28 Abril 2022
Organizador do processo sinodal na Arquidiocese de Abidjã, Costa do Marfim, diz que 75% dos jovens e 80% dos adultos participaram das consultas sinodais.
O padre Hippolyte Agnigori, responsável pelo processo sinodal local na Arquidiocese de Abidjã, Costa do Marfim, diz que a grande maioria dos católicos responderam ao chamado do papa de “fazer-se escutar as suas vozes”.
“Em termos de estatística, eu posso dizer que 75% dos jovens e 80% dos adultos participaram nas consultas sinodais em nossa diocese”, afirmou.
“O Papa Francisco estava inspirado ao lançar essa abordagem sinodal”, explicou o padre nesta entrevista.
A entrevista é de Guy Aimé Eblotié, publicada por La Croix Africa, 27-04-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Em que ponto está a Arquidiocese de Abidjã no processo de consultas para ajudar a preparar a próxima assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade?
Passado o mês de março, que era o mês das sínteses paroquiais, começamos e continuaremos até 27 de abril a elaborar as sínteses sobre as reitorias da diocese.
Nós garantimos a participação de todos nas paróquias.
Gostaríamos de parabenizar o cardeal Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjã, que nos encoraja nesta coleta e nos encoraja a envolver todas as entidades cristãs no bom andamento deste evento sinodal.
Em maio, faremos resumos por vicariatos e a síntese final de 10 páginas a serem apresentadas à equipe nacional de contato.
Este processo terminará em junho, quando teremos uma missa durante a qual será apresentada a síntese diocesana do Sínodo sobre a Sinodalidade.
Quais foram as dificuldades encontradas pelas equipes de contato paroquial durante a fase diocesana?
As primeiras dificuldades estavam relacionadas à formulação das questões que não eram acessíveis a todos.
Há áreas em nossa diocese onde essas questões eram difíceis de entender. Para remediar isso recorremos a catequistas que possibilitaram transmitir melhor a mensagem.
Os párocos também às vezes se deparavam com a indiferença e a preguiça de certos cristãos que não respondiam às perguntas porque não viam a importância disso.
Por isso, pedimos às equipes que os mobilizassem melhor, trabalhando com os párocos.
Também foi pedido aos párocos um forte envolvimento no processo sinodal, o que nem sempre é fácil devido às suas responsabilidades pastorais.
Alguns dos comentários que recebemos diziam que os párocos eram vistos como envolvidos e animados, mas para o clero que já tinha seu plano pastoral, nem sempre era fácil se envolver nas atividades sinodais.
Quais grupos católicos foram mais sensíveis ao processo e em que porcentagem? O papa estava certo em lançar este sínodo desta forma?
Os mais afetados foram os adultos e os jovens que perceberam que suas opiniões eram esperadas para o avanço da Santa Igreja.
Durante a fase paroquial, sentimos o desejo dos jovens de dizer algo para o avanço da Igreja. Alguns adultos sentiram que era hora de se afirmar, especialmente porque esta é a primeira vez que o evento sinodal chega a todos os fiéis de Cristo.
Em termos estatísticos, posso dizer que 75% dos jovens e 80% dos adultos participaram das consultas sinodais em nossa diocese.
O Papa Francisco estava inspirado ao lançar esta abordagem sinodal.
Às vezes é bom que os pais sigam os conselhos dos filhos, porque muitas vezes quando todas as decisões vêm “da cabeça”, dizemos a nós mesmos que há uma leve imposição.
A Igreja poderá ser plenamente considerada como uma casa de Deus somente quando permitir que todos os seus membros ofereçam seus pontos de vista. Isso se chama liberdade dos filhos de Deus.
Hoje, com a evolução do modernismo, são muitos os parâmetros que a Igreja Católica deve levar em conta. Esse avanço do modernismo permite que as pessoas amem a Igreja ou se voltem contra ela.
Ao realizar este sínodo, o papa está fazendo uma grande pesquisa que permitirá à Igreja se afirmar como serva de Deus que toma a opinião de todos os seus filhos.
Acho que com todas as opiniões reunidas, o Espírito Santo permitirá que a Igreja evolua de forma saudável e santa.
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Costa do Marfim. Massiva participação de jovens e adultos nas consultas do Sínodo 2023 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU