10 Junho 2025
Reunidos no Cairo, três mil ativistas de quase 50 países ao redor do mundo esperam iniciar uma "marcha global para Gaza" a partir desta quinta-feira, 12 de junho. Os organizadores do evento afirmam ser um "movimento cívico, apolítico e independente", determinado a chegar a Rafah, na fronteira do Egito com Israel, um ponto crítico no bloqueio de ajuda humanitária ao território palestino de Gaza.
A reportagem é de Pablo Elorduy, publicada por El Salto, 10-06-2025.
O objetivo da marcha é reunir-se na cidade portuária de al-Arish, no Sinai, e iniciar uma marcha a pé em direção à fronteira com Gaza. Um acampamento está sendo planejado em Rafah para pressionar pela entrada de caminhões com alimentos e bens essenciais na Palestina.
A marcha conta com o apoio de centenas de organizações internacionais. Nenhum patrocínio ou financiamento externo foi permitido, e cada pessoa teve que arcar com seus próprios recursos para realizar a viagem.
Na Espanha, há mais de cinquenta plataformas e grupos organizando o evento. A convocação foi feita pelo site marchtogaza.net e pela conta @GlobalMartoGaza.
Durante todo esse tempo, o objetivo é exigir e denunciar a cumplicidade dos governos com Israel, pedir o fim do genocídio e exercer pressão midiática com a participação de pessoas de todo o mundo, explicou Saif Abukeshek, membro da Comunidade Palestina da Catalunha, em entrevista ao programa Emigrados TV.
Segundo Abukeshek, várias caravanas já partiram da Europa e comboios da Tunísia e do Norte da África com destino ao Cairo, onde o contato inicial é esperado para quinta-feira antes de partir para El Arish na sexta-feira, dia 13.
Após a chegada em Rafah, as autoridades de fronteira egípcias estão sendo pressionadas a abrir a passagem de Rafah, "em colaboração com ONGs, pessoal diplomático e instituições humanitárias", afirma a organização, afirmando que não haverá ações violentas, como forçar barreiras de entrada.
O protesto ocorre após a viagem do navio Madleen, que foi invadido na manhã de segunda-feira pela Força de Ocupação Israelense (IDF). Até as 22h de segunda-feira, 9 de junho, o paradeiro das doze pessoas — onze ativistas e um jornalista — detidas em alto mar por Israel permanece desconhecido. Esta ação, que é ilegal sob o direito internacional, pois ocorreu em águas internacionais, sobre as quais Israel não tem jurisdição, é ilegal sob o direito internacional.
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