Em um sentido também político, abre-se nestes dias a enésima fase convulsionada do pontificado de Francisco, que, no próximo dia 13 de março, completará seu sétimo ano. Quem está agitando a Igreja reformista de Bergoglio são as investidas contrapostas e centrífugas provenientes dos dois fronts extremos dos católicos, o dos progressistas teutônicos e o dos clérigos de direita.
A reportagem é de Fabrizio D’Esposito, publicada por Il Fatto Quotidiano, 03-02-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Os primeiros concluíram nesse sábado, em Frankfurt, a primeira assembleia das quatro previstas do imprevisível caminho sinodal dos bispos alemães, no limite do cisma. Sob a liderança do cardeal Reinhard Marx (nomen omen), a assembleia, mais do que um sínodo de fiéis católicos, se assemelhava a uma “espécie de parlamento eclesial no estilo protestante” para usar as palavras do cardeal da Colônia, Rainer Maria Woelki, relatadas pelo site La Nuova Bussola Quotidiana.
Foi dramático o julgamento do purpurado: “Todos os meus medos se tornaram realidade”. Do Evangeliário levado em procissão pelas mulheres ao “não” ao celibato sacerdotal, para terminar com uma liberação completa da moral sexual para os gays, distante anos-luz da “continência” prevista pelo Catecismo da Igreja Católica. No resumo da assembleia, todas essas passagens que surgiram nas várias intervenções provocaram vários aplausos dos participantes.
Ao mesmo tempo, o front clerical que vê no Papa Bergoglio um herege registra mais um salto de qualidade na guerra contra o pontífice argentino. Se até algumas semanas o ponto de referência dessa Igreja soberanista e fechada, na qual prevalece a doutrina sobre a misericórdia, era Bento XVI (protagonista das polêmicas em torno do livro coassinado com o cardeal Robert Sarah em defesa do celibato dos padres), agora é a hora de João Paulo II se tornar um ícone dos fiéis conservadores.
Conforme relatado pelo jornal La Stampa, será realizado em Roma, no dia 4 de fevereiro, um congresso com este tema: “Deus, honra, nação: o presidente Ronald Reagan, o Papa João Paulo II e a liberdade das nações”.
A discussão ocorrerá dentro da National Conservatism Conference, com as presenças de Matteo Salvini, Giorgia Meloni, o húngaro Viktor Orbán e a francesa Marion Maréchal, neta de Marine Le Pen. Um programa completo.
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