A pedido da filha, Papa Francisco telefona para a família de Marielle

Foto: Reprodução/ Facebook

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21 Março 2018

A vereadora Marielle Franco denunciava os abusos cometidos pela polícia nas favelas. Depois do homicídio, a filha escrevera uma carta para o Papa Francisco, pedindo que rezasse por ela.

A informação é de Lucia Capucci, publicada por Avvenire, jornal católico da Itália, 21-03-2018. A tradução é de IHU On-Line.

Na segunda-feira, quatro dias depois do homicídio de Marielle Franco, a filha de 19 anos, Luyara Santos, escreveu uma “carta afetuosa” ao Papa Francisco.

“Tratava-se uma carta muito curta e muito simples, na qual Luyara narrava o ‘golpe’ (‘strappo’, em italiano) que sentiu pela morte da mãe, que denunciava os abusos da polícia contra os moradores nas favelas. E lhe pedia "rezar por ela, para que o Senhor lhe desse a força para seguir em frente”, narra ao jornal Lucas Scherer, da Fundação argentina Alameda que fez a mediação entre o Rio e o Vaticano.

O seu presidente, Gustavo Vera, como Scherer, são ativistas contra o tráfico de mulheres, e são velhos conhecidos de Jorge Mario Bergoglio. Foi Vera, portanto, que fez com que a carta chegasse ao “amigo Papa”. Vinte e quatro depois, Francisco telefonou para a casa da vereadora do Rio de Janeiro, executada juntamente com o seu motorista, no dia 14 de março.

A filha não estava em casa. No entanto, a mãe de Marielle, Marinette atendeu o telefonema. O Papa lhe “exprimiu a sua solidariedade e seu afeto”, prossegue Scherer.

O assassinato de Marielle comove o Brasil e toda a América Latina. Em todo Continente foram organizadas manifestações para pedir justiça. As primeiras investigações indicam que as balas usadas para matar Marielle pertenciam a um lote que estava nas mãos da polícia.

Depois de um mês da polêmica decisão da intervenção do exército na cidade carioca para combater a violência, o governo começa a recuar. Os militares anunciaram a retirada da favela de Vila Kennedy, ocupada no dia 23 de fevereiro por mais de três mil homens e definida como “laboratório” da nova estratégia. Ao mesmo tempo, o presidente Michel Temer decidiu destinar somente um terço dos 800 mil euros inicialmente previstos para a intervenção do exército.

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