10 Junho 2025
O site do Ministério das Relações Exteriores publica fotos da saída da ativista no avião. Outros integrantes da expedição humanitária serão levados à Justiça.
A reportagem é de Fabio Tonacci e Alessia Candito, publicada por La Repubblica, 10-06-2025.
Greta Thunberg está voltando para casa. A ativista sueca que estava a bordo do veleiro Flotilha da Liberdade, interceptada e abordada pelo exército israelense, já está voando para a França. Outros membros da tripulação do Madleen, em acordo com o restante do grupo de 12 voluntários, também optaram por ser repatriados. "Eles realizarão trabalhos de comunicação e conscientização da imprensa em nome dos outros que permaneceram", explica a ONG pró-Palestina.
Aqueles que não concordaram em deixar Israel voluntariamente serão transferidos para a prisão de Ramle, aguardando uma audiência perante um tribunal israelense que quase certamente ordenará sua expulsão forçada. Rima Hassan, a eurodeputada franco-palestina, está entre eles. O mesmo acontece com cinco dos seis ativistas franceses de Madleen, que foram visitados por diplomatas de Paris. "Um de nossos compatriotas optou por assinar o formulário israelense aceitando a expulsão acompanhada sem esperar pela decisão do tribunal", explicou o Ministro das Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot. "Ele deve retornar à França hoje. Os outros cinco recusaram, e sua possível expulsão ocorrerá nos próximos dias, após a decisão do juiz israelense."
Em Ramle, os voluntários serão mantidos em celas separadas, escreve o jornal Israel Hayom, que fornece mais detalhes sobre a detenção. Itamar Ben-Gvir, Ministro da Segurança Nacional e membro do movimento messiânico de extrema direita, teria dado ordens específicas para remover a TV, o rádio e todos os meios de comunicação dos ativistas, proibindo qualquer símbolo palestino.
Declarada persona non grata por Israel, Greta Thunberg foi colocada em um avião. Ela aparece em uma foto, divulgada pelo governo israelense, sentada no assento de serviço na parte de trás da cabine do avião. Ela está usando as mesmas roupas de quando Madleen foi capturada pela Marinha israelense em águas internacionais.
A equipe jurídica da Adalah, ONG que apoia a Flotilha, só conseguiu se encontrar com a tripulação no final da noite de ontem. Eles estavam no porto de Ashdod, para onde o navio havia sido rebocado. Durante a noite, a tripulação foi transferida pela polícia militar para o centro de detenção no Aeroporto Ben Gurion, onde todos receberam duas opções: "detenção e expulsão voluntária", que implica a saída imediata do país e uma proibição de entrada de dez anos como persona non grata, ou seja, julgamento.
Este é o caminho que a eurodeputada Hassan decidiu seguir, embora possa ser o mais arriscado para ela. Franco-palestina com dupla nacionalidade, a eurodeputada da França Insubmissa já havia sido barrada nos últimos meses, juntamente com outros parlamentares que tentavam chegar à Cisjordânia, e rejeitada com uma "negação", uma proibição de entrada de dez anos. Além disso, como palestina, ela poderia receber um tratamento diferente e mais severo por parte dos "internacionais".