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Deportações, pânico e perseguição: a crise dos imigrantes sob Trump. Entrevista com Gabrielle Oliveira

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05 Fevereiro 2025

Gabrielle Oliveira, professora de Harvard, analisa a política de deportação e suas consequências para a América Latina

A entrevista é de Andrea DiP, Claudia Jardim, Ricardo Terto, Stela Diogo, Ana Alice de Lima, publicada por Agência Pública, 03-02-2025.

O início do segundo mandato do governo de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos tem focado na política imigratória contra imigrantes indocumentados. No dia 25 de janeiro, o Brasil recebeu o primeiro avião com brasileiros deportados. Desde então, na comunidade latina que vive no país prevalece um clima de perseguição e pânico, com o receio constante de deportações em massa.

Para analisar os impactos dessa política adotada pelo governo Trump, o Pauta Pública desta semana recebe Gabrielle Oliveira, professora de educação e imigração na Universidade Harvard. Segundo Oliveira, o governo dos EUA já demonstrou não ter problemas em romper tratados internacionais, por não esperar sofrer retaliações significativas. “É o modus operandi do país falar ‘eu não tenho medo de políticas unilaterais’”. Inclusive, ela reforça que que a presidente do México já criticou essa postura, afirmando que todas as políticas imigratórias recentes têm sido impostas unilateralmente pelos Estados Unidos, sem diálogo com os países afetados.

A entrevistada avalia ainda as possíveis consequências de longo prazo, tanto para os imigrantes quanto para a política internacional, principalmente na América Latina. Ela ressalta que o medo se espalha entre as comunidades indocumentadas, afetando atividades cotidianas, como ir ao trabalho, levar os filhos à escola ou até denunciar crimes. Para ela, esse clima de pânico não apenas isola os imigrantes, mas também desumaniza suas experiências, criando um efeito dominó de exclusão e insegurança.

Eis a entrevista.

A pauta da imigração tem sido central para a extrema direita do mundo todo e tem, inclusive, puxado a régua política de alguns países mais à direita. Por que essa pauta tem sido tão cara e tão brutal neste momento da nossa história e de que maneira Trump está se encaixando nesse fenômeno global?

Sim, com certeza. A imigração, seja o que a gente chama de imigração interna ou imigração externa, acontece há milênios. É assim que o ser humano sobrevive. O ser humano sobrevive porque ele sai de um lugar onde existe alto risco, onde não existe possibilidade de viver com dignidade, com segurança ou com perspectiva, e ele vai para outros lugares com as famílias e crianças. Isso sempre aconteceu.

O que estamos vendo agora é que a migração é muito mais rápida hoje do que era antes. Antes, as pessoas dependiam de navios ou caminhadas muito longas ou outras maneiras para que migrações maiores pudessem acontecer. Hoje em dia, existem caminhos mais rápidos para as pessoas tentarem chegar em outros lugares.

Nessas últimas décadas, a população global passou, especialmente com a covid, por recessões econômicas. Com isso, tornou-se fácil culpar o outro pela exclusão ou dificuldade. Países que não estão indo bem como nação podem falar que isso é por conta das pessoas que estão chegando. Colocar a culpa no outro é algo que funciona muito bem porque vai no medo das pessoas. As pessoas têm muito medo de perder, perder o que tem, perder o próprio trabalho, perder a casa, perder tudo isso.

Então, o discurso contra imigração vem muito forte com esse nacionalismo do tipo ‘isso é pra gente, isso é nosso, é da nossa nação, isso não pertence a outras pessoas’. Isso vai direto no medo, né?, que as pessoas têm.

Há algum precedente no Brasil de uma situação assim como essa que estamos vendo, essas deportações em massa de maneira violenta? E como você avalia a postura do governo brasileiro?

Temos precedentes de aviões que já foram utilizados e muitos brasileiros já foram deportados, inclusive no governo Biden, centenas, senão milhares foram deportados. O que vemos é que a polícia federal migratória tem maneiras de fazer essas deportações. Pode ser sem acompanhantes, pode ser em um voo comercial. Eu já fui para o Brasil em voos comerciais com pessoas que estavam sendo deportadas. 

Só que essa questão de usar um avião militar para fazer essa deportação é algo desse governo. A última vez que o avião militar foi usado para esse tipo de repatriação foi em 2021, tirando pessoas do Afeganistão e trazendo para os Estados Unidos, ou fazendo esse repatriamento.

Então, essa questão de olhar um avião militar com não só a polícia federal migratória, mas com soldados armados, é visualmente diferente. Normalmente, eles tiram as algemas 20 minutos antes do pouso. Ver essas pessoas descendo algemadas em território brasileiro me chamou a atenção, e acho que isso envia alguns sinais.

Primeiro, que realmente o governo americano não liga se o governo brasileiro vai ficar revoltado ou não com qualquer questão de direitos humanos. Porque, para o governo americano, como eles enxergam essas deportações? Eles estão tratando como criminosos que merecem ser deportados.

Eu acho que a postura do governo brasileiro na recepção desses imigrantes é uma postura que a gente espera, que foi o que a Colômbia e México fizeram também de dizer “recebemos de braços abertos, recebemos e queremos ajudá-los”. O que não vai funcionar necessariamente é tentar qualquer retaliação contra os Estados Unidos, porque a gente já viu o que a Colômbia tentou e não deu certo. Só foram algumas horas de um bate-boca e depois acabou. Então a economia, no final, fala mais alto, ela dita muito mais as ações do que realmente um foco em violações dos direitos humanos. Isso não só no Brasil, mas a gente vê isso com vários países também que têm esse relacionamento com os Estados Unidos.

A postura do Brasil, eu acho que está correta no momento. A maior preocupação de tudo isso foi que nesse voo militar houve muitos problemas. Inclusive, nas entrevistas com os brasileiros que foram nesse voo, vimos que o maior medo deles nem era tanto a deportação, mas muito mais o medo do avião dar problema e eles morrerem. Então, o Brasil acabou indo por esse lado de falar “a gente está aqui para assegurar que vocês estejam bem, que vocês estejam sendo bem tratados, bem recebidos”, e tudo isso.

Qual está sendo o impacto na vida da população imigrante nos EUA esse clima de perseguição às pessoas sem documentos? A perseguição tem raça e cor, certo? Indocumentados russos estão tensos?

Os russos não estão tensos como os latinos, mas, desde a semana passada, eu recebi mais de 20 mensagens de famílias ou pessoas que já participaram das minhas pesquisas, dizendo que estão com medo. Estão com medo de trabalhar, estão com medo de mandar os filhos para a escola, estão com medo de acessar o hospital, estão com medo de denunciar crimes, incluindo até violência doméstica. Isso, sim, está acontecendo.

E as escolas estão muito preocupadas. Inclusive alguns distritos escolares aqui em Massachusetts já mandaram emails para os pais, falando “olha, se a polícia aparecer aqui, a gente vai proteger as crianças”. Mas, se a polícia federal migratória tiver um mandado assinado por um juiz, independente do estado [em] que a gente tiver, eles têm essa jurisdição, eles podem entrar, eles podem revistar, eles podem fazer muito disso.

Essa carta verde que foi dada, que o Trump deu no decreto dele, isso mudou muito como as pessoas estão se sentindo, e com isso começa uma patrulha. Começam também as pessoas dizerem “eu não quero estar perto de você, então eu não vou te ajudar, eu não vou te dar uma carona no meu carro, porque se a gente for parado e pedirem os documentos?”. É um efeito dominó na sociedade inteira, e uma das coisas que eu pesquiso muito é o impacto que isso tem nas crianças. As crianças estão muito cientes de tudo que está acontecendo. É como se você vivesse nessa ansiedade de voltar para casa e não saber se seu pai e sua mãe vão estar lá.

Os pais e mães às vezes têm que começar a ter uma conversa com os filhos, falando “talvez vocês não saibam disso, mas a gente está aqui sem documentos, e, se alguma coisa acontecer, esse é o plano: você vai ficar com esse tio, ou pode ser que você seja deportado comigo, ou que isso aconteça”. Então, tudo isso vira parte do mundo de muitas crianças. Muitas já sabiam, e outras vão sendo informadas agora disso que está acontecendo, e isso corrói a sociedade. As pessoas que chegam na fronteira… a gente tem muito relato de que, dependendo da cor da sua pele, dependendo da nação [de] que você vem, o seu tratamento pode ser diferente.

Visualmente, quando o americano aqui vê um avião militar com filas de guatemaltecos, salvadorenhos, brasileiros, mexicanos entrando, isso bate direto com a figura do imigrante indocumentado. Então, isso dá essa resposta para o eleitorado, tipo “estamos fazendo o que prometemos”. Agora, se você começar a encher o avião de pessoas vindo da Ucrânia, que a maioria dos americanos ainda apoiam, isso pode mudar a percepção, e o governo do Trump não quer mexer com essa percepção. É um risco muito alto. Então, a percepção, tem que ficar casadinha com o que foi vendido como ameaça. Quem é a ameaça?

Pensando que todos esses países fazem parte da Organização Mundial do Comércio, a OMC, como ficam as regras? Por que estamos vendo os EUA ameaçar com sanções e incremento de tarifas para forçar os países a aceitarem decisões unilaterais desse tipo? Como fica tudo isso do ponto de vista legal?

Teoricamente, esses tratados servem para não deixar que essas coisas aconteçam, mas a questão principal é que a soberania nacional fica acima desses tratados, e os Estados Unidos já falaram disso, já falaram que eles não têm problema nenhum em romper com tratados, eles não têm problema nenhum porque eles não esperam que isso tenha nenhuma retaliação para eles que seja significativa. Talvez a retaliação mais significativa para eles é a relação Estados Unidos-China, que existe uma dependência muito grande. Então, ali tem sim, é quase que uma guerra fria em termos ir escalando quem põe mais tarifa, quem faz isso, quem, nessa questão, mas os Estados Unidos com América Latina continua com uma mentalidade muito parecida ali dos anos 60, 70, 80, que é olhar para o Brasil como um quintal. No sentido “não temos medo de vocês, vocês precisam muito mais da gente do que a gente de vocês”.

Os tratados, teoricamente, não devem ser rompidos, mas a soberania nacional, é maior, especialmente na conduta americana, do que qualquer tratado bilateral ou multilateral, e os Estados Unidos já avisaram que eles querem romper com tratados econômicos como Nafta, e eles não têm medo de fazer isso. Uma coisa interessante de se pensar é que muitas das tarifas que, por exemplo, o governo do Trump colocou no primeiro mandato contra a China, o governo do Biden manteve. Então, assim, não é só de um governo para o outro que faz isso, é o modus operandi do país mesmo, de falar “eu não tenho medo de políticas unilaterais”. Inclusive a presidente do México até falou disso. Ela falou “todas as políticas imigratórias até agora que estão vindo são unilaterais, os Estados Unidos que estão decidindo, a gente está aberto, a gente quer conversar, a gente quer ver como construir pontes e tudo isso, mas essas políticas até agora são unilaterais”.  

Os Estados Unidos vão viver de políticas unilaterais nesse governo, que algumas herdadas, continuadas, algumas são novas, mas com essa ideia de que América para os americanos, América primeiro. E esse modo vai ilustrar todas as decisões econômicas, de sair de contratos, de sair de tratados. Já avisou que vai sair do acordo de Paris, já avisou, então, assim, todas essas coisas ele já está avisando que tanto faz. Isso que move a maioria dos países a se manterem e obedecerem a esses tratados. É o medo da retaliação.

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