03 Mai 2025
Cumpridos três meses do segundo mandato de Donald Trump, os “protestantes evangélicos brancos” continuam entre os seus maiores apoiantes, com 72% a aprovar a maneira como o Presidente norte-americano tem conduzido o seu trabalho. O apoio não é tão expressivo entre os “católicos brancos”, mas mesmo assim são 51% aqueles que aprovam a política trumpista naquele grupo, revela um estudo que acaba de ser divulgado pelo Pew Research Center.
A reportagem é de Clara Raimundo, publicada por 7Margens, 30-04-2025.
Em contraste, a maioria dos “protestantes negros”, “católicos hispânicos” e “adultos sem religião” — pessoas que se descrevem, religiosamente, como ateus, agnósticos ou “nada em particular” — dizem que desaprovam a forma como Trump está a conduzir a sua presidência, indica a pesquisa, cujo relatório está disponível no sítio oficial do centro de estudos.
O estudo — que tem por base entrevistas realizadas a mais de 3.500 adultos na segunda semana de abril — mostra que, entre os “protestantes evangélicos brancos”, 69% classificam a ética dos principais funcionários do governo Trump como “excelente ou boa” e 57% dizem que “confiam mais no que Trump diz do que no que presidentes anteriores disseram”.
O estudo debruça-se particularmente sobre o apoio manifestado em relação às principais medidas do novo governo e conclui que “três quartos dos evangélicos brancos aprovam as ações de Trump para acabar com as políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) no governo federal. A mesma parcela aprova os cortes de Trump em departamentos e agências federais. E dois terços dos evangélicos brancos apoiam tarifas substancialmente maiores aos bens importados”. Cerca de metade ou um pouco mais dos protestantes brancos não evangélicos e católicos brancos também dizem que aprovam as ações do governo Trump em todas estas questões. Só a maioria dos protestantes negros, católicos hispânicos e adultos sem religião desaprovam essas ações do governo Trump.
Quando questionados sobre os padrões éticos dos principais funcionários do governo Trump, cerca de sete em cada dez evangélicos brancos classificaram-nos como “excelentes” ou “bons”. E quase metade dos católicos brancos e um quarto dos católicos hispânicos concordaram.
Mas a verdade é que, quando avaliado o panorama global, o índice de aprovação de Trump caiu sete pontos percentuais desde fevereiro e a queda verificou-se também entre grupos religiosos. Houve uma queda de seis pontos entre os evangélicos brancos (de 78% para 72%), e de oito pontos entre os protestantes negros (de 18% para 10%) e entre os católicos brancos (de 59% para 51%). Em geral, “os atuais índices de aprovação de Trump estão ao mesmo nível daquilo que eram na mesma época do seu primeiro mandato (abril de 2017)”.
Outra sondagem, realizada pela SSRS para a CNN, coloca o índice de aprovação de Trump nos 41%, “o mais baixo de qualquer presidente recém-eleito aos 100 dias, desde pelo menos Dwight Eisenhower – incluindo o primeiro mandato do próprio Trump”. A aprovação da forma como Trump está a gerir a presidência desceu quatro pontos desde março e sete pontos em relação ao final de fevereiro. Apenas 22% dos inquiridos nesta pesquisa — que se baseia em entrevistas a 1.678 adultos, realizadas de 17 a 24 de abril — afirmam “aprovar fortemente” a forma como Trump está a gerir o cargo, um novo mínimo, e cerca do dobro dos inquiridos afirmam “desaprovar fortemente” (45%).