18 Agosto 2025
A "escolta" europeia pode não ser suficiente. Donald Trump decidiu encontrar-se primeiro com Volodomyr Zelensky hoje para um tête-à-tête. Não haverá tapete vermelho reservado para Putin. E somente após o encontro presencial as conversas serão estendidas aos Voluntários Europeus que, sob pressão de Friedrich Merz, decidiram acompanhar o ucraniano em sua difícil missão a Washington. Uma repetição da repreensão no Salão Oval, em suma, não está de forma alguma fora de questão. Especialmente porque ontem os americanos tentaram vender algumas supostas concessões de Putin – não confirmadas pelo Kremlin – como notícias que deveriam convencer Zelensky a ceder território e assinar um acordo de paz contornando o cessar-fogo.
A reportagem é de Tonia Mastrobuoni, publicada por La Repubblica, 18-08-2025.
Uma inversão na ordem de qualquer negociação de paz. E uma que Moscou precisa especialmente para continuar bombardeando a Ucrânia. Ontem, Zelensky estava em Bruxelas e, após uma reunião com Ursula von der Leyen, tentou se mostrar positivo: "Quanto à Casa Branca, estou bem preparado, estou de bom humor". Mas o presidente também lembrou a posição de Kiev e dos europeus: "Precisamos de negociações reais, o que significa que elas podem começar onde a linha de frente está agora". Primeiro a trégua, depois todo o resto. Ontem, um vislumbre de esperança veio do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que apontou que um cessar-fogo "não está fora de questão". Rubio, no entanto, é uma figura pacifista no governo, frequentemente ofuscada por falcões e Trump.
O cerne das negociações entre Ucrânia, UE, Rússia e EUA continua sendo, portanto, o cessar-fogo e as garantias de segurança. Zelensky enfatizou isso: "Vemos que a Rússia rejeitou os apelos por um cessar-fogo e ainda não decidiu quando deixará de matar". Esse detalhe "torna a situação mais difícil". Uma trégua nos combates, argumenta Kiev, permitiria congelar a linha de frente sem conceder nada a nenhum dos lados e permitiria a condução de negociações para um tratado de paz sem forçá-las.
Ontem à tarde, durante uma videoconferência em Bruxelas entre von der Leyen, Zelensky e o grupo Willing, vários pontos-chave foram reiterados. Além da necessidade de interromper os combates, manter a pressão sobre Moscou por meio de sanções e fornecer a Kiev sólidas garantias de segurança, os europeus reiteraram que a Ucrânia decidirá sozinha sobre quaisquer transferências territoriais. Após a reunião, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, enfatizou que a pressão "deve ser aplicada ao perpetrador, não à vítima". Mas essa não é a visão americana.
Ontem, o enviado de guerra dos EUA, Steve Witkoff, falou sobre "robustas concessões de segurança" que seriam aceitas por Putin pela primeira vez. E, de acordo com o Wall Street Journal, Trump concordou com garantias que incluiriam apoio americano para uma mobilização europeia na Ucrânia, embora seja improvável que envolvam a presença de tropas americanas em terra. Um retorno do apoio financeiro e de armas à Ucrânia é mais provável. Witkoff também citou o compromisso de Putin de aprovar uma lei obrigando a Rússia a não mais atacar a Ucrânia. Mas, dados os precedentes do Memorando de Budapeste e dos Acordos de Minsk, que Moscou violou, Kiev considera isso pouco mais do que uma manobra.
Zelensky confirmou que os EUA "concordaram em trabalhar com a Europa para fornecer garantias de segurança à Ucrânia. Somos gratos por este sinal; representa uma mudança significativa". Mas daqui até aceitar a transferência de Donbass, Crimeia e partes de Kherson e Zaporizhzhia para Putin em troca, e assinar um tratado de paz que, da perspectiva de Kiev, constitui uma capitulação, ainda está muito longe. Também porque qualquer transferência territorial é proibida pela Constituição ucraniana. Trump, no entanto, tem pressa em concluir e quer uma cúpula tripartite com Putin e Zelensky já na próxima sexta-feira. Por enquanto, Moscou está em silêncio.