo (anemia, baixa contagem de plaquetas, crise respiratória, insuficiência renal). Escalada dramática, no último sábado e domingo, que nos fez temer o pior. Desde ontem, porém, o quadro não é mais caracterizado pelo adjetivo "crítico", há três dias há sinais de "leve melhora". De fato, uma melhora clara: "Confirma-se que as condições clínicas do Santo Padre também estão melhorando hoje". E essa mudança semântica também é significativa.
Do Gemelli se depreende que os médicos permanecem cautelosos, senão preocupados, há a consciência de que a evolução de uma doença em um paciente frágil de 88 anos pode não ser linear, que o retrocesso não pode ser descartado a priori. A tomografia computadorizada realizada na quarta-feira confirmou que a pneumonia ainda está presente, embora controlada com tratamento medicamentoso, e ontem a situação não havia mudado. Mas há sinais positivos. Ontem submeteram Bergoglio a novos exames, e o resultado se resume naquela "melhora" do quadro clínico declarada desde o início. Bergoglio então "alternou a oxigenoterapia de alto fluxo com a Ventimask", ou seja, ele não fica mais preso 24 horas por dia às almofadas nasais usadas para oxigená-lo, mas usa uma forma de oxigenoterapia um passo mais leve. Outro bom sinal é o fato de Francisco ter feito duas sessões de fisioterapia respiratória pela manhã, "alternando com repouso", e depois mais uma sessão à tarde. Terminados os exercícios, “reuniu-se em oração na capela do apartamento privado” e depois “dedicou-se às suas atividades de trabalho”.
O Papa não saiu do túnel. “Considerando a complexidade do quadro clínico”, esclarece o boletim médico, “são necessários mais dias de estabilidade clínica para resolver o prognóstico”. O Vaticano não está fazendo nenhuma previsão sobre o prazo, mas a audiência do Jubileu no sábado, que teria a presença da equipe Gemelli, foi cancelada.
Agora parece óbvio que os ritos da Quarta-feira de Cinzas, o início da Quaresma, quando o Pontífice tradicionalmente celebra a missa no Monte Aventino romano, também ocorrerão sem o Papa. Quanto ao domingo, para o Angelus dominical, alguns ainda esperam uma surpresa, mas parece improvável que Francisco apareça, mesmo por meio de link de vídeo, e é mais plausível que, seguindo as sugestões dos médicos, ele se limite a fazer com que o texto da oração que ele preparou seja distribuído.
Tudo ainda está no ar. Os médicos podem realizar outra coletiva de imprensa nos próximos dias. O Papa, podemos apostar, espera que eles alterem o prognóstico o mais rápido possível. Mas devemos acompanhar passo a passo a evolução da pneumonia, a eficácia dos tratamentos, a reação do organismo. Com cautela. Mas sem ignorar as boas notícias.