10 Julho 2025
"Não é só a política que precisa refletir sobre suas próprias ações durante a pandemia para se preparar para a próxima – todos os setores da vida social afetados por uma crise de saúde como essa deveriam fazer o mesmo", escreve Simon Linder, pesquisador assistente na cadeira de Teologia Prática da Universidade de Tübingen.
Linder é doutor em Teologia Católica e tem formação em Retórica Geral. Pesquisa o tema do Suicídio assistido, em artigo publicado por Katolisch.de, 08-07-2025.
Liturgia ou ajuda ao próximo? Insistir na presença física ou apostar no que é seguro? Também para a Igreja se coloca a pergunta: o que ela aprendeu com a pandemia de covid-19? Simon Linder, por isso, defende um acerto de contas, pois a próxima pandemia certamente virá.
Nesta semana, o Bundestag deverá decidir sobre a criação de uma comissão para analisar a pandemia de coronavírus. CDU, CSU e SPD já haviam concordado com isso no contrato de coalizão. No requerimento, os partidos da coalizão afirmam que a pandemia de coronavírus teve "impactos profundos em todas as áreas" da República Federal. O objetivo da comissão é definido como: "no caso do surgimento de uma pandemia comparável, estar preparado, com base nas experiências da pandemia de coronavírus, para agir de forma rápida, eficaz e com uma comunicação clara dos objetivos". Trata-se, portanto, não apenas de olhar para o passado – mas, sobretudo, de aprender para o futuro.
Não é só a política que precisa refletir sobre suas próprias ações durante a pandemia para se preparar para a próxima – todos os setores da vida social afetados por uma crise de saúde como essa deveriam fazer o mesmo. A Igreja poderia seguir o impulso da política e instituir sua própria "comissão de inquérito" para responder à pergunta: para que serve a Igreja em uma situação de pandemia? As concepções sobre isso divergiram bastante durante a crise da Covid. Deve-se focar localmente na liturgia – ou na ajuda ao próximo? Deve-se lutar politicamente pela retomada das missas presenciais – ou pela máxima segurança dos idosos? E será que essas são realmente alternativas excludentes – ou há formas de valorizar melhor, numa próxima pandemia, os diferentes talentos e interesses existentes na Igreja?
O biólogo evolutivo e virologista britânico Edward Holmes afirmou com convicção, em entrevista ao jornal Die ZEIT, que uma próxima pandemia certamente virá: "Com absoluta certeza, algo assim voltará a acontecer. Talvez no próximo ano, talvez em cinco ou dez anos. Mas vai acontecer, isso é certo". Penso que nós, como Igreja, ainda temos muito a discutir sobre isso – é melhor começarmos a tempo.