10 Dezembro 2025
Plano prevê a regularização de 70% das Terras Indígenas até 2027 e a criação de 4 milhões de hectares em Unidades de Conservação até 2035.
A reportagem é publicada por Climainfo, 09-12-2025.
A Comissão Nacional de Biodiversidade (CONABIO) lançou na última 2ª feira (8/12) a atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacional para a Biodiversidade (EPANB) para o período 2025-2030. O documento estabelece 25 metas nacionais e 234 ações de proteção, uso e financiamento da conservação das vidas existentes na natureza.
A EPANB segue uma lógica semelhante à das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) sob o Acordo de Paris, explica o Capital Reset. Entre as metas estão, por exemplo, eliminar o desmatamento ilegal e a conversão de vegetação nativa até 2030; restaurar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas; criar 4 milhões de hectares em Unidades de Conservação (UC), em diferentes biomas; conectar 30% do território nacional com corredores ecológicos até 2035; e regularizar 70% das Terras Indígenas (TI) até 2027.
Especificamente sobre a criação de UC, a estratégia detalha que, até 2030, será formalizada a proteção de 3 milhões de hectares na Amazônia, 200 mil na Caatinga, Mata Atlântica, no Pampa e no Pantanal e 50 mil no Cerrado. Outro objetivo é aumentar a cobertura vegetal em áreas urbanas em até 180 mil hectares em até 10 anos.
A EPANB também busca alinhar a economia aos limites do planeta. Entre as medidas listadas, estão a eliminação de subsídios prejudiciais ao meio ambiente, a inclusão da biodiversidade no planejamento econômico e no PIB; e a mobilização de capital público e privado, instrumentos financeiros verdes e possíveis mercados de biodiversidade.
Como assinalado por Exame e Um Só Planeta, as 234 ações devem envolver 20 ministérios e 30 órgãos administrativos federais. Segundo o ministro interino do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, as ações já estão em andamento.
O Brasil detém quase 15% de toda a biodiversidade do planeta. E o país registra 1.200 espécies animais e 3.700 espécies de flora e fungos ameaçadas por diversos fatores, como perda e degradação de ecossistemas, mudança do clima, exploração insustentável, poluição e invasão de espécies exóticas, relata a Agência Brasil.
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