Os Estados Unidos vão às ruas: "Salvem o país do monarca Donald"

Foto: AlphaBeta | Wikimedia Commons

Mais Lidos

  • Eles se esqueceram de Jesus: o clericalismo como veneno moral

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS
  • Ecocídio no Congresso Nacional. Artigo de Carlos Bocuhy

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

20 Outubro 2025

Pessoas comuns, políticos e celebridades se manifestam em mais de duas mil passeatas. A resposta do presidente: "Mas eu não sou rei."

A reportagem é de Paolo Mastrolilli, publicada por La Repubblica, 19-10-2025. 

A experiência americana está em perigo, mas o povo a salvará. Esta foi a declaração do senador Bernie Sanders, participando da marcha em Washington organizada pelo movimento "No Kings". Foi um ato de fé, mas que, desde o início do segundo mandato de Donald Trump, não se refletiu muito na resposta da oposição, até agora em grande parte incapaz de detê-lo, juízes à parte. E isso tendo como pano de fundo o " shutdown" que, desde o início de outubro, paralisou atividades estatais não essenciais e mandou milhares de funcionários públicos para casa, sem até agora provocar uma reação contundente da sociedade civil ou nas pesquisas de popularidade.

"No Kings" é um movimento que inclui organizações progressistas como MoveOn e 50501, políticos, artistas e milhões de americanos. Seu nome é uma referência a George III, o monarca britânico que buscou sufocar as aspirações de liberdade das colônias. Em junho, no aniversário de Trump e no desfile militar que ele ordenou pelas ruas de Washington, o movimento organizou mais de duas mil marchas de protesto pelos Estados Unidos. Ontem, o "No Kings Day" retornou com mais de 2.600 marchas, de Nova York à Califórnia, da Flórida a Seattle, abrangendo todo o país. "Juro lealdade", dizia uma placa erguida na Times Square, "a nenhum rei".

Os motivos para protestos são muitos e variam de pessoa para pessoa. Vão desde as escolhas econômicas do "Big Beautiful Bill", que corta impostos para os ricos e reduz serviços para o restante da população, até a ofensiva contra universidades, a liberdade de expressão, a deportação de imigrantes e os soldados mobilizados nas ruas de Washington ou Los Angeles. Pessoas vestidas de Tio Sam ou Superman, preocupadas como Clark Furley, que explicou à NBC sua decisão de marchar em frente ao Lincoln Memorial em Washington desta forma: "Não reconheço mais meu país e o que está acontecendo."

O ator Robert De Niro postou um vídeo para se posicionar: "Estamos nos levantando novamente, erguendo nossas vozes de forma não violenta para dizer: Não, rei." O senador Schumer, líder da minoria democrata no Senado, foi às ruas de Nova York: "Não temos ditadores na América e não permitiremos que Trump continue corroendo nossa democracia." A questão é como, dados os fracos resultados alcançados até agora.

Trump simplesmente respondeu que "não sou rei" e, após oferecer um jantar milionário em Mar a Lago na noite de sexta-feira para arrecadar fundos políticos, ficou para jogar golfe. O presidente da Câmara, Johnson, comentou que "esta é a marcha daqueles que odeiam a América". Os organizadores esperam que ela sirva para mobilizar a resistência, especialmente antes das eleições de meio de mandato do próximo ano, a primeira oportunidade política real para deter Trump.

Leia mais