Putin anuncia teste bem-sucedido do supertorpedo Poseidon, capaz de transportar ogivas nucleares

Foto: Wikimedia Commons | Press Service of the President of Russia

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30 Outubro 2025

O presidente russo afirma que esse tipo de projétil “não tem igual no mundo”.

A reportagem é de Luís de Vega, publicada por El País, 29-10-2025.

A Rússia está acelerando firmemente sua corrida armamentista, que se desenrola à sombra da guerra na Ucrânia e em meio às tensões entre Moscou e a União Europeia e a OTAN. O presidente Vladimir Putin anunciou na quarta-feira que seu país testou com sucesso o supertorpedo Poseidon. O presidente enfatizou que o poderoso míssil — lançado de um submarino e capaz de transportar armas nucleares — não tem equivalente em nenhum outro país do mundo.

O teste ocorreu poucos dias depois de o próprio governo russo ter alertado os Estados Unidos sobre a possibilidade de fornecer mísseis Tomahawk a Kiev, que também são capazes de transportar ogivas nucleares. Por fim, o presidente Donald Trump ignorou o pedido feito na Casa Branca por seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. Por um lado, ele argumenta que não deseja uma escalada do conflito, já que esse tipo de armamento, com alcance de até 2.500 quilômetros, seria o mais letal fornecido à Ucrânia e permitiria atingir alvos mais distantes em território russo. Por outro lado, ele argumenta que Washington precisa dos Tomahawks para sua própria defesa.

Nessa linha de raciocínio, o Kremlin argumenta que, assim como Trump, também deve defender seus interesses nacionais. “Como podemos chegar a um acordo com ele? Partindo dos nossos próprios interesses, dos interesses nacionais russos. É isso que o nosso presidente está fazendo”, disse o porta-voz presidencial Dmitry Peskov a jornalistas, segundo a agência EFE.

Moscou também está buscando no Velho Continente uma justificativa para a apresentação do novo armamento. "Se não houvesse ameaça da Europa, então, é claro, nenhuma medida de defesa adicional seria necessária", acrescentou Peskov, referindo-se à "histeria militarista" e ao sentimento "russófobo" na Europa.

“Ontem [terça-feira] realizamos mais um teste com um sistema promissor: o veículo submarino não tripulado Poseidon”, disse Putin. “Pela primeira vez, tivemos sucesso não apenas em lançá-lo de um submarino usando seu sistema de propulsão, mas também em ativar sua reserva nuclear, que alimentou o veículo por um certo período de tempo”, acrescentou o presidente, segundo a agência de notícias russa Interfax.

O teste do submarino nuclear ocorreu após o teste realizado no dia 21 do míssil de cruzeiro Burevestnik, também de propulsão nuclear, que, segundo Putin, tem um "alcance ilimitado".

A existência do Poseidon, um projétil com cerca de 24 metros de comprimento capaz de transportar uma ogiva nuclear e operar parcialmente como um drone subaquático, foi anunciada pelo próprio presidente russo em março de 2018. Embora tenha sido descrito por alguns meios de comunicação como a arma do Apocalipse, diversos especialistas argumentam que o mesmo efeito pode ser alcançado com um míssil balístico intercontinental como os que fazem parte dos arsenais das superpotências desde a década de 1960.

Putin afirmou que “o Poseidon supera significativamente o Sarmat [um míssil balístico intercontinental] em termos de potência”. “Na verdade, a velocidade e a profundidade de deslocamento deste veículo subaquático não tripulado são incomparáveis ​​no mundo”, afirmou Putin. “É improvável que (uma arma semelhante) seja desenvolvida em breve. Não existem métodos de interceptação”, enfatizou o presidente russo, ressaltando que o teste representa “um grande sucesso”.

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