Vaticano retira imagens do padre e artista Marko Rupnik do seu site

Foto: Vitor Oliveira/Wikimedia Commons

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11 Junho 2025

Quase um ano depois de o prefeito do Dicastério para a Comunicação da Cúria Romana ter defendido o uso de reproduções de obras do padre e artista Marko Rupnik, acusado de violência e abuso sobre dezenas de religiosas, algumas dessas manifestações desapareceram do site do Vaticano.

A informação é publicada por 7 Margens, 09-06-2025.

Segundo o site católico Crux, imagens da autoria do ateliê de Rupnik, que vinham suscitando críticas de vários lados, em especial da parte das vítimas, podiam ser vistas a ilustrar as páginas oficiais do calendário litúrgico do Vatican News ainda neste sábado, 7 de junho. Era o caso da imagem que surgia a ilustrar a festa de Maria, Mãe da Igreja, que se celebra na segunda-feira depois do Pentecostes.

A escritora católica Amy Welborn, que havia visto essa ilustração, dirigiu-se ao site, através da sua conta na rede social X, pedindo que alguém se dispusesse a alterar a imagem de Rupnik que lá se encontrava, dando-se conta, pouco depois, que ela havia sido de facto trocada por outra.

Até agora, o recurso a imagens do artista esloveno era firmemente defendido por Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação. Essa posição foi exposta publicamente em meados de 2024, quando, numa conferência com profissionais de media católicos em Atlanta, Estados Unidos da América, ele ficou isolado a defender a sua perspetiva de que cancelar essas imagens não era forma de ser solidário com as vítimas dos abusos do autor.

“Não estamos a falar de abuso de menores”, disse, na altura, o prefeito, reiterando um velho argumento usado ao mais alto nível na Igreja, até há pouco tempo. E, em jeito de justificação, acrescentou: “Não colocamos nenhuma imagem nova “, simplesmente “acabamos por deixar andar o que havia”.

Entretanto, o processo sobre os abusos do padre Rupnik, que o Papa Francisco decidiu reabrir em finais de outubro de 2023, no Dicastério para a Doutrina da Fé continua sem chegar a conclusões. As escassas informações que vieram a público dão conta da audição de algumas vítimas e que o problema principal residiria em explorar a possibilidade de tornar o “abuso espiritual” um crime formal no direito canónico e não meramente uma circunstância agravante de outro tipo de crimes. Em janeiro último, o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé disse, numa entrevista ao site espanhol Alfa & Omega, que se estava a trabalhar para constituir um tribunal independente capaz de julgar este caso.

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