Francisco não irá para a Ucrânia: “Qual seria a utilidade de ir a Kiev se a guerra continuasse no dia seguinte?”

Imagem de destruição na Ucrânia. (Foto: Vatican News)

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22 Abril 2022

 

  • Sobre sua visita à embaixada russa: "Está claro para quem quer ver bem que ele estava sinalizando ao governo que pode acabar com a guerra no próximo momento. Para ser sincero, gostaria de fazer algo para que não há mais uma morte na Ucrânia. Nem mais uma. E estou disposto a fazer tudo".

 

  • "O Vaticano nunca descansa. Não posso contar os detalhes porque deixariam de ser esforços diplomáticos. Mas as tentativas nunca cessarão".

 

  • Explique por que ele não cita Putin: um papa nunca nomeia um chefe de Estado, muito menos um país, que seja superior ao seu chefe de Estado".

 

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 22-04-2022.


"Não posso fazer nada que alcance objetivos mais altos, que são o fim da guerra, uma trégua ou pelo menos um corredor humanitário. De que me adiantaria ir a Kiev se a guerra continuasse no dia seguinte? ". Papa Francisco não irá à Ucrânia. Ou, pelo menos, não será em breve. O que era um segredo aberto foi confirmado pelo próprio pontífice durante uma entrevista ao La Nación, na qual ele está "disposto a fazer tudo para impedir a guerra".

Francisco explica por que não cita Putin em suas condenações à guerra: "Um papa nunca nomeia um chefe de Estado, muito menos um país, que seja superior ao seu chefe de Estado", mas admite que "sempre há negociações" para mediar e alcançar a paz. " O Vaticano nunca descansa . Não posso contar os detalhes porque deixariam de ser esforços diplomáticos. Mas as tentativas nunca cessarão".

 

 

"Gostaria de fazer algo para que não haja mais uma morte"



Na sua visita à embaixada russa, Bergoglio revela que "Fui sozinho. Não queria que ninguém me acompanhasse. Era da minha responsabilidade pessoal. Foi uma decisão que tomei numa noite insone a pensar na Ucrânia." Por que o fez? "Está claro para quem quer ver bem que ele estava sinalizando ao governo que pode acabar com a guerra no próximo momento. Para ser sincero, gostaria de fazer algo para que não haja mais uma morte na Ucrânia. Nem mais uma. E  estou disposto a fazer tudo".

Sobre seu encontro com Kirill, o Papa anuncia que foi adiado: "Lamento que o Vaticano tenha tido que cancelar um segundo encontro com o Patriarca Kirill, que havíamos marcado para junho em Jerusalém. Mas nossa diplomacia entendeu que um encontro dos dois nesse momento pode levar a muita confusão".

Ao longo da conversa, Bergoglio lamenta as guerras, que ele descreve como "anacrônicas neste mundo e neste nível de civilização", e minimiza a dor no joelho, que o obrigou a suspender todas as suas audiências hoje. "Vai passar", garante, e ressalta que não aceita ser infiltrado e prefere colocar gelo. "A recuperação dos ligamentos é lenta nessa idade (...)  É preciso se contentar em ouvir que está bem preservado", brinca.

 

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