Aristóteles já combatia a desinformação. Artigo de Edelberto Behs

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19 Novembro 2024

"Mas Aristóteles, se vivesse hoje, concluiria que o antídoto que indicara para fazer frente aos ironistas e fanfarrões – falar a verdade, às claras – não surtiria o mínimo efeito. Ele certamente se frustraria aos constatar que o “sucesso” na atualidade é inventar mentiras, enrolar e difamar, quanto mais, melhor", escreve Edelberto Behs, jornalista.

Eis o artigo.

Lá pelos idos de 350 a.C. o pensador grego Aristóteles apontou para as consequências das “fake news”, embora o termo tenha sido cunhado séculos depois. O filósofo dizia que todo ser humano é um zoon politikon, ou seja, um animal político. Ou seja, a humanidade é uma comunidade política.

Aristóteles se opunha a dois defeitos dos políticos da época que aparecem, de alguma forma, nos discursos de políticos da atualidade, como Trump e Bolsonaro. O grego apontou para os defeitos do eiron, ou ironista, e os defeitos do alazon, o fanfarrão, produtores de desinformação.

Querem político mais fanfarrão do que Donald Trump na sua campanha para a presidência da República dos Estados Unidos? Ele chegou a “denunciar” em comício que escolas do país incentivam transformação de gênero: meninos entram na sala de aula como meninos e saem como meninas! Ou que imigrantes caçam cachorros nas vizinhanças de bairros abastados para fazer churrasco. E pessoas acreditam!!!

O mundo em ebulição, a IA sendo apontada como uma possível impostora da democracia, bombas americanas matando em Gaza, tanques russos ocupando a Ucrânia, exército israelense querendo acabar com a raça dos palestinos, milhares de africanos passando fome por causa de conflitos armados no continente, crianças sem escola no Haiti, o planeta pegando fogo, o clima em ebulição, e os estadunidenses discutindo casamento de pessoas do mesmo sexo, aborto, questões de gênero, sob os aplausos de cristãos fundamentalistas.

Mas Aristóteles, se vivesse hoje, concluiria que o antídoto que indicara para fazer frente aos ironistas e fanfarrões – falar a verdade, às claras – não surtiria o mínimo efeito. Ele certamente se frustraria aos constatar que o “sucesso” na atualidade é inventar mentiras, enrolar e difamar, quanto mais, melhor. Involuímos.

Temos aí uma pequena amostra do que será o Brasil na campanha presidencial de 2026. Preparem-se para o bestialógico que vem por aí.

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