O governo Trump ordena a remoção do nome do ativista LGBTQ assassinado Harvey Milk de um navio da Marinha

Foto: Harvey Milk | Wikimedia Commons

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04 Junho 2025

Em meio ao Mês do Orgulho LGBTQ+, o Departamento de Defesa de Pete Hegseth está se preparando para retirar o reconhecimento de figuras representativas na luta pelos direitos humanos e civis.

A reportagem é de Andrés Gil, publicada por El Diario, 04-06-2025.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, ordenou que a Marinha renomeie o navio para Harvey Milk, removendo o nome do ativista LGBTQ+ assassinado que serviu de marinheiro durante a Guerra da Coreia. A informação foi divulgada inicialmente pelo Military.com.

A CBS informou na terça-feira que a Marinha também está considerando renomear outros navios, incluindo o USNS Thurgood Marshall, o USNS Ruth Bader Ginsburg e o USNS Harriet Tubman. Tanto Marshall quanto Ginsburg foram juízes da Suprema Corte, enquanto Tubman foi uma abolicionista afro-americana que ajudou escravos a escapar do Sul por rotas clandestinas.

De acordo com a Associated Press, o secretário da Marinha, John Phelan, formou uma pequena equipe para renomear o navio de reabastecimento, e a mudança deve ser anunciada neste mês.

A mudança está contida em um memorando interno que, segundo fontes consultadas pela AP, justifica a decisão como uma forma de se alinhar aos objetivos do presidente Donald Trump e Hegseth de "restabelecer a cultura guerreira".

Esta é uma nova iniciativa de Hegseth e do governo Trump para eliminar programas, políticas, livros e referências em mídias sociais relacionadas à diversidade, equidade e inclusão. A medida ocorre em meio ao Mês do Orgulho, enquanto o Pentágono impulsiona sua campanha para expulsar militares transgêneros das Forças Armadas.

O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, disse em uma declaração relatada pela AP que Hegseth está "comprometido em garantir que os nomes atribuídos a todas as instalações e ativos do Departamento de Defesa reflitam as prioridades do comandante em chefe, a história da nossa nação e o espírito da guerra".

O USNS Harvey Milk foi nomeado em 2016 — embora a cerimônia de batismo tenha ocorrido em 2021 — pelo então secretário da Marinha, Ray Mabus, que explicou que os navios da classe John Lewis receberiam nomes de líderes que lutaram pelos direitos civis e humanos.

Milk serviu quatro anos na Marinha antes de ser dispensado por sua orientação sexual. Mais tarde, tornou-se um dos primeiros políticos abertamente gays eleitos para um cargo público: ocupou uma cadeira no Conselho de Supervisores de São Francisco, onde defendeu uma lei que proibia a discriminação com base na orientação sexual em instalações públicas, moradias e empregos. A lei foi aprovada e sancionada pelo prefeito George Moscone.

Em 27-11-1978, Milk e Moscone foram assassinados por Dan White, um ex-vereador frustrado que foi o único a votar contra o projeto de lei de Milk.

Embora renomear navios seja raro, o governo Biden também renomeou dois navios da Marinha em 2023 como parte de um esforço para remover nomes confederados de instalações militares dos EUA.

O USS Chancellorsville, que recebeu o nome de uma batalha da Guerra Civil, foi renomeado USS Robert Smalls, em homenagem a um marinheiro e ex-escravo. Enquanto isso, o USNS Maury, um navio de pesquisa oceanográfica originalmente nomeado em homenagem a um marinheiro confederado, foi renomeado USNS Marie Tharp, em homenagem ao geólogo e cartógrafo que criou os primeiros mapas científicos do fundo do Oceano Atlântico.

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