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CPT completa meio século como referência na luta pela terra e por justiça social no campo

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28 Julho 2025

Em congresso realizado em São Luís (MA), Comissão Pastoral da Terra, entidade ligada à Igreja Católica criada em plena ditadura militar como resposta à expulsão violenta de camponeses da Amazônia, comemora 50 anos

A reportagem é de Paula Bianchi, publicada por Repórter Brasil, 25-07-2025.

Nem todo héroi usa capa. Alguns saem por aí de bermuda, papete e mochila cheia de anéis de tucum.

É o caso da irmã Jane, de 85 anos, que chegou ao Brasil em 1972 e desde 1997 vive em Anapu (PA), um dos municípios mais violentos do país. Jane atuou ao lado da missionária católica Dorothy Stang — estava lá quando ela foi assassinada a mando de grileiros de terra, em 2005, e segue nessa conturbada porção do Pará até hoje, enquanto a floresta vai dando lugar à soja.

Encontrei Jane no 5º Congresso da Comissão Pastoral da Terra (CPT), realizado nesta semana em São Luís (MA). Ela havia acabado de lavar seu pratinho de plástico, após almoçar ao lado de indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agricultores e outros agentes pastorais que compõem a organização em uma das cozinhas coletivas, divididas por regiões, que atendiam aos participantes.

Criada em plena ditadura militar, em 1975, como resposta à expulsão violenta de camponeses da Amazônia, a CPT completa 50 anos como uma das principais referências na luta pela terra e na denúncia da violência no campo.

Ao longo dessas décadas, serviu de incubadora para diversas organizações — como o MST, com quem é frequentemente confundida, como lembrou o bispo José Ionilton de Oliveira em entrevista à Repórter Brasil, atual presidente da pastoral.

O último congresso estava marcado para 2020, mas acabou adiado por conta da pandemia. Em 2025, dez anos depois do último encontro, o evento realizado em São Luís (MA) reuniu cerca de mil pessoas entre lideranças, agentes pastorais, povos das águas e das florestas e camponeses e camponesas de todo o Brasil.

Na noite de quarta-feira (23), o congresso teve um dos seus ápices: a caminhada dos mártires. Os participantes saíram em procissão pelas ruas do centro de São Luís carregando cartazes com os nomes dos mortos na luta pela terra. Um deles era o do padre Josimo Moraes Tavares, assassinado em maio de 1986 quando subia as escadas da CPT, em Imperatriz (MA). Também estavam ali o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, mortos em 2022, no Vale do Javari (MA).

A caminhada foi embalada por orações como o pai nosso dos mártires, mas também pelo samba Ordem e Progresso, de Beth Carvalho:

“Esse é o nosso país, essa é a nossa bandeira/ É por amor a essa pátria Brasil / Que a gente segue em fileira / Queremos que abrace essa terra / Por ela quem sente paixão / Quem põe com carinho a semente / Pra alimentar a nação.”

CPT lança Atlas sobre conflitos no campo desde 1985

Dados do novo Atlas dos Conflitos no Campo Brasileiro, lançado pela CPT durante o congresso, mostram o quanto a entidade continua necessária. Ao menos 2.008 pessoas foram assassinadas em conflitos no campo nos últimos 40 anos e mais da metade dos municípios brasileiros registrou ao menos um caso de luta pela terra. Boa parte desses conflitos estão na Amazônia: a região concentrou 44% dos 50.950 casos registrados entre 1985 e 2023.

Estou falando de gente como Raimunda Pereira dos Santos, de 70 anos, que ao ser ameaçada de morte por grileiros por defender a área onde cresceu sem papéis nem cerca, no Tocantins, só encontrou ajuda na CPT. “Fiz o Boletim de Ocorrência, levei para a CPT e daí me ouviram”, conta. “Enquanto eu estiver lá, ninguém nos tira dessa terra”, diz, orgulhosa.

Ou dos trabalhadores escravizados que fugiam das fazendas para onde tinham sido levados com promessas de emprego e, também sem resposta do governo, paravam no escritório da organização, em Araguaína (TO). Em 1997, a organização criou um programa nacional de combate ao trabalho, como lembrou o frei Xavier Plassat, que eu também encontrei no congresso.

“O trabalho escravo no Brasil continua, e não se trata de casos isolados, mas de algo estrutural. É a herança de cinco séculos de escravidão legal que nunca foi reparada. A estrutura fundiária, a cultura, a naturalização do desprezo por quem é pobre ou trabalhador — tudo isso mantém a lógica escravocrata viva”, me explicou, em um dos intervalos.

Nesses 50 anos, a luta pela terra da pastoral passou a incorporar também outras causas: além do combate ao trabalho escravo, a promoção da agroecologia, o enfrentamento aos agrotóxicos e até a crítica à forma predatória como fontes de energia renovável têm sido implantadas no país.

Ao lado do palco principal, em que símbolos da igreja católica dividiam espaço com um boi e outros elementos da cultura dos povos tradicionais, uma faixa com os dizeres “Eólicas matam” chamava a atenção. Ela foi fixada por pessoas como Samara Medeiros, do Rio Grande do Norte, que disputa um pedaço de terra não com grandes fazendeiros, mas com uma empresa interessada em instalar mais um parque eólico na região.

“A gente já plantou batata, mamão, pitaya. Estamos na lona, na beira da estrada, e querem desmatar tudo e trocar a gente por turbina”, contou, enquanto acompanhava uma das plenárias.

O congresso se organiza em uma série de encontros menores, nos quais os grupos de cada estado expõem os desafios que enfrentam, constroem caminhos conjuntos e, ao fim, apresentam propostas ao grande grupo. A CPT funciona como uma ponte entre essas populações, que decidem coletivamente sobre os rumos da organização.

A maior parte da juventude presente no evento era formada por jovens indígenas. Parte dos integrantes do congresso formava para receber as pinturas feitas com tinta de jenipapo, aplicadas pelos próprios jovens.

Já na plenária de encerramento, um grupo de participantes LGBTQIA+ tomou o microfone e realizou um ato simbólico, reivindicando visibilidade e reconhecimento dentro da caminhada da CPT. Foram acolhidos com aplausos pelos demais participantes.

Edvaldo Novaes, de 59 anos, do Quilombo Juscelina, em Muricilândia (TO), veio ao congresso a convite da CPT com outro companheiro. Foi o primeiro encontro de que participou. Ele me disse que já planeja voltar no próximo com mais gente de seu território para apresentar uma peça de teatro. “Quero contar a nossa história”, afirma.

Durante todo o encontro, cruzei com o padre Daniel, de 71 anos, hoje baseado em uma paróquia no interior de Goiás. De calça, camisa social e sandálias, ele usava com frequência um chapeuzinho de couro. Nos intervalos, após o almoço, dormia em esteiras no chão, ao lado dos lavradores.

Ele me contou que entrou para a CPT ainda em 1980, quando estava com os dedos sempre sujos de tinta de tanto mimeografar folhetos para os trabalhadores. Esteve presente na reunião em que o MST foi batizado e em que se decidiu o seu logotipo. “Mas hoje só acompanho de longe”, explica.

Antes disso, irmã Jane já havia dividido comigo uma de suas principais preocupações, citada também por agricultores em diferentes mesas do congresso: a pulverização de veneno por drones, que contamina plantações de pequenos agricultores e a água, como já mostramos na Repórter Brasil.

Em outro momento, durante um debate sobre a situação no Tocantins, a irmã Jane pegou o microfone e chamou a atenção para o avanço das facções criminosas na Amazônia e no Cerrado.

“Tem outro tipo de escravidão e luta pairando pelo povo do norte que vem sendo pouco falada, mesmo aqui. É a escravidão das facções”, alertou. Mais tarde, encontrei Jane articulando proteção para uma liderança ameaçada.

‘CPT não representa camponeses: possibilita que eles exerçam protagonismo’

Conversando com Isabel Cristina Diniz, primeira mulher a coordenar a CPT, comentamos sobre outro ponto fundamental da organização: o ecumenismo. Este é um dos princípios fundadores da organização e presente desde o primeiro dia do evento, em que a primeira benção foi dada pela pajé Maria Roxa, do povo Akroa Gambella.

“Quando as irmãzinhas de Jesus foram para a Prelazia de São Félix, há 50 anos, elas não chegaram perguntando para as indígenas: ‘tu comunga ou não comunga? Tu confessa ou não confessa? Você é católica ou não é?’. Elas se colocaram a serviço, ajudaram a cuidar da saúde das indigenas”, diz Isabel.

Essa disposição de caminhar junto — e não à frente — foi algo que ouvi também de Kumtum Akroa Gambella, de 50 anos, agente da CPT e ex-padre. Ele veio ao congresso com outras 12 pessoas do seu território, em processo de titulação. Participou da primeira romaria da terra da CPT em Bacabal, no Maranhão, nos anos 1980.

“A CPT não representa os camponeses: ela possibilita que eles possam se encontrar e exercer o protagonismo. Não tem a pretensão de falar por, mas apoiar para que construam os seus processos”, explica.

Segundo ele, a CPT sempre teve uma concepção macroecumênica. “Ela reconhece a força que tem o maracá, o tambor, para sustentar a luta do povo.” Tambores, aliás, estavam presentes em quase todos os momentos do congresso — junto com cantos indígenas, pontos de candomblé e outras manifestações da cultura popular.

“A CPT não se alimenta só dessa espiritualidade [católica], sob o risco de seguir uma empresa colonial”, diz. “Não é uma mistura sincrética, mas como uma floresta que tem diversidade e em que a diversidade convive. Respeita as manifestações diversas, que dialogam e se encontram na luta pelo território, pela terra.”

Ele me explicou que desde os anos 2000 a CPT começou a olhar para o mundo camponês e perceber que havia ali “cores diferentes”: povos tradicionais, indígenas, quilombolas. Foi nessa época que essas populações passaram a aparecer como categoria específica nos dados dos cadernos de conflitos do campo.

Esse pertencimento, segundo ele, torna ainda mais essencial a resistência no campo, já que para essas populações sair do território é a morte. “Não apenas agricultores ou famílias sem terra. São comunidades que não se fundam apenas no trabalho, mas que pertencem ao lugar. Elas foram expulsas, mas continuam pertencendo àquele lugar. Não é só uma questão de terra para produzir. A CPT foi entendendo isso.”

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