13 Novembro 2025
O presidente da Conferência Episcopal Alemã fala da enorme perda de confiança e de a Igreja Católica não estar à altura de seus próprios padrões. Ele explica onde isso fica particularmente evidente.
A reportagem é publicada por Katholisch, 12-11-2025.
Segundo o presidente da Conferência Episcopal Alemã (DBK), a Igreja na Alemanha "frequentemente fica aquém dos seus próprios padrões". Isso é particularmente evidente na forma como os casos de abuso sexual são tratados, afirmou D. Georg Bätzing na terça-feira à noite em Mainz. A perda de confiança é enorme, acrescentou, "quando surge a impressão de que o processo de resolução do problema e o foco nas vítimas ainda estão sendo conduzidos de forma lenta e sem empenho". No entanto, em se tratando de uma "questão tão séria", continuou, "aqueles que enfrentam os problemas e sabem como encontrar soluções concretas conquistam a confiança". A transparência no processo de resolução dessas questões é um critério fundamental para a confiança pública na Igreja.
Bätzing fez suas observações na tradicional recepção do Dia de São Martinho da Igreja Católica na Renânia-Palatinado. Ele afirmou que tanto a Igreja quanto a sociedade estão testemunhando as consequências da "desconfiança, agressão e divisão" que se instalam. Ele enfatizou a necessidade de um esforço conjunto para combater essa profunda crise de confiança. Essa crise, disse ele, afeta a Igreja, o Estado e a sociedade "há algum tempo". Ele expressou preocupação com a continuidade da democracia na Alemanha e com a validade duradoura dos valores fundamentais da coexistência.
Bätzing promove a cooperação
O Bispo de Limburg defendeu a cooperação entre aqueles que, de boa vontade, trabalham para trazer mais esperança. Entre os convidados estavam o Presidente da Conferência de Ministros-presidentes e Ministro-presidente da Renânia-Palatinado, Alexander Schweitzer (SPD), e outros membros do governo estadual, do parlamento, bem como representantes de instituições sociais e comunidades religiosas.
O chanceler Schweitzer falou sobre a necessidade de expor a glorificação nostálgica do passado como uma "oferta emocional tóxica". Ele descreveu um período prolongado de constante estresse social que precisa ser administrado. A maioria democrática, portanto, deve oferecer seu próprio apelo emocional ao povo alemão. "Precisamos de uma mensagem para o futuro", disse Schweitzer. Ele também apontou para a disposição de muitos em contribuir, citando como exemplo os milhões de voluntários. É essencial apoiar aqueles que desejam dar sua contribuição à sociedade.
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