Por: João Vitor Santos | Tradução: Ramiro Mincato | 09 Junho 2018
Analistas do “mundo Vaticano” apontam como novidade no pontificado de Francisco sua perspectiva de “Igreja em saída”. Para o jornalista e historiador Gianni Valente, tal perspectiva é, na verdade, uma retomada da essência. “Quando o papa Francisco fala de ‘Igreja em saída’, ele não quer indicar um projeto de estratégia eclesial. Simplesmente, quer lembrar qual é a natureza própria da Igreja”, pontua. Ele ainda explica que “não se trata de inventar nada, mas simplesmente de viver, de modo frutífero e criativo, os gestos e práticas mais comuns da vida eclesial”. É um conceito que pode estar por trás de movimentos que têm colocado esse pontificado em destaque no cenário geopolítico. “Francisco vê, nos cenários internacionais e geopolíticos, como próprio da Igreja a tarefa de ‘desfazer nós’, de facilitar caminhos e soluções, de ajudar processos de prevenção e desarmamento de conflitos”, avalia Valente.
Entretanto, o jornalista e historiador faz questão de destacar: “Francisco não parece buscar projetos geopolíticos pessoais”. Afinal, outra ponta da “Igreja em saída” é não estar centrada em si. “Precisamente por isso, os líderes dos países mais díspares escutam-no pela sabedoria de suas respostas, sempre atento ao bem de todos”, justifica. Valente também analisa, na entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, que a voz de Bergoglio tem despertado atenção inclusive de chineses. “O papa Francisco não pode ser engessado no clichê de ‘capelão do Ocidente’. Ele expressa uma leitura da globalização que certamente pode interessar aos chineses”, dispara. Isso porque “pela primeira vez, em termos tão claros, a ação e a presença do Papa e da Santa Sé em cenários globais podem não ser percebidas na China apenas como um aspecto religioso das estratégias geopolíticas do Ocidente sob a orientação Norte atlântica”. É, para ele, a clareza de que “a Igreja está presente no mundo – assim Bergoglio repete em linha com toda a Tradição – somente para facilitar o encontro de homens e mulheres com Cristo”.
Gianni Valente | Foto: Riscossacristiana
Gianni Valente é jornalista e historiador italiano. Formado em história religiosa do Oriente cristão. Foi editor da revista internacional "30Giorni", onde publicou textos sobre a vida das comunidades cristãs da China, Rússia e em países da América Latina e Oriente Médio. Atualmente é editor da Agência Fides, órgão de informação das Pontifícias Obras Missionárias. Colabora as publicações italianas "Limes", "Vatican Insider" e "La Stampa". Entre seus livros, destacamos Il Tesoro che fiorisce. Storie di cristiani in Cina (Roma: San Paolo, 2002), Ratzinger al Vaticano II (Roma: Edizioni San Paolo, 2013) e Francesco, un Papa dalla fine del mondo (Roma: Ed. EMI, 2013).
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Desde os primeiros movimentos em seu pontificado, Francisco defende a necessidade de se constituir uma “Igreja em saída”. Passados cinco anos, que ideia de Igreja em missão se constitui nesse pontificado? Quais os avanços e limites dessa perspectiva?
Gianni Valente – Quando o papa Francisco fala de "Igreja em saída", ele não quer indicar um projeto de estratégia eclesial. Simplesmente, quer lembrar qual é a natureza própria da Igreja, assim como o próprio Cristo a constituiu. A Igreja está, por natureza, "em saída" de si mesma, e essa dinâmica genética não é esforço de design, mas efeito da obra da graça de Cristo: o próprio Cristo, com sua graça, "atrai" a Igreja para sair de si, para não ficar inclinada sobre si mesma.
A Igreja "sai" de si mesma quando segue a Cristo pelas estradas do mundo. Quando quase se "esquece" de si mesma, para seguir a Cristo, com a mesma dinâmica daqueles que fizeram a experiência de apaixonar-se. Somente seguindo a Cristo a Igreja pode "sair de si" e libertar-se da tentação da autorreferencialidade, segundo a intuição também formulada pelos bispos latino-americanos na Assembleia de Aparecida [1].
Portanto, a imagem da “Igreja em saída” nada tem a ver com a pretensão de "recuperar" vidas despedaçadas das multidões urbanas, inventando, quem sabe, algum tipo de projeto missionário sofisticado. Para o papa Bergoglio não se trata de inventar nada, mas simplesmente de viver, de modo frutífero e criativo, os gestos e práticas mais comuns da vida eclesial. Por isso, ele não fala tanto de "nova evangelização", mas repete que é melhor viver "de maneira missionária" todas as atividades mais comuns da Igreja, a partir do cuidado pastoral dos sacramentos. O horizonte é estimular, facilitar o encontro de cada pessoa com Cristo, que é viva e operacional, e – esta é uma imagem querida de Bergoglio – bate de dentro para "sair", ele não quer ficar " fechado" na Igreja.
O próprio Cristo quer "sair" para encontrar os homens e o mundo. Não somos nós que "levamos Cristo" aos outros. A missão da própria Igreja é obra de Cristo. Na minha opinião, essas sugestões do papa Francisco sobre a natureza da Igreja e a dinâmica da missão foram imediatamente reconhecidas por muitos agentes pastorais que vivem sua vida "no campo", em todos os cinco continentes. Estes se sentiram certamente confortados pelas palavras do Papa, e encontraram nelas novo ímpeto.
Em vez disso, em muitas estruturas da "burocracia" eclesial, e até mesmo nos muitos discursos que inundam os meios de comunicação em torno à “personagem” do papa Francisco, parece-me que, muitas vezes, até mesmo as sugestões do Papa a respeito da "Igreja em saída", e a respeito do ir "às periferias", são reduzidas a slogans de um novo conformismo clerical, que os esvazia, deturpa ou manipula seu conteúdo. Fazem delas simplesmente uma "nova versão", com acentos latino-americanos, da retórica sobre a "Nova Evangelização" cultivada nos tempos do papa João Paulo II [2]. Fala-se de "Igreja em saída", interpretando-a como nova forma de "protagonismo" eclesial autorreferencial ("sair" para "conquistar o espaço"). Enquanto isso, a insistência na necessidade da "Igreja em Saída" torna-se estéril, não produz nenhum fruto, e corre o risco até mesmo de tornar-se uma nova "linguagem" para novas formas de narcisismo clerical.
IHU On-Line – Que relações podemos estabelecer entre as críticas de Francisco ao clericalismo e sua insistência para se conceber uma Igreja fora de si mesma?
Gianni Valente – Exatamente a redescoberta da natureza própria da Igreja – como realidade "descentralizada" de si mesma, que não vive de luz própria, mas da luz da graça de Cristo, e que, por isso, somente pode ser ela mesma quando fora da "autorreferencialidade", quando não voltada para si mesma, quando "sai" de si mesma – tudo isto ajuda, exatamente, a perceber que o clericalismo trai a natureza da Igreja, representa uma traição da sua natureza.
Em síntese, na origem da denúncia do carreirismo e do clericalismo eclesiástico não encontramos um abstrato furor moralista e rigorista, mas o efeito do impulso que quer colocar em evidência e respeitar a verdadeira natureza da Igreja. Nesse sentido, o desejo de libertar-se do carreirismo e do clericalismo é consequência. Traz à tona sua natureza autêntica, pois, como "efeito", são desmascarados e desautorizados os mecanismos usados pelo clericalismo carreirista, que desfigura o rosto da própria Igreja.
IHU On-Line – Quais são as maiores resistências a este pontificado?
Gianni Valente – As resistências maiores vêm dos aparelhos mediático-clericais, espalhados principalmente pela Europa e por muitos países da América, ligados entre si em "rede" global – que nas últimas décadas distorceram o cristianismo, transformando-o em uma espécie de ideologia religiosa identitária. Como com outras contrafações ideológicas desenvolvidas no passado, a atual ideologia “cristianista” – assim a definiu o filósofo francês Rémi Brague [3] – é estranha às dinâmicas próprias – ou seja, sacramentais – do acontecimento cristão, embora use como "bandeiras próprias" palavras e fórmulas da grande herança da história e tradição cristãs.
Nos discursos e operações desta ideologia desapareceram todas as referências à ternura de Cristo, à ação suave de sua graça, que trabalha misteriosamente no segredo dos corações. Referências ao cristianismo servem apenas para alimentar batalhas culturais, reivindicando um orgulho ideológico "muscular": pretende-se dar consistência ao conteúdo cristão e à própria memória de Cristo enrijecendo-os – precisamente – em ideologia. Lançam contra o papa Bergoglio acusações doutrinárias, difamam-no como um Papa que renuncia a apresentar as verdades cristãs, mas, na realidade, atacam o Papa só porque não podem suportar o que ele sempre diz, ou seja, que a Igreja não é autossuficiente, mas depende, em cada passo, e em cada manifestação, da Graça de Cristo. Repetindo isso, Francisco não repete outra coisa senão as palavras de Jesus aos seus discípulos: "sem mim nada podeis fazer". Mas é precisamente isso que os amantes das novas ideologias identitárias querem negar e ocultar: Cristo.
IHU On-Line – Até que ponto Francisco, tido como reformador, progrediu no sentido de mudar a Cúria Romana nestes cinco anos?
Gianni Valente – A sugestão e o critério indicado pelo papa Francisco é de respeitar a natureza própria da Igreja, e, portanto, libertá-la, por quanto possível, de qualquer autorreferencialidade, de toda tendência autocelebrativa, de cada impulso que procura aumentar seu próprio poder e sua própria glória "mundana". Estes critérios deveriam, em teoria, produzir simplificação, flexibilização das estruturas da Cúria Romana, que, por natureza, são apenas instrumentos colocados para ajudar o Papa em seu ministério, e não devem ser concebidos como uma espécie de "super-Central" da Igreja universal.
Os resultados do processo de reforma da Cúria Romana só poderão ser avaliados a longo prazo, medindo os efeitos produzidos. Mas, se tenho que ser sincero, alguns dos processos de reforma implementados na Cúria Romana não parecem inspirados nos critérios sugeridos pelo papa Francisco. Eles usam ferramentas, métodos e palavras de ordem típicas dos mecanismos de renovação institucional de aparatos de empresas mundanas, das "companies" internacionais. Os Dicastérios [4] romanos, em vez de perseguir a magreza de "substância", são fundidos com lógicas que, com o tempo, os levarão a uma redução de pessoas, mas, entrementes, os transformarão em superministérios revestidos de "maior importância", centrais-moloch mais eficientes no exercício das próprias reivindicações para dirigir a Igreja universal, de acordo com os cânones mais atuais do business organization de empresas.
Penso, de modo particular, nas reformas econômicas concentradas no IOR [5], e naquela dos Meios de Comunicação do Vaticano. No primeiro caso, na catastrófica fase inicial, as comissões e os organismos instrutores, aos quais foi confiada a reforma, foram infiltrados por agentes de todas as corporações e empresas de consultoria que marcham no ritmo da globalização financeira liderada pelo Atlântico Norte (McKinsey, Promontory, Ernst &Young, KPMG). No caso dos Meios de Comunicação, sob a direção do "monsenhor-manager", está em desmantelamento progressivo uma estrutura que girava em torno da Rádio Vaticana, e que representava uma rede capilar de informação livre, inclusive dos laços da audiência e da publicidade; fonte confiável de notícias sobre o Papa, sobre a Igreja e os eventos do mundo, com uma equipe de trabalho internacional e um patrimônio precioso e vital de competências. Perdem-se riqueza e originalidade no terreno da formação, e privilegiam-se estratégias construídas para alimentar a "personagem midiática" do Papa.
IHU On-Line – Quais são os desafios da Igreja de hoje na China? Como compreender as relações da Santa Sé com este país?
Gianni Valente – Na minha opinião, o maior obstáculo no caminho para China não são o controle prepotente, às vezes exercido pelas autoridades políticas sobre a vida da Igreja, mas as divisões e contraposições dentro da própria Igreja, entre as comunidades chamadas "oficiais" e as chamadas "clandestinas", que não aceitam submeter-se à política religiosa governativa. A história das relações com a China é longa e complicada, e sempre representou um ponto de interesse primário para a Igreja de Roma. O desejo de levar o anúncio do Evangelho ao grande povo chinês sempre foi um dos grandes sonhos do impulso missionário da Igreja Católica, mesmo em eras passadas. Para entender o que está em jogo nas relações da Santa Sé com o governo chinês, é preciso levar em conta tudo isso, ter uma "ampla perspectiva", mais que fixar-se em episódios recentes ou incidentes particulares.
IHU On-Line – Como o senhor avalia as ações de Francisco em relação à tentativa de se aproximar da China?
Gianni Valente – O papa Francisco leva adiante, com ênfase pastoral, a mesma abordagem dos últimos papas com relação à questão da Igreja na China. Houve várias fases, momentos dramáticos, acidentes no caminho, que também recentemente, tantas vezes, confundiram as águas e reabriram feridas. Mas, ao mesmo tempo, houve também uma progressiva limpeza da percepção sobre as reais condições do catolicismo na China, da parte da Santa Sé.
Todos os últimos pronunciamentos dos papas sobre a China compartilham as mesmas prioridades e a mesma perspectiva. Especialmente nos últimos 20 anos, o pedido mais premente dos papas aos católicos chineses é o de acabar com as fraturas entre áreas eclesiais divididas e opostas por causa da política religiosa chinesa. No que diz respeito às relações com as autoridades chinesas, o papa Ratzinger [6], em sua "Carta aos católicos chineses” [7], de 2007, havia dito que, de qualquer modo, você não pode continuar a perpetuar um conflito entre a Igreja e o governo de Pequim, e também auspicava "para que se encontre um acordo em resolver algumas questões relativas à escolha de candidatos para o episcopado" naquele País.
O papa Francisco diz que aquela Carta mantém sua validade, e também hoje, representa o texto de referência. Dentro desta continuidade, obviamente é preciso registrar também que as sugestões pastorais mais recorrentes de Francisco estão despertando fecundidade na vida concreta das comunidades católicas chinesas, das quais poucos até agora tomaram conhecimento. Todos os dias os católicos chineses podem receber o magistério ordinário do Papa, a começar pelas homilias das missas celebradas de manhã na capela Santa Marta, de sua residência. Por exemplo, o Ano Santo da Misericórdia [8], lançado pelo papa Francisco, foi vivido com grande intensidade por inúmeras comunidades católicas da China.
IHU On-Line – Até que ponto é conveniente para a China aliar-se ao pontificado de Francisco em sua busca de protagonismo geopolítico?
Gianni Valente – Talvez, pela primeira vez, em termos tão claros, pelo menos nos últimos séculos, a ação e a presença do Papa e da Santa Sé em cenários globais podem não ser percebidas na China apenas como um aspecto religioso das estratégias geopolíticas do Ocidente sob a orientação Norte atlântica. O papa Francisco não pode ser engessado no clichê de "capelão do Ocidente". Ele expressa uma leitura da globalização que certamente pode interessar aos chineses.
É claro, o interesse e a curiosidade dos aparelhos chineses são estimulados pelo olhar crítico do Papa ao modelo de desenvolvimento global. Os comunistas chineses aceitaram e abraçaram a globalização capitalista como plano para retirar centenas de milhões de concidadãos da pobreza. Mas os setores mais sagazes sentem vertigem diante de um possível resultado catastrófico dos processos em andamento (por exemplo, em termos de devastação ambiental, sobre o conflito interno, com os vizinhos e as outras potências globais, sobre a desarticulação dos laços familiares e sociais varridos na busca desenfreada de enriquecimento). Quando o Papa fala de um sistema desenvolvimentista construído em torno à idolatria do dinheiro, que gera a cultura do descartável, que já não precisa do trabalho dos homens, que produz guerras para vender armas, os líderes chineses percebem que está falando também sobre eles, das suas preocupações, seus fantasmas, dos seus remorsos removidos.
IHU On-Line – Bergoglio pode ser visto como um dos principais atores do cenário geopolítico de hoje? Por quê? E como seu protagonismo global difere dos outros papas?
Gianni Valente – A Igreja está presente no mundo – assim Bergoglio repete em linha com toda a Tradição – somente para facilitar o encontro de homens e mulheres com Cristo. O papa Francisco vê, nos cenários internacionais e geopolíticos, como próprio da Igreja a tarefa de "desfazer nós", de facilitar caminhos e soluções, de ajudar processos de prevenção e desarmamento de conflitos. Assim, a Igreja dirigida por Francisco também se coloca no cenário das relações internacionais, permanecendo, por natureza, distinta dos sujeitos geopolíticos e respeitando autoridade, função e competência, sem invasão do campo. Isso explica, pelo menos em parte, a atenção e a embrionária abertura de crédito que o papado de Bergoglio acendeu, de maneira transversal, entre os sujeitos geopolíticos mais díspares.
Neste sentido, a sensibilidade bergogliana parece diferenciada daquela encontrada nos pontificados "geopolíticos" de Pio XII [9] – que repropôs a ligação Ocidente e Cristianismo como ponto de repartida para uma civilização devastada pela barbárie totalitária e pelo morticínio da guerra – e João Paulo II, o Papa de 1989, da Igreja "força motriz" da queda do Muro [de Berlim]. De maneira diferente, o papa Francisco não parece buscar projetos geopolíticos pessoais. Precisamente por isso, os líderes dos países mais díspares, mesmo os que estão em conflito entre si, escutam-no pela sabedoria de suas respostas, sempre atento ao bem de todos.
IHU On-Line – Como imagina a Igreja depois da passagem de Bergoglio pelo trono de Pedro?
Gianni Valente – Percebi que, depois de um pontificado, Deus se reserva fantasia e liberdade sobre como "prosseguir" e fazer tudo acontecer. Espero que a cena não seja hegemonizada pelas polêmicas e leituras opostas dos detratores e dos potenciadores "a priori" do atual pontificado. E que se possa proceder, de maneira "calma e tranquila", no caminho da fé dos apóstolos, sem controvérsias que exacerbem a polarização da figura do Papa e de seus ensinamentos. Também espero que, com o tempo, comecem a germinar as flores e os frutos do magistério ordinário que o papa Francisco disseminou de mão cheia, lembrando a todos que a Igreja não existe para levar a cabo projetos geopolíticos, mas é chamada primariamente a testemunhar a misericórdia e amor de Cristo para com todos os homens e todas as mulheres.,
Notas:
[1] Conferência de Aparecida: V Conferência Geral Do Episcopado Latino-Americano e do Caribe - Aparecida, 13-31 de maio de 2007 - Documento Final. V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, ou Conferência de Aparecida, foi inaugurada pelo Papa Bento XVI, em Aparecida, no dia 13 de maio e encerrou-se no dia 31 de maio de 2007. O tema da V Conferência foi: “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida”, inspirado na passagem do Evangelho de João que narra “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Sobre essa Conferência leia a edição 224 da revista IHU On-Line, de 20-6-2007, intitulada Os rumos da Igreja na América Latina a partir de Aparecida. Uma análise do Documento Final da V Conferência. (Nota da IHU On-Line)
[2] Papa João Paulo II (1920-2005): Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana e soberano da Cidade do Vaticano de 16 de outubro de 1978 até sua morte. Teve o terceiro maior pontificado documentado da história, reinando por 26 anos, depois dos papas São Pedro, que reinou por cerca de trinta e sete anos, e Pio IX, que reinou por trinta e um anos. Foi o único Papa eslavo e polaco até a sua morte, e o primeiro Papa não italiano desde o neerlandês Papa Adriano VI em 1522. João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX. Com um pontificado de perfil conservador e centralizador, teve papel fundamental para o fim do comunismo na Polónia e talvez em toda a Europa, bem como significante na melhora das relações da Igreja Católica com o judaísmo, Islã, Igreja Ortodoxa, religiões orientais e a Comunhão Anglicana. (Nota da IHU On-Line)
[3] Rémi Brague (1947): filósofo especialista em filosofia medieval árabe, judaica e cristã. É professor emérito de filosofia da Universidade Paris I Panthéon-Sorbonne e da Universidade de Munique Ludwig-Maximilians. Desde 2009 é membro da Académie des Sciences Morales et Politiques e da Academia Católica da França. Em 2012 foi um dos ganhadores do Prêmio Ratzinger de teologia. (Nota da IHU On-Line)
[4] Dicastério: espécie de departamentos do governo da Igreja Católica que compõem a Cúria Romana. Entre os dicastérios estão: a Secretaria de Estado, as congregações, os tribunais eclesiásticos, conselhos, ofícios, comissões e comités. O Papa delega a cada dicastério uma função do governo. (Nota da IHU On-Line)
[5] Instituto de Obras Religiosas - IOR: vulgarmente conhecido como o "Banco do Vaticano", é um Instituto Pontifício de Direito Privado, criado em 1942 pelo Papa Pio XII e baseado na Cidade do Vaticano. É muitas vezes erroneamente considerado o banco central da Santa Sé, uma tarefa realizada pela Administração do Patrimônio da Sé Apostólica - Apsa. O IOR tem se envolvido repetidamente em escândalos, financeiros e outros, entre os quais se destacam "o caso Sindona" e o banco do Banco Ambrosiano. Desde 2010, o Instituto iniciou uma série de reformas com o objetivo de tornar as estruturas e regulamentações mais transparentes e acabar com quaisquer práticas ilícitas. (Nota da IHU On-Line)
[6] Bento XVI, nascido Joseph Aloisius Ratzinger (1927): foi papa da Igreja Católica e bispo de Roma de 19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013, quando oficializou sua abdicação. Desde sua renúncia é Bispo emérito da Diocese de Roma. Foi eleito, no conclave de 2005, o 265º Papa, com a idade de 78 anos e três dias, sendo o sucessor de João Paulo II e sendo sucedido por Francisco. (Nota da IHU On-Line)
[7] Acesse a íntegra do documento aqui. (Nota da IHU On-Line)
[8] Julbileu da Misericórdia (Ano Jubilar): anunciado pelo papa Francisco em 13 de março de 2015, o “jubileu extraordinário” é centrado na “misericórdia de Deus”. Teve início a 8 de dezembro desse ano e percorreu todo o ano de 2016. O Ano Jubilar é uma comemoração religiosa da Igreja Católica, celebrada dentro de um Ano Santo, mas o que difere deste é que a celebração jubilar é feita de 25 em 25 anos. A celebração cristã se fundamenta na Bíblia, tanto no Antigo Testamento, de onde temos a tradição judaica como no Novo Testamento. (Nota da IHU On-Line)
[9] Papa Pio XII (1876-1958): nascido Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli, foi eleito Papa no dia 2 de março de 1939. (Nota da IHU On-Line)
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Bergoglio reacende na Igreja o protagonismo do cenário geopolítico. Entrevista especial com Gianni Valente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU