31 Março 2025
O Crescente Vermelho Palestino informou, neste domingo (30), que encontrou os corpos de 14 pessoas, entre elas médicos e socorristas que foram mortos a tiros pelo Exército israelense, há uma semana, em ataque a ambulâncias no sul da Faixa de Gaza.
A reportagem é publicada por Radio France Internacional - RFI, 30-03-2025.
"O número de corpos recuperados até agora é de 14, incluindo oito paramédicos das equipes do Crescente Vermelho Palestino, cinco membros da Defesa Civil e um funcionário da agência da ONU", afirmou a organização médica em um comunicado, sem especificar a qual agência da ONU estava se referindo.
As vítimas pertenciam às equipes das quais o Crescente Vermelho e a Defesa Civil estavam sem receber notícias, depois que soldados israelenses atiraram contra ambulâncias, em 23 de março.
O Hamas denunciou um "crime de guerra".
No sábado (29), o Exército israelense admitiu ter atirado contra ambulâncias na Faixa de Gaza, após considerar os veículos "suspeitos".
O incidente ocorreu há uma semana, no bairro de Tal al-Sultan, no oeste da cidade de Rafah, onde as tropas israelenses voltaram à ofensiva, em 20 de março, dois dias após os militares retomarem os bombardeios aéreos na Faixa de Gaza, após uma trégua de quase dois meses.
De acordo com o Crescente Vermelho, as autoridades israelenses estavam impedindo uma equipe de entrar na área de Tal al-Sultan para procurar os socorristas, acrescentando que eles "foram alvos de fogo pesado das forças israelenses".
De acordo com um comunicado do Exército enviado à AFP, "alguns minutos" depois que os soldados "eliminaram vários terroristas do Hamas" abrindo fogo contra seus veículos, "outros veículos se moveram de forma suspeita em direção aos soldados".
"Os soldados responderam abrindo fogo contra os veículos suspeitos, matando vários terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica", acrescentou o comunicado. O Exército israelense não informou, no entanto, se tiros haviam sido disparados dos veículos contra os soldados.
"Uma investigação preliminar estabeleceu que alguns dos veículos suspeitos (...) eram ambulâncias e caminhões de bombeiros", acrescentou o Exército, sem dar mais detalhes, denunciando "o uso repetido (...) por organizações terroristas na Faixa de Gaza (...) de ambulâncias para fins terroristas".