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Sobre a razão quaresmal: Frei Gilson na ruína do capital. Artigo de Ruan de Oliveira Gomes

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17 Março 2025

"A sociedade, imersa na autodestruição, move-se na direção do fim. O discurso de Frei Gilson, madrugada afora, não permite outro pensamento que não seja o da iminência do fim. O paradoxo é que, ao tentar escapar da ruína, acaba por abraçá-la como resolução. A destruição torna-se tanto o destino quanto a força motriz. Abissus abissum invocat!", escreve Ruan de Oliveira Gomes, graduando em Teologia pela FAJE e graduado em Filosofia pela PUC Minas.

Segundo ele, "ao invés de questionar as raízes da catástrofe, Frei Gilson as expõe. Seu discurso não apenas descreve a ruína, mas a legitima como parte de um plano maior, como se o esgotamento das condições de vida fosse uma prova de fé e não o efeito de um sistema em colapso. Aqui, a Redenção da Semana Santa não encerra a crise, mas se torna parte dela ao oferecer ao sofrimento quaresmal um sentido transcendental. Na quaresma da condição periférica sempre é Via-Crucis".

Eis o artigo.

Mistagogia é o termo teológico que significa condução do mistério. Aquele que acompanha o iniciado e o introduz no mistério é o mistagogo, aquele que testemunha e dá as condições para que o outro faça a experiência. Mas que pode nos dizer o mistagogo Frei Gilson na hora em que estamos? Sobre qual mistério nos insere Frei Gilson, ou melhor dizendo em qual mistério somos iniciados? A Quaresma é o tempo próprio da Igreja em que se experimenta o fato de as esperanças decrescerem (a ideia de Paulo Arantes não é um acidente textual inocente), e os frutos são pacientemente gestados com base nos exercícios espirituais do jejum, da oração e da caridade. E se os nossos tempos fossem tempos em que a Quaresma nunca termina? E se atrás do Frei Gilson nas madrugadas existisse uma razão?

Os nossos tempos, o quaresmal que de alguma forma diz o social, onde a quaresma parece ser o único tempo possível, onde o tempo se veste de um roxo penitencial e as promessas de futuro minguam, a figura de Frei Gilson encontra eco em um sentimento difuso de crise. Sua razão, no entanto, não é aquela que busca esclarecer as condições que produzem esse mal-estar generalizado, mas sim uma razão quaresmal, que traduz o colapso em sacrifício perpétuo. Se há um sentido em sua pregação, ele não reside na crítica, mas na administração do desespero, na oferta de uma narrativa redentora para um público que já não espera redenção deste mundo. Esse mundo passou!

Onde a reprodução social se organiza em torno da mercadoria e da acumulação incessante, Frei Gilson não critica a realidade, mas administra o desencanto. Seu discurso não chama à reflexão, pois quem o ouve nos transportes abarrotados das madrugadas não busca compreensão, mas uma ordem para a angústia. A crise, em vez de ser compreendida historicamente, é traduzida moralmente. Seu discurso não apenas se acomoda ao colapso, mas o reafirma como inevitável.

Diante desse colapso, a adesão ao movimento de destruição se impõe. A sociedade, imersa na autodestruição, move-se na direção do fim. O discurso de Frei Gilson, madrugada afora, não permite outro pensamento que não seja o da iminência do fim. O paradoxo é que, ao tentar escapar da ruína, acaba por abraçá-la como resolução. A destruição torna-se tanto o destino quanto a força motriz. Abissus abissum invocat!

A lógica da destruição perpétua se encontra com a Quaresma. Tradicionalmente um período de penitência rumo à Redenção, no atual estágio da crise, esse intervalo nunca se encerra. Na razão quaresmal, a Quaresma não prepara a Páscoa, mas se fecha sobre si mesma: o sacrifício já não antecipa redenção, apenas exige mais sacrifício. A razão quaresmal é um dispositivo de esperança: o mundo está perdido, resta suportá-lo.

Suportar aqui é o próprio sacrifício que se converte em uma justificativa moral, onde o sofrimento diário se ressignifica em termos religiosos. Na razão quaresmal, a privação (palavra de ordem da abstinência e da condição periférica) ganha um sentido transcendental: a dor não apenas existe, mas se torna necessária, pois nela se encerra a promessa da redenção.. A quaresma, nesse contexto, não rompe com a lógica da exploração, mas a torna suportável ao fornecer imagens de um futuro recompensador — um lá na frente onde todo esforço será justificado. Estamos na quaresma, mas lá na frente será Páscoa, é isso que Frei Gilson reza madrugada a fora.

A razão quaresmal, nesse sentido, não é apenas uma resposta ao colapso, mas a forma como ele se organiza subjetivamente. Se a Quaresma tradicional era uma travessia rumo à glória pascal, a de nossos dias é uma estrutura fixa, onde o sofrimento já não é preparação, mas destino. Aqui, a dor não antecipa a libertação, mas se justifica a si mesma, transformando a espera em um modo de existência. O sujeito, preso nesse ciclo, já não espera a Páscoa; aprende a suportar a própria espera como um fim.

O sujeito encontra nos exercícios quaresmais uma construção de si mesmo, um pertencimento que alivia sua condição isolada e reconfirma seu lugar no mundo. O paradoxo, e o que poucos ainda perceberam é que esse nós não se constrói como potência de transformação, e sim como um pacto de destruição onde a libertação se desloca para um horizonte sempre inalcançável. Aqui, a dinâmica subjetiva assume sua forma mais perversa: não apenas se acostumar à dor, mas enxergar nela um sinal de graça. Benditos os cílicios do Capital e benditas as vezes que sofremos e mais bendita ainda o tempo da quaresma onde em batalha podemos lutar contra o mal. A eleição se completa quando o sofrimento já não é mais percebido como uma imposição externa, mas como um chamado interno, uma prova de fé. O que poderia ser integração se torna desintegração, e o mundo, que poderia ser outro, se cristaliza como lugar de destruição..

Ao invés de questionar as raízes da catástrofe, Frei Gilson as expõe. Seu discurso não apenas descreve a ruína, mas a legitima como parte de um plano maior, como se o esgotamento das condições de vida fosse uma prova de fé e não o efeito de um sistema em colapso. Aqui, a Redenção da Semana Santa não encerra a crise, mas se torna parte dela ao oferecer ao sofrimento quaresmal um sentido transcendental. Na quaresma da condição periférica sempre é Via-Crucis.

Em suma, Frei Gilson causa incômodo não por que é anacrônico e ultrapassado, mas sim por nos revelar algo sobre o momento atual do Capital, o único Deus que parece não ter encontrado hereges ou ateus: ruínas e quaresma.

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