“Talvez um vislumbre de esperança tenha surgido; Ucrânia e Rússia precisam negociar um empate". Entrevista com Volodymyr Fesenko, presidente do think tank Penta, sediado em Kiev

Foto: Metin Aktas | Anadolu Agency

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17 Outubro 2025

Entrevista com o presidente do think tank Penta, sediado em Kiev. "Trump está encorajado por seu triunfo diplomático no Oriente Médio. Putin precisa escolher: ou ele o acomoda ou piorará as relações com os EUA".

A entrevista é de Paolo Brera, publicada por La Repubblica, 17-10-2025.

Volodymyr Fesenko, presidente do think tank Penta, sediado em Kiev, é muito próximo da presidência ucraniana. E desta vez ele não se decepcionou com o telefonema entre Trump e Putin.

Eis a entrevista.

O telefone vermelho tocando na véspera do encontro com Zelensky é um truque? Uma armadilha?

Os truques e armadilhas de Putin são uma especialidade: como no Alasca, ele tentará impor seu plano de paz nos termos russos. Mas Trump pensa diferente. Ele quer o fim da guerra e acredita que tais questões só podem ser resolvidas no nível da liderança. Há alguns dias, ele anunciou que falaria com Putin e havia agendado uma reunião com Zelensky para hoje. Ele manterá conversas paralelas e tentará persuadir ambos a negociar a paz. Mas surge a pergunta habitual, e mais difícil: em que condições? É possível encontrar um acordo eficaz? Sejamos claros: Putin está pronto para um acordo? Não temos resposta, mas Trump não quer uma conversa agradável com o líder russo: se Putin não aceitar medidas concretas, poderá fornecer Tomahawks à Ucrânia. Ele sabe que concessões a Putin, como no Alasca, levariam a um beco sem saída.

Yermak espera por “decisões importantes”, mas a questão do Tomahawk foi adiada?

Pode ser até que Trump se encontre com Putin; mas a Ucrânia pode receber outros tipos de armas, defesa aérea e apoio energético.

Eles vão falar sobre isso hoje?

Os principais pontos do encontro Trump-Zelensky serão as perspectivas de negociações e as condições para o fim da guerra.

Trump está dando tempo a Putin?

Neste caso, não se trata de tempo, mas de resultados. Com a questão do Tomahawk, ele está tentando forçar Putin a retomar as negociações. Seu objetivo foi alcançado, pelo menos em parte. Agora, depende se Putin está disposto a ceder. Se ele recusar um acordo aceitável para Trump, os EUA retomarão a pressão sobre a Rússia.

Por que um novo acordo bilateral? Alguma coisa mudou desde o Alasca?

A Rússia não está pronta para uma reunião entre os líderes dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia. Se os três lados chegarem a um acordo, a reunião trilateral ocorrerá. Por enquanto, Trump e seus homens conduzirão negociações separadas. Muitas coisas mudaram desde o Alasca: Putin se recusou a se encontrar com Zelensky, recusando negociações reais. Mas a Rússia não obteve sucesso militar, e Trump mudou abruptamente sua retórica: expressou simpatia por Kiev e declarou sua disposição de implantar mísseis de longo alcance. O acordo da Faixa de Gaza também deve ser levado em consideração: Trump está encorajado pelo triunfo diplomático e quer repeti-lo na Ucrânia. Putin deve escolher: ou ele o acomoda, ou ele piorará as relações com Trump.

Moscou acusa a União Europeia e Londres de sabotar o diálogo: este telefonema nos aproxima ou nos afasta da paz?

Por enquanto, não há resposta. O principal instigador da guerra é Putin. Se ele continuar a manipular, a prolongar as negociações e a exigir a paz nos termos russos, não chegaremos mais perto. Mas se ele aceitar um cessar-fogo gradual, uma janela de oportunidade poderá se abrir.

Enquanto isso, a Ucrânia corre risco de derrota militar?

Aqui não estamos mais falando de derrota ou vitória, e isso se aplica a ambas. A questão é chegar a um acordo sobre termos mutuamente aceitáveis ​​para encerrar a guerra. Precisamos negociar um empate, e será difícil. Não esperemos resultados rápidos.

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