28 Setembro 2017
O superior dos Lefebvrianos explica porque assinou a "correção filial", que pede ao Papa de "restabelecer a verdade" e "corrigir o erro" que teria sido gerado pela exortação apostólica Amoris laetitia com a qual, entre outras coisas, Francisco dá acesso à comunhão para divorciados novamente casados.
"O nosso respeito pelo Papa continua intacto", afirma Monsenhor Benrnard Fellay, em uma entrevista oficial publicada pelo site do grupo cismático "e justamente por respeito pela sua função que lhe pedimos filialmente de ‘confirmar os seus irmãos’ rejeitando publicamente essas afirmações abertamente heterodoxas que criam tantas divisões na Igreja".
A informação é publicada Askanews, 27-09-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Os signatários do apelo ao Papa estão "chocados por todas as divisões causadas pela Amoris laetitita, pelas explicações que o Papa forneceu sobre esse documento em recentes declarações e por suas declarações sobre Lutero. Agora em alguns países os bispos aceitam a comunhão para divorciados civilmente recasados e, em outros, a recusam. A moral católica tem uma geometria variável? Pode ser submetida a interpretações contraditórias?”, questiona-se o sucessor de monsenhor Marcel Lefebvre na liderança da fraternidade sacerdotal cujos bispos incorreram na excomunhão durante a década de 1980, depois de ter contestado as conclusões do Concílio Vaticano II (1962-1965) sobre questões como a liberdade religiosa e o ecumenismo. De acordo com Fellay, "não são os nomes dos signatários de correctio filialis, mas o valor objetivo dos argumentos expostos que deve ser considerado". A petição, como também pode ser verificado pelos computadores do Vaticano, atingiu o número de 147 adesões, entre as quais a de um único bispo estadunidense, aposentado, com mais de noventa anos e nenhum cardeal.
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Lefebvrianos: nós gostamos de todos os Papas, mas este é heterodoxo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU