Novo boletim médico divulgado na tarde deste domingo, 23, revelou um agravamento no quadro de saúde do papa Francisco. Segundo o informe, ele apresenta uma “insuficiência renal leve”. Embora não tenha tido outra crise respiratória (como a que o acometeu na manhã de sábado), ele segue recebendo oxigênio por cateter nasal de alto fluxo. O Vaticano também informou que o papa continua apresentando uma baixa concentração de plaquetas e que seu estado de saúde permanece “crítico”.
Na análise do infectologista Victor Cravo, coordenador das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais Samaritano e Vitória, na Barra, na Zona Oeste, o papa já apresenta três disfunções orgânicas (respiratória, hematológica e renal), o que seria suficiente para caracterizar um quadro de sepse.
A reportagem é de Roberta Jansen, publicada pelo Estadão, 23-02-2025.
Segundo a definição da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva, “a sepse é uma síndrome clínica caracterizada pela disfunção de órgãos provocada por uma resposta desregulada às infecções”. O papa, de 88 anos, sofre de pneumonia.
“O boletim não fala em sepse, mas diz que o papa apresenta disfunções no sistema respiratório, renal e hematológico, o que já caracterizaria um quadro de sepse, com risco alto de morte”, afirmou o médico.
O tratamento para quadros de sepse consiste na administração de altas doses de antibiótico acompanhada de suporte às disfunções orgânicas, caso do uso do cateter de alto fluxo e da transfusão de sangue.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.
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