TFFF precisa ter cláusula contra exploração de combustíveis fósseis, sugere organização

Foto: Chris LeBoutillier | Pexels

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14 Novembro 2025

Há 73 países elegíveis a solicitar pagamentos do fundo, e 68 deles têm combustíveis fósseis no subsolo de suas florestas tropicais, mostra a LINGO.

A informação é publicada por ClimaInfo, 14-11-2025.

Iniciativa lançada pelo Brasil na COP30, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) é um instrumento financeiro que visa conter o desmatamento em países em desenvolvimento. No entanto, também pode ajudar a conter a exploração de petróleo, gás fóssil e carvão nessas nações. O que seria um elemento prático no “Mapa do Caminho” para eliminar os combustíveis fósseis sugerido pelo presidente Lula para a conferência do clima.

A proposta é da organização alemã Leave it in the Ground Initiative (LINGO). Segundo um levantamento da entidade, o fundo pode evitar a emissão de 317 bilhões de toneladas de CO₂ provenientes de reservas de petróleo, gás e carvão localizadas sob florestas tropicais, informa o SustainableViews. Número que pula para impressionantes 4,6 trilhões de toneladas se consideradas reservas não viáveis economicamente hoje.

Para isso, a LINGO recomenda que os termos dos pagamentos do TFFF incluam um compromisso dos países de não desenvolverem ativos de combustíveis fósseis localizados sob suas florestas. De acordo com a entidade, há 73 países elegíveis a solicitar recursos do fundo, e 68 deles possuem combustíveis fósseis no subsolo de suas florestas tropicais.

O relatório indica que Índia, China e Indonésia têm as maiores reservas recuperáveis sob florestas tropicais de folhas largas. Esses volumes equivalem a 119 e 47 gigatoneladas de CO₂, respectivamente.

Pela proposta inicial, os países tropicais precisariam preservar a biodiversidade e reduzir as taxas de desmatamento ilegal para menos de 0,5% ao ano, conforme medido por monitoramento geoespacial, para receberem recursos do TFFF. Para Alice McGown, autora do estudo e chefe da área geoespacial da LINGO, adicionar uma cláusula sobre combustíveis fósseis ao fundo permitiria combinar “conservação da biodiversidade, transferência de recursos financeiros e a agenda de eliminação dos combustíveis fósseis de uma nova maneira”.

Em tempo 1

Não explorar combustíveis fósseis em florestas tropicais é possível. É o que mostra a Colômbia, que se tornou o primeiro país da Amazônia a declarar toda a sua porção do bioma como uma zona livre de petróleo e de atividades de grande mineração. A informação foi anunciada pela ministra de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do país, Irene Vélez Torres, durante o encontro de ministros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) na COP30, informa o InfoAmazonia.

A ministra fez um apelo para que todos os países sigam o exemplo para a construção de uma “aliança amazônica pela vida”. O que coloca pressão sobre as demais nações da região, principalmente sobre o Brasil, que há cerca de três semanas autorizou a Petrobras a explorar petróleo no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas.

Em tempo 2

O TFFF terá ou não dinheiro da China? O Poder 360 diz que ouviu fontes oficiais do país e a resposta seria “não”. Questionado pela Folha, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, não respondeu. Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse no Valor acreditar que os chineses investirão. Enquanto a China silencia e a Alemanha não anuncia o valor “considerável” que pretende aportar no TFFF, dois bancos multilaterais de desenvolvimento - o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) - avaliam investir no fundo, segundo o DevEx.

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