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“Maduro acabou com o projeto chavista e agora acaba com a nação; estamos nos tornando algo como Iraque e Líbia”. Entrevista com Heinz Dieterich

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23 Julho 2020

Divulgada em 3 de maio, a Operação Gideão foi interceptada por militares venezuelanos e pescadores treinados para a defesa do território nacional, e terminou com a morte de três mercenários norte-americanos. Diante do interesse hipócrita dos EUA em depor Maduro e intervir no país, o fato foi entendido como uma vitória do combalido governo local. No entanto, há mais elementos por trás da trama. É sobre este insólito episódio e também o duro cotidiano da Venezuela que o Correio entrevistou Heinz Dieterich, ex-assessor especial de Hugo Chávez e sociólogo.

“(o governo) só existe por conta das baionetas. Por isso sabotou toda eleição democrática desde dezembro de 2015, quando perdeu de maneira esmagadora as eleições parlamentares. O Estado venezuelano se encontra agora reduzido a seu núcleo: o poder militar. Dentro deste núcleo, há quatro grandes forças que lutam pelo poder”, explicou ele, ao destacar elementos chavistas afastados do atual processo político que, tanto quanto a direita local, estão interessados no fim da era Maduro.

Além da descrença na narrativa oficial da Operação, Dieterich é pessimista em relação às eleições parlamentares de dezembro, também denunciadas de antemão por diversas forças políticas. Ao responder sobre o caráter ditatorial que os adversários apontam ao regime, o sociólogo alemão/mexicano, socialista e autor de diversos livros sobre a temática, afirma que todo Estado é essencialmente ditatorial, mas reconhece a falência do atual modelo venezuelano, já muito distante do projeto socializante do comandante Hugo Chávez.

“Inepta e corrupta, a casta madurista logo perdeu o controle do processo. Quando foi derrotada esmagadoramente nas eleições parlamentares de dezembro de 2015, instalou a ditadura burguesa a seu modo, na qual a soberania e os interesses do povo venezuelano não contam para nada. Posteriormente, não só acabou com o projeto de Chávez, senão com a nação venezuelana, que hoje está ficando destruída como o Iraque ou a Líbia”.

Sobre a pandemia, Dieterich diz que a América Latina ainda não atingiu seu pico e, no caso venezuelano, a situação só não é pior por conta do auxilio cubano. E termina a entrevista traçando paralelos entre o grande antagonista global do país bolivariano.

“Para avaliar essa gestão pública é preciso olhar para o avanço da curva de evolução do vírus, que em toda América Latina não chegou ao seu apogeu ainda, por um lado. Por outro, não se pode confiar na informação do governo, porque Maduro e Trump têm uma infecção endêmica em comum: mentem constantemente à população”.

Heinz Dieterich
(Foto: The Free Social Encyclopedia)

A entrevista é de Gabriel Brito, publicada por Correio da Cidadania, 22-07-2020.

Eis a entrevista.

Em primeiro lugar, o que você comenta da tentativa de entrada em solo venezuelano de um grupo de mercenários, capturados inclusive com a ajuda de pescadores locais?

A Operação Gideão foi organizada essencialmente pelo general chavista Cliver Alcalá Cordones, a partir de seu exílio político na Colômbia, junto com setores populares chavistas dentro da Venezuela e setores da oposição política venezuelana, dentro e fora do país. A CIA, os serviços de inteligência colombiano e venezuelano infiltraram a organização, com o objetivo principal de conhecer e liquidar os restos da resistência militar chavista ainda em liberdade. Digo restos porque quase todos os altos militares chavistas estão presos ou exilados.

Os pescadores locais não foram mais que coreografia na detenção e execuções – não houve combate – de alguns membros da incursão naval. É óbvio que, com um par de fuzis velhos, não podiam deter militares profissionais com armamento moderno.

A liquidação da incursão naval esteve a cargo da polícia política do regime (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, SEBIN) e grupos operativos especiais, dirigidos por Diosdado Cabello, que é o principal organizador do terrorismo de Estado de Maduro. As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas do general Padrino López não tiveram um papel proativo.

Para o leitor brasileiro compreender, como são esses grupos de autodefesa popular e comunitária?

Em 2005, o presidente Hugo Chávez decidiu pela organização territorial de uma milícia popular, como contrapeso às Forças Armadas profissionais, pois nela havia setores que haviam participado do golpe de Estado de 11 de abril de 2002. Também teve papel a doutrina da Guerra de Todo o Povo de Cuba, desenvolvida por Fidel. Em 2009, assumiram o nome de Milícia Bolivariana.

São voluntários, que respondem (agora) por lei a Maduro, como um contrapeso às FANB, ao SEBIN e aos FAES (Força de Ações Especiais). Têm algo de instrução militar, mas seu valor de combate diante de um exército profissional moderno é zero. Sua função principal agora é servir como organização de massas e de inteligência/espionagem para Maduro, a fim de equilibrar suas forças repressivas com os aparatos de poder de Cabello e Padrino López.

Em linhas gerais, como está o tensionamento político na Venezuela? Qual a atual correlação entre governo e oposição?

O regime de Maduro anunciou eleições parlamentares para 6 de dezembro. Os principais partidos da oposição, o denominado grupo G-4 – Ação Democrática (AD), Vontade Popular (VP, Leopoldo López); Primeiro Justiça (PJ, Henrique Capriles) e Um Novo Tempo (UNT) – já disseram que “não validarão nem reconhecerão” essa “farsa eleitoral montada pela ditadura por conveniência”, depois de o Tribunal Supremo eleger os novos reitores do Conselho Nacional Eleitoral, faculdade que compete à Assembleia Nacional.

De fato, é uma tentativa desesperada da camarilha de Maduro de se legitimar, porque seu regime está colapsando. Esperam que Joe Biden vença as eleições dos EUA e que com o circo eleitoral fiquem no poder. Mas, isso é uma utopia, porque nem a União Europeia, nem os Estados Unidos e nem os países latino-americanos em sua maioria reconhecerão os resultados.

Pelas ações de Washington e da Grã Bretanha, o bloqueio energético, a entrega do ouro venezuelano à custódia de Guaidó etc., Maduro só tem uma saída: renunciar e se exilar. Nem o apoio da Rússia ou da China podem salvá-lo.

E, dado que seu regime não tem ética democrática e nem palavra, as eleições de dezembro, caso ocorram, não serão livres nem transparentes. Não seriam mais que uma farsa legitimadora para um Estado burguês falido.

O país se sente ameaçado de invasão militar estrangeira? Você considera essa hipótese razoável?

É uma medida de guerra psicológica, porque não se precisa de nenhuma força militar para conseguir a implosão do regime. O regime de Maduro é como um paciente com câncer em estado terminal. Com um salário mínimo de três dólares mensais (sic), sem economia, sem moeda soberana, baseado na repressão e na mentira, é um castelo de cartas que cairá sem necessidade de invasão militar.

Maduro só está no poder graças aos militares? Como funciona este arranjo atualmente?

Sim, só existe por conta das baionetas. Por isso sabotou toda eleição democrática desde dezembro de 2015, quando perdeu de maneira esmagadora as eleições parlamentares.

O Estado venezuelano se encontra agora reduzido a seu núcleo: o poder militar. Dentro deste núcleo, há quatro grandes forças que lutam pelo poder. As FANB, comandadas pelo general antichavista Padrino López. A Gestapo tropical, o SEBIN, e as FAES, ou seja, grupos especiais de repressão, controlados por três dos principais terroristas do Estado: o ex-tenente Diosdado Cabello, o general Nestor Reverol, e, em parte, Maduro. Há ainda as Milícias Bolivarianas, controladas por Maduro e a Guarda Nacional, comandada pelo general Fábio Zavarse Pabón, aliado de Maduro.

O equilíbrio entre as quatro forças é instável e as alianças, rusgas e traições variam muito em função das circunstâncias internas e externas. Por exemplo, dia desses, Maduro conseguiu debilitar substancialmente seu rival Cabello, ao mandar toda a promoção da geração militar de 1987, de Diosdado Cabello, à reserva e o substituído pelo general Domingo Hernández Larez, novo comandante do Exército.

A Venezuela hoje merece ser classificada como ditadura, como insistem afirmar setores de direita? O que, em sua visão, poderia justificar este qualificativo?

Toda sociedade que tem um Estado é uma ditadura. Se não fosse uma ditadura, não necessitaria um Estado, porque o Estado é essencialmente um aparato de repressão da power elite (C.W. Mills) ou, como dizia antes, da classe dominante. A equação é simples: onde há Estado, há ditadura de um setor dominante. Nesse sentido não há nenhuma democracia real popular e direta no mundo. Isto em um sentido estrutural.

Mas há também um sentido conjuntural da democracia e da ditadura, e esta é a diferença entre Chávez e Maduro. Chávez era, antes que um militar, um humanista cristão, semelhante a López Obrador no México. Tratava de implementar um projeto social cristão, a “opção pelos pobres”, como diz a Teologia da Libertação.

A dialética diabólica de um projeto histórico deste tipo é que não se pode realizá-lo sem repressão, porque é binário. Planeja-se o ‘bem’, mas só se o consegue empregando também a repressão.

A doutrina e a ética humanista do Comandante lhe impediram de usar a repressão para construir o ‘bem’, tal como fizeram os jacobinos na França ou Cromwell na Inglaterra. Em termos concretos da Venezuela: Chávez não neutralizou a contrarrevolução interna ao Thermidor, em 2007-08, quando era necessário acabar com a direita, a contrarrevolução burguesa dentro do Estado, do partido e do movimento bolivariano. Ou seja, com Maduro e, sobretudo, com o terrorista de Estado Diosdado Cabello. Ao não fazê-lo, se fortaleceu a contrarrevolução burguesa “bolivariana” endógena, que após a morte do Comandante (março de 2013) tomou o poder.

Inepta e corrupta, a casta madurista logo perdeu o controle do processo. Quando foi derrotada esmagadoramente nas eleições parlamentares de dezembro de 2015, instalou a ditadura burguesa a seu modo, na qual a soberania e os interesses do povo venezuelano não contam para nada. Posteriormente, não só acabou com o projeto de Chávez, senão com a nação venezuelana, que hoje está ficando destruída como o Iraque ou a Líbia, incluindo a perda do território do Esesquibo.

É uma autêntica tragédia histórica.

Como descreve o atual quadro socioeconômico do país? O que se pode prever para o próximo período, em que o mundo está praticamente paralisado devido à pandemia do novo coronavírus?

Com um salário mínimo de 2,5 dólares, sem exportações, sem o fornecimento de energia assegurado, sem aparelho de produção interna, sem uma moeda nacional, sem crédito internacional (salvo Rússia e China), com um decrescimento do PIB latino-americano ao redor de 6% e da Venezuela em torno de 15%, a perspectiva para o país é de uma possível crise alimentícia e social dramática, se não conseguirmos remover a ditadura de Maduro ainda este ano.

No caso sanitário, uma crescente taxa de infecção e fatalidade do Covid-19 é inevitável, porque o alardeado modelo 7-7 (sete dias de quarentena, sete de liberdade de circulação) de Maduro é, em termos científicos, um disparate. A única coisa positiva que trabalha a favor da população é o apoio massivo cubano, porque Cuba tem uma enorme experiência e capacidade no tema da saúde pública, graças à Revolução cubana e à política de Fidel.

Por fim, como você avalia a gestão pública da pandemia na Venezuela?

Para avaliar essa gestão pública é preciso olhar para o avanço da curva de evolução do vírus, que em toda América Latina não chegou ao seu apogeu ainda, por um lado. Por outro, não se pode confiar na informação do governo, porque Maduro e Trump têm uma infecção endêmica em comum: mentem constantemente à população, para manterem-se no poder. São protótipos de ditadores que têm os seus povos sequestrados. São ditaduras populistas que, em termos concretos, empregam o ideário burguês, as práticas de direita.

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