Cardeal Turkson: “Conheço bispos que negam as mudanças climáticas”

Foto: Og Mpango/Unsplash

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06 Setembro 2025

A encíclica Laudato Si', do falecido Papa Francisco, talvez aquela que mais repercussão mundial teve, continua a ser desconhecida por muitos cristãos e ostensivamente ignorada até por bispos e padres, dez anos depois da sua publicação. E há consciência disso na Cúria Romana.

A informação é publicada por 7Margens, 04-09-2025.

Em declarações ao jornal católico austríaco Der Sonntag, citadas pela edição alemã do Vatican News, o cardeal Peter Turkson, que é chanceler de duas academias pontifícias, a de Ciências e a de Ciências Sociais, não podia ser mais claro: “conheço bispos e padres que negam as mudanças climáticas e consideram o tema irrelevante. Para eles, o documento [Laudato Si'] não existe”.

Para este cardeal e prefeito emérito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, a encíclica constitui não “um manifesto político, mas uma contribuição para a convivência social, um documento cientificamente sólido – com profundidade teológica e forte apelo social”.

Por isso, ele afirma conhecer também muitos jovens que “se dedicam apaixonadamente à proteção do clima”, pelo que, a seu ver, há muita ignorância, mas também muito comprometimento”. “Com a Laudato Si', a Igreja criou um instrumento credível. E muitos de nós que o defendemos fazemo-lo com grande convicção”.

A questão da ecologia, e em particular da crise climática, é de importância central para as pessoas de fé, segundo o cardeal. E deu o exemplo dos sacramentos, “profundamente ligados à criação”: a água é usada no batismo; o vinho e o pão, frutos da terra e do trabalho humano, são o centro da Eucaristia. “Um cristão que não respeita a criação ou que abusa dela não vive em harmonia com sua fé”, disse o responsável do Vaticano. “Todo aquele que crê em Deus também deve respeitar a sua criação.”

Peter Turkson, que é originário do Gana, fez notar que ele próprio, na sua vida quotidiana, tem procurado prestar atenção a esta dimensão, porque “quem prega uma coisa e age de outra forma está em contradição consigo mesmo”.

E dirigindo-se diretamente a responsáveis eclesiásticos acrescentou: “Isso não é aceitável – nem para mim nem para quem fala em nome da Igreja”.

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